Chloe Charming POV
Eu com certeza subestimei a gravidez de gêmeos. No início, eu achava que seria uma experiência mágica, cheia de momentos adoráveis e um pouco de enjoo matinal. Mas agora, enquanto tento encontrar um lugar confortável no sofá, sinto que estou carregando o peso do mundo nas minhas costas.
Estou com três meses de gestação, cada dia é uma nova batalha. Desde as dores nas costas até as idas constantes ao banheiro, eu percebo que as coisas que costumava dar valor – como uma noite tranquila de sono ou simplesmente amarrar os sapatos – se tornaram luxos que não posso mais ter.
Meu humor oscila como as nossas montanhas-russas locais. Em um momento, estou empolgada, planejando nomes para os bebês e sonhando com nossas futuras noites em família. No próximo, estou frustrada, me perguntando como vou lidar com dois pequenos chorando ao mesmo tempo. É um turbilhão de emoções, e tudo isso com um hormônio estourando como pipoca no micro-ondas.
Red tem sido a companheira perfeita, durante minhas oscilações de humor, ela é a principal afetada em tudo isso. Como ontem, por exemplo, acordei tão irritada, que tudo que minha esposa fazia era um motivo de briga. A conclusão disso foi eu expulsando Red de casa.
É claro que eu me arrependi logo depois e a chamei de volta, e depois chorei em seu colo o resto da noite, mas ela não me culpou hora alguma, pelo contrario, ela me confortou e não hesitou em me oferecer seu amor incondicional. Era como se ela soubesse que aqueles momentos de tempestade interna não eram realmente eu, mas sim dos hormônios que estavam sendo manipulados pelos filhos dela. Outra coisa, era que Red e eu definimos que não queríamos saber o sexo dos bebes. Só quando nascesse, obviamente.
No momento, estava analisando a possibilidade de expandir o vilarejo. Minha esposa deveri8a estar me ajudando, mas na realidade ela estava apenas testando meu autocontrole.
- Tem certeza de que esta bem? - Ela me pergunta pela vigésima vez.
- Red... - Disse fechando os olhos, foi a forma que encontrei de alertar Red que estou prestes a expulsa-la de casa novamente.
- Ta bom. Ta bom... - Ela recua.
Eu respirei fundo, tentando reunir a paciência que me faltava. Era como se a pressão do mundo lá fora tivesse se acumulado em nossa casa, e cada pergunta insistente dela apenas aumentava a sensação de claustrofobia. Sabia que Red fazia isso por amor, mas a repetição me deixava exausto.
- Eu estou bem, de verdade – insistia, embora a dúvida em mim começasse a brotar como erva daninha. Deveria mesmo estar bem? A pressão dos bebês, a expansão do vilarejo, as responsabilidades se acumulando como nuvens escuras no horizonte.
Ela me observava atentamente, os olhos sempre cheios de preocupação. Mal sabia ela que, mesmo em meio a toda aquela tormenta, seu olhar era um dos poucos anclas que ainda me mantinham firme.
- Apenas... - comecei, hesitando em escolher as palavras. - Apenas confie em mim, tá bom? Estou fazendo o que posso para que tudo dê certo.
Red assentiu, mas ainda assim parecia insatisfeita. Em sua mente, a dúvida ainda pairava como um pássaro que não conseguia encontrar descanso. Ela se afastou um pouco, abaixando a cabeça e mantendo os olhos fixos no chão. O coração me apertou. Queria tanto que ela soubesse que eu a apoiava totalmente, que a adoração que sentia por ela só aumentava, especialmente ao vê-la lidar com a montanha-russa de emoções que a gestação trazia.
- Quero que você se sinta seguro para me contar quando estiver se sentindo sobrecarregado, - ela disse suavemente, levantando o olhar. - Estamos juntos nisso, lembre-se.
Aquelas palavras, simples mas profundas, tocaram um ponto sensível dentro de mim. Olhei nos olhos dela e percebi que, apesar do caos, um amor incondicional pulsava entre nós. Era um amor que desafiava todas as dificuldades, algo que nos fazia ainda sonhar juntos.
- Você tem razão – admiti lentamente. - Eu vou tentar me abrir mais. É só que... é difícil às vezes.
Ela sorriu, um sorriso que iluminava o ambiente escuro que nos cercava. Antes de eu perceber, estava novamente em seus braços, sentindo a calma de sua presença e o peso das preocupações fora dos meus ombros. Ela estava lá, sempre ali para me lembrar de que, apesar das tempestades, também era possível encontrar momentos de paz.
Foi apena aí que percebi que estava deixando Red de fora das coisas, apensar dela estar por dentro de todos os assuntos da gravides, eu ainda era a pessoa com mais informações, não havia percebido que estava mantendo tudo para mim.
- Vamos enfrentar isso juntos, um dia de cada vez... – sussurrou Red, seu tom suave como uma melodia, sua mão acariciando minha barriga, como sempre, trazia leveza para a conversa.
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Reta final pessoas. :)
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Entre o vermelho e o azul - Red and Chloe
FanfictionDepois de toda aquela aventura no tempo, Red vai embora de Auradon deixando uma Chloe muito confusa para trás, anos depois as duas se encontram novamente sob substâncias inusitadas. *ATENÇÃO: A HISTORIA NAO SEGUIRÁ O ROTEIRO ORIGINAL DO FILME, A PER...