Entre o vermelho e o azul - Red and Chloe

Capítulo 41

Red Hearts POV

(CINCO ANOS DEPOIS)

Uma verdade que ninguém nunca reconhece, é que o tempo passa diferente quando se tem filhos, tanto que se passaram cinco anos e eu mal vi. Só parei para reparar nesse fato quando me toquei que estava comemorando meu aniversário de 28 anos.

Em relação as crianças, Chloe e eu apanhamos muito para conseguir cria-los direito, claro que cometemos erros, como no dia em que gritei com Anthony quando ele correu para dentro da floresta, tinha levado ele e a irmã para a clareira onde eu ia com minha esposa, e quando me dei conta, cadê o Anthony? Eu fiquei louca atras desse menino, e quando o achei, acabei gritando com ele. Me senti péssima depois, e pedi desculpas para ele, mas ainda sim gritei.

Mas tirando esses pequenos contratempos, nos duas nos saímos bem. Nossos filhos são crianças calmas e obedientes, claro, eles aprontam de vez em quando, mas no geral, se comportam bem.

Anthony era muito grudado a mim, enquanto Leah era praticamente a sombra de Chloe. O garoto estava comigo o tempo todo, quando eu saia para correr de manhã, quando eu me propunha a fazer o jantar para nós, quando eu cuidava de Apolo, e até quando o mesmo morreu.

Apolo tinha contraído uma bactéria ao se arranhar em algo, e o teimoso não deixou que ninguém cuidasse de seus ferimentos, o que acabou comigo foi que ele sofreu antes de partir. Quando ele se foi, passei dias deprimida, e me esquivava de todos até da minha esposa, a única pessoa que conseguiu quebrar minha barreira foram meus filhos.

Leah também era próxima de mim, não tanto quanto era com a mãe, mas ainda sim era. Ela amava quando eu a colocava para dormir, e brincava com ela um pouco. Eu também lia histórias para ela e para o irmão, mais para ela, já que Anthony dormia em segundos.

Minha relação com Chloe também estava boa, quer dizer, agora estava. Nós passamos por uma crise quando os dentes dos gêmeos estavam nascendo, eles não dormiam nem comiam direito, e nos deixavam exaustas. Acabamos brigando e falando mais do que devíamos, o que resultou na minha ida até a casa das minhas mães, e fiquei lá por umas duas semanas. É claro que em algum momento a saudade falou mais alto, e acabei voltando, mas as coisas só se resolveram mesmo quando meus sogros levaram os gêmeos para passar umas três noites na casa deles.

No final só precisávamos de um tempo para nó, então, fazemos isso vez ou outra. Obvio que minhas mães e meus sogros adoram essas datas.

Ontem foi o aniversario de cinco anos dos gêmeos, fizemos uma festa no vilarejo para eles, e eles puderam brincar o dia todo com as outras crianças, e para faze-los dormir depois foi uma guerra. Já são dez da manhã e eles ainda estão dormindo, estava em meu escritório, quando minha esposa entrou.

- Tentei acorda-los três vezes, eles nem se mexeram. – Ela vem até mim e se senta em meu colo. Ri de sua fala, dando-lhe a devida atenção.

- Realmente tinha esperanças? – Perguntei sarcástica e foi a vez dela de rir.

- Não, mas não seria uma boa mãe se não tentasse. – Chloe se relaxa sobre mim.

- Bom, sua parte você fez. – Digo e ela concorda.

- O que vai fazer hoje? – Ela pergunta enquanto tenta se levantar, mas eu não deixo.

- Vou levar Hermes no veterinário. – Hermes era o filho de Apolo, ele era um puro sangue mais rápido e forte que seu pai, então achei que seria uma boa ideia usar seu "material" para inseminar fêmeas, também puro sangue, e ter filhotes incrivelmente valiosos.

- Sabe que Anthony vai ter uma crise se você for sem ele, não sabe? – Rio e concordo.

- Eu vou lá. – Nos levanto e vou até o quarto dos meus filhos, tendo Chloe atrás de mim.

Parei na porta e dei três toques, leah abriu seus olhos preguiçosamente, mas Anthony continuou do jeito que estava.

- Estou indo mexer com os cavalos, alguém quer ir comigo? – Perguntei e minha filha negou. Vi que Anthony acordou, mas não se mexeu. – Tudo bem, vou arrumar outra criança para ir comigo então.

Fiz que ia sair enquanto minha esposa ria silenciosamente do meu teatro.

- NÃO! Eu vou junto mãe. – Ele pula da cama e vem até mim.

- Ah então agora você acorda, né? – Pego ele no colo e dou um beijo em sua testa. – Vai tomar um banho e se arrumar, vamos sair em dez minutos.

Ele sai do meu colo, abraça a mãe e vai até o banheiro que tinha no quarto deles. Vou até minha filha que aí estava deitada e me sento ao seu lado, deixo um beijo na sua testa, igual fiz com seu irmão.

- Não quer vir com a gente, princesa? – Leah nega, e coça seus olhos.

- Mamãe e eu vamos até a tia Amanda mais tarde. – Amanda, que estava esperando o primeiro filho dela e de Morgan, e também elas se casaram a alguns meses.

- Ta bom. – Tiro seu cabelo do rosto. – Se levanta, ok?

Ela concorda e se senta na cama.

- Estou esperando o thony sair. – Ela diz e eu me levanto.

- Não molha o cabelo. – Chloe diz e sai comigo para a sala.

Quando Anthony desceu, o mandei para a cozinha para tomar café.

- Eu estava pensando uma coisa... – Chloe diz enrolando seus braços em meu troco.

- O que? - Pergunto a recebendo de bom grado.

- Bom, as crianças já estão com cinco anos, elas já falam, nos entendem, sabem comer e tomar banho sozinhas... – Franzi o cenho, tentando ver onde ela queria chegar.

- Onde quer chegar, amor? – Nos afastei um pouco para ver seu rosto.

- É que... eu queria outro filho... – Ela me olha hesitante.

- Outro filho...? – Digo devagar.

- O Último. – Minha esposa fala com um sorriso nervoso no rosto.

Quando estava prestes a responder, Anthony entra e me apressa.

- Conversamos sobre isso mais tarde, pode ser? – Ela concorda e dou-lhe um beijo antes de ir para o lado do meu filho que ajeitava sua mochila nas costas. – Pegou tudo, thony?

- Peguei. – Ele diz e lançamos um tchauzinho para Chloe antes de sair.

- O que você e a mamãe estavam conversando? – Ele pergunta enquanto vamos ao estabulo.

- Coisa de adulto, filho. – Digo suspirando.

- Tem certeza? – Olho para o garoto. Curioso igual a mãe dele.

- O que você acharia de ter outro irmão ou irmã? – Pergunto a ele.

- Eu gostaria de ter um irmão. – Ele diz e eu o olho surpresa.

- Sério?

- Sim. Mas tem que ser menino, Leah já me da trabalho demais. – Dou risada de sua fala, e continuo o caminho em silencio. Sei que Chloe já falou disso com Leah ou vai falar, e tenho certeza que a resposta dela será igual.

Mais um filho...

Quem sabe.