Capítulo 38

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Pov Mon

Era de manhã, tinha dormido em casa de Sam, hoje completava meus 18 anos e finalmente iria conhecer a pessoa que me colocou no mundo... seria mentira dizer que estou bem, não estou, minha avó nunca me falou da minha mãe, sempre que queria saber alguma coisa era pela internet. Minha avó dizia que ela estava em um presídio fora do país, não me falou nem o nome dela... Pim, seu nome era Pim. Eu queria perguntar tantas coisas, e acho que nem vou ter tempo para tudo.

Sam ainda dormia ao meu lado, me sentei na cama, estava inquieta.

— Você está bem? — a voz rouca que denunciava que ela tinha acabado de acordar ecoou pelo quarto.

— Bom dia, estou bem na medida do possível...

— Está acordada há muito tempo?

— Não.

— Como está se sentindo? — Sam se sentou e pegou em minhas mãos.

— Nervosa... confusa... não sei...

— É muita coisa de uma só vez... também ficaria confusa — ela beijou a palma da minha mão — Eu vou estar com você até chegar a hora...

— Você pode entrar comigo?

— Você quer que eu entre para ver sua mãe com você?

— Sim, eu acho que não consigo sozinha...

— Tudo bem amor, eu vou com você... que tal a gente tomar um banho quente relaxante?

— Vai tomar comigo? — perguntei fazendo olhinhos de cachorrinho.

— Claro, como não aceitar quando minha namorada linda faz esses olhinhos?

Ela me deu um selinho e me puxou para o banheiro, tomamos um banho bem relaxante, sem malícia, estava precisando de carinho e foi o que ela me deu. Falamos sobre bastante coisa também, desde que aquilo aconteceu com o Nop eu não tinha tocado no assunto, mas percebi que precisava tirar aquilo da minha mente. Sam foi super carinhosa e me ouviu.

Assim que saímos, nos vestimos e fomos para a cozinha, estava todo mundo lá.

— Bom dia meninas, estão bem? — Ploy perguntou, Chai estava sentado na mesa refazendo o curativo da perna da minha sogra.

— Sim — Sam e eu respondemos.

— Como se sente Mon? — foi a vez de Chai perguntar.

— Um pouco nervosa para falar a verdade, confusa também, não sei como me devo sentir...

— Está tudo bem se sentir assim, você cresceu sem saber nada sobre ela, é normal, mas você não estará sozinha.

— Sim, eu estive a falar com a Sam, eu quero que ela entre comigo... e também quero que Ploy tenha um momento com a minha mãe... — Chai ficou surpreso com a última informação mas não mais que Ploy.

— E-eu?

— Sim, a senhora falou ontem que se arrependia, mesmo não tendo feito nada de errado. Sei que guarda esses sentimentos ainda, então se estiver tudo bem para você... eu e Sam achamos melhor você falar com ela.

— Não sei Mon, provavelmente ela já nem se lembra de mim...

— Mesmo assim, você pode se apresentar de novo, acho que já chegou a hora de tirar suas preocupações e seguir em frente.

— Sim mãe — Sam interviu — Pelo que eu vi ontem a senhora se culpou muito pelo que fez, mesmo não que não tenha sido nada de errado. Eu não quero que a senhora vive com isso na cabeça...

— Certo... eu posso fazer isso.

— Eu entro com você Ploy — Chai falou — e por falar nisso, meninas, temos algo para dizer... eu e Ploy estamos nos conhecendo, ainda não é algo definitivo...

Eu e Sam nos olhamos.

— Vocês não vão achar estranho não é? Quer dizer, Chai é como uma figura paterna para Mon então...

— Não se preocupe Ploy, na verdade é bom Chai estar ocupado com outras coisas, já chegou a hora de ele ter uma família — eu estava feliz por Chai, tanto que nem conseguia esconder meu sorriso. Sam partilhava da mesma felicidade.

Entre esse clima amigável tomamos o café da manhã.

Estamos todos no carro de Chai, durante o caminho ninguém falava uma palavra, não era um silêncio desconfortável, sabíamos que precisávamos daquele momento. A penitenciária era longe, no rádio tocava alguma música que eu não conseguia assimilar, talvez pela minha ansiedade e nervosismo. A mão de Sam estava por cima da minha fazendo círculos com os dedos em minha palma, uma forma de mostrar que estava ali para mim e me acalmar, bem... estava funcionando, Sam era meu calmante, não precisava de mais nada se ela estivesse comigo. Notei que ela olhava para mim então desviei meu olhar de nossas mãos e encarei ela com um sorriso que logo foi retribuído.

Quanto mais perto estávamos, sentia meu estômago revirar, não de uma maneira má, acho que era mais umas cócegas, como se eu esperasse a minha vida toda por aquele momento.

Então o carro parou em frente do edifício grande, havia outros carros e outras famílias entrando para ver seus familiares que tanto sentiam saudades.

Travei, era agora, eu ia ver a pessoa pela qual passei minha vida sofrendo. Sentia gotas de suor escorrendo pela minha testa passando pela minha bochecha e chegando em meu pescoço, respirei fundo então senti um aperto na minha mão, sim, ela estava ali, minha namorada estava ali comigo, estava tudo bem, minha tensão ia sumindo enquanto pensava nela que estava ao meu lado esperando pacientemente para eu ter forças para sair daquele carro que quase parecia uma sauna de tanto calor que eu estava sentindo.

Ploy e Chai já se encontravam na porta do edifício.

— Está tudo bem — Sam tentava me passar calma — Tudo ao seu tempo, eu estarei aqui com você.

E então com essas palavras finalmente minhas forças voltaram, a abracei forte.

— Vamos — Depois que estas palavras saíram da minha boca saímos do carro em direção a Chai e Ploy que olhavam para mim me passando forças também.

Então entrámos. 


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Demorou mas veio.

próximo cap temos a primeira interação da Mon com sua mãe, será que vai ser tranquilo?

Sei que foi curtinho, mas ando ocupado com o curso.
Para quem não sabe curso auxiliar de veterinária, desejem sorte aqui ao autor
 🥹 

I'm not like her ● [Monsam] ●Onde histórias criam vida. Descubra agora