Capítulo 37

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Red Hearts POV

Cada dia que se passava a barriga de minha esposa fica maior, e meus filhos mais saldáveis. Eu, por muitas vezes, me perdia apenas olhando para ela. Admirando seu perfil, a barriga cada vez mais redondinha, os seios cada vez maiores, os quadris já mais largos.

Era uma visão que me deixava encantado. Havia algo de mágico na maneira como a vida crescia dentro dela, como um milagre que se desenrolava diante dos meus olhos. A cada movimento, a cada leve toque na barriga, eu me sentia mais conectada àqueles pequenos seres que em breve se juntariam a nós.

As vezes, a noite, nós nos sentávamos juntas no sofá, ela repousando a cabeça em meu colo enquanto conversávamos sobre o futuro. Nesses momentos, meu coração se enchia de alegria. Imaginávamos o rostinho de nossos filhos, suas risadas, os primeiros passos, e como seria a nossa vida como uma família.

Às vezes, eu a via se levantando e ajustando a blusa para acomodar a barriga, um gesto tão simples, mas que me fazia sentir um orgulho imenso por tudo o que estávamos construindo juntos. Eu queria protegê-la, cuidar dela e dos nossos pequenos, estar presente em cada momento dessa jornada.

Minha esposa já havia entrado nos cinco meses. Os preparativos para a chegada deles tomavam conta dos nossos dias, desde a montagem do berço até a escolha dos nomes. Cada decisão era uma nova etapa, e a empolgação no olhar dela era contagiante. Nós duas sabíamos que as noites de sono seriam raras e que a vida da maneira como conhecíamos mudaria, mas estávamos prontos.

E quando eu finalmente me permitia sonhar acordado, imaginava um lar repleto de risadas, brincadeiras e o amor. Era como se a barriga dela fosse um pequeno universo, guardando tudo o que sempre sonhamos.

Naquela manhã, enquanto o sol entrava pela janela, acordei ainda meio grogue, percebi que tinha a mão no ventre dela e, quando menos esperei, senti um pequeno movimento. Sorri, e ao olhar para ela, via os olhos dela abrirem aos poucos. Esperei esse momento desde o primeiro ultrassom. Chloe olhou para baixo e depois para mim.

- Foi impressão minha, ou os bebes chutaram? – Sua voz, rouca e falha pelo sono bem dormido, me fizeram sorrir ainda mais.

- Chutaram sim, meu amor. – Me esgueirei para seu lado, e beijei sua testa.

Minha esposa ronronou em prazer, e se deitou por cima de mim, deixando sua barriga sobre a minha.

- Acordou faz tempo? – Sua voz era tão baixa que quase não escutei.

- Quase agora. – Lhe respondi. – Fiquei de visitar minhas mães hoje. Quer vir comigo?

Ela negou, fazendo uma careta.

- Não acordei muito bem. Acho que vou dormir mais um pouco... – Tentei olha-la, mas devido a minha posição, não consegui.

- Então eu vou ficar com você, depois vou lá no palácio. – Ela nega.

- Não. Vai lá ver suas mães, e depois volta. – Chloe se vira para o outro lado, e ajeita a coberta sobre ela.

- Tá, mas eu volto logo. – Ela apenas concordou com um som arrastado.

Me levantei, indo para o banheiro e tomando um banho rápido, fui até o closet colocando o uniforme novo que Mali conseguiu para mim. Deixei um beijo em minha esposa, que já tinha sido vencida pelo sono novamente, e fui ate o pasto, onde Apolo corria livre.

Assobiei para o cavalo, que veio correndo até mim. Apolo estava feliz por esses tempos, Athena finalmente lhe deu uma chance e carregava o filhote dele. Desde então o animal estava bem manso e comportado, acho que era verdade o que dizem, nenhum animal é selvagem o suficiente para uma fêmea.

Entre o vermelho e o azul - Red and ChloeOnde histórias criam vida. Descubra agora