O Preço do Sacrifício [CONCLUÍDO]

Capítulo 39: Vingança aos Ancestrais

POV: THAUAN

Não pensava que a minha vida seria tão agitada depois de fugir do Afonso, sendo sincero, achei que morreria. Até encontrar ela, a parte que faltava em mim, me olhando espantada e com medo de eu fazer algo, mas mesmo assim me ajudou e me deu um lar.

Zanaina tinha um coração de ouro, e eu sabia que meus sonhos não eram em vão, e mesmo que o destino esteja sendo cruel com nós dois, ele pelo menos me deixou amar alguém verdadeiramente e me deixou aproveitar uma pouca parte dele com ela. Todas as vezes que eu a olhava, eu queria beijar a sua boca até perdemos o fôlego, queria tocar nas suas sardas, no seu cabelo vermelho como fogo, admirar de perto os seus olhos, o seu sorriso, mas é claro que eu me controlava até porque não queria ser como Antônio, essa atitude me enoja.

Que bom que ela correspondeu o meu amor, porque eu não queria que ela fosse embora sem saber o que eu sentia, era doloroso pensar na sua partida e tento o máximo não demonstrar para ela que eu também não estava afim de a perder, mas o que poderíamos fazer? Ninguém iria querer viver aqui, e eu seria egoísta de tentar convencê-la a ficar sabendo que corre tanto perigo. Nenhum amor do mundo convence alguém a ficar nessa época, disso eu tenho certeza.

Os minutos que estavam juntos foram um paraíso, e eu queria poder viver eternamente daquele jeito que estava sendo, a sentir tão perto de mim não me deixava pensar com clareza, ela fazia isso comigo sempre que estava perto. Mas Afonso me trouxe para o inferno novamente, não sei como ele tinha me achado, talvez ele já estava me seguindo algum tempo e eu não percebi, mas me recusava a ser escravo, nem que eu morra agora por um tiro. A morte é muito melhor do que isso.

—Thauan...— Zana me segurava com força olhando ao redor com um certo desespero, me levanto devagar e levo ela junto comigo.

—Vai para a casa, eu dou um jeito.— Falo baixinho apenas para ela ouvir, seus olhos verdes me olhavam com deboche.

—Você está ficando maluco? Não deixaria você aqui sozinho.— Ela fala como se fosse óbvio, olhando para Afonso. —Eu vou te dar uma mãozinha.

Zanaina se desvencilha dos meus braços tão rápido quanto derrubou todos os homens de cima dos seus cabelos de uma vez só, seus olhos estavam completamente brancos e se teletransportava de um lado para o outro, se ela soubesse o quanto fica atraente usando seus poderes, faria mais vezes. Afonso não entendia muita coisa, mas ele não tirava os olhos de mim e ignorava todo o caos que Zanaina estava fazendo, pensei em me transformar em urso e devorar o branquelo de uma vez só, mas eu tinha paciência, vai ser do meu jeito.

Pego o meu arco e flecha pronto para o confronto frente a frente com Afonso, que pegava seu rifle e apontava em minha direção, desvio antes que o tiro pegasse em mim e corro um pouco mais adentro da floresta e obviamente ele me segue furioso. Assobio e fúria aparece no meio do caminho, monto rapidamente na minha égua e viro meu tronco para atirar algumas flechas em sua direção, algumas ele conseguia desviar, outras nem tanto. Eu não queria machucar o cavalo, então a minha mira prejudicava muita coisa, fúria dava zig-zag de propósito para nenhum tiro me acertar.

Soltei a flecha, e ela voou em direção ao cavalo dele, atingindo o chão bem perto das patas do animal. O cavalo se assustou empinando-se, e Afonso teve que segurar firmemente para não cair. A distração foi suficiente para eu ganhar tempo. Olho para a movimentação rápida entre as árvores e avisto Caiporas, a entidade indígena olhava para Afonso e para mim provavelmente calculando alguma coisa.