Capítulo 3: Paróquia do Padre Antônio Batista

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A igreja era uma das maiores de Imperial, com arquitetura gótica, a fachada era  grandiosa, adornada com elaborados ornamentos em pedra, incluindo esculturas de santos e figuras religiosas. Grandes portas de madeira maciça, decoradas com entalhes intrincados, convidariam os fiéis a entrar.

Ao entrar, um espaço vasto e cavernoso com um teto abobadado elevado, muitas vezes pintado com afrescos detalhados de anjos, santos e cenas celestiais, pilares de mármore sustentariam o teto, muitas vezes esculpidos com relevos detalhados. O altar-mor era o ponto focal, adornado com ouro, pedras preciosas e obras de arte religiosas, como pinturas ou esculturas de Cristo e dos santos.

Fico me perguntando como o padre Antônio Batista conseguiu tanto dinheiro para conseguir construir essa igreja luxuosa em pleno século quinze. Os "fiéis", como eles se chamam, já estavam entrando na igreja cumprimentando outras pessoas.

Clyde estava ao meu lado com a sua bengala e chapéu, ajeitando o bigode incessantemente, e eu estava do seu lado com muito sono, era plena sete da manhã. Meu vestido era volumoso e com cores mais vivas, espero não chamar muita atenção, meu cabelo estava escondido em um chapéu. Mesmo sendo cedo, o sol já estava rachando no chão, meu suor escorria pelo meu pescoço e costas, colando toda a minha roupa no meu corpo.

—Daria tudo pela minha mini saia e cropped nesse momento.— Resmungo me lamentando, só de pensar que eu terei que aturar esse calor sem ventilador ou ar condicionado, eu sentia vontade de morrer.

—Silencio, o padre já irá entrar.— Clyde me colocou para sentar com ele no último banco da igreja, batendo palmas para a atração principal: Antônio Batista.

Me assusto com a sua aparência estupidamente jovem e pior de tudo, bonita. Muito bonita.

O padre Antônio Batista era branco, alto mas nada comparado a altura de Thauan, seus cabelos eram pretos e muito bem arrumados, tinha um bigode igual ao do Clyde e olhos azuis cristalinos, que me lembravam muito Lysandra.

Falando nela, onde ela estaria agora? Já era nascida? E a mãe? Precisava de respostas.

—Sejam bem-vindos a mais uma celebração na paróquia, caros fiéis. É com grande alegria que vos revejo e tenho a oportunidade de partilhar, mais uma vez, a palavra de Deus convosco.— Antônio começa a falar, e todos as pessoas se sentaram de vez para acompanhar a missa.

Não prestei atenção em nada, apenas o quão chata eram as missas de manhã, tudo parecia rodar em câmera lenta e quase dormi. O que me assusta é que tinha bastante pessoas para um horário tão cedo, ou as pessoas não tinham mais nada para fazer, ou elas realmente gostavam do discurso de Antônio.

Consegui prestar mais atenção do que o normal para o padre, ele sorria extremamente simpático, cumprimentando todos com acenos, sempre muito receptivo. Sua pregação não foi diferente, ele era didático, elegante, sua voz acalmava por mais que eu saiba o que ele é por trás dessa roupa e dessa paróquia.

Aprendi com a Lysandra que a simpatia é só mais uma faxada dos Sanguinarius, se infiltrar na sociedade era o maior objetivo deles, para ninguém desconfiar. Creio que essa paróquia era a distração de Antônio para atrair pessoas e fazê-las confiar nele fielmente. No final da missa, Clyde se juntou com alguns homens no qual não fazia ideia que ele tinha feito amizade, parece que ele foi o único a se adaptar rapidamente.

—Bom dia, é a sua primeira vez aqui?— Uma voz diz atrás de mim e eu me arrepio por inteira, com certeza era de medo, estou batendo de frente com Antônio pela primeira vez. —Nunca a tinha visto anteriormente. Eu sou o Padre Antônio Batista, responsável por esta igreja.— Ele oferece um dos seus sorrisos cativante e estende a mão para mim, aperto um pouco relutante.

O Preço do Sacrifício [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora