Coloco a última fruta na mesa quando ouço barulhos na porta e entram dois homens completamente molhados do pé a cabeça, Thauan estava com um coelho nas mãos e joga de qualquer jeito na mesa.
—Que horror Thauan.— Isabel olha horrorizada para o coelho morto e eu me seguro para não rir.
Faz alguns dias que Isabel estava aqui com a gente, até agora ela não saiu na rua com medo de ser reconhecida e levarem ela até a sua mãe novamente. A casa ficou relativamente menor com tanta gente morando nela, mas ela não havia reclamado um segundo sequer, muito pelo contrário, estava radiante como nunca tinha visto antes. A sua relação com Amare estava indo muito bem, com algumas brigas insignificantes, mas nada que afete a convivência dos dois, Amare estava realmente se esforçando para manter um relacionamento mais calmo possível.
Eu sentia que minha partida estava perto, e mais aflito meu coração ficava por tudo, por deixar meus amigos, deixar Thauan, bater de frente com Antônio, meu destino futuro depois de tudo e como eu poderia viver bem depois de passar por isso, mas eu precisava ser forte principalmente agora. Era importante para mim manter a calma e controle da situação.
—Deixa de ser fresca.— Thauan se aproxima de mim e me dá um beijo na testa. —Fiz uma coisa para você.
A evolução gigantesca de Thauan me deixava orgulhosa dele, seu português estava quase completo e agora ele falava frases grandes com muito mais facilidade, a conjuração de verbo ainda era um grande problema, mas estamos tentando.
—E o que é?— Pergunto prestando atenção nas suas mãos que estavam fechadas, escondendo o que tinha dentro.
Quando ele abre tinha duas pulseiras de miçangas, uma em vermelho e outra amarela, eram tão delicadas e bonitas que desconfiei que fosse ele mesmo que fez.
—Isabel comprou para mim e eu fazer sozinho, a amarela é sua.— Ele aponta para as pulseiras e olha para mim em busca de alguma reação. —Gostou?
—Isso é tão fofo, é claro que eu gostei.— Pisco várias vezes para não chorar e pego a pulseira com medo de arrebentar, era tão delicada.
—Você vai levar com você, para não esquecer de mim.— Ele sorri sem mostrar os dentes e coloca a sua pulseira no tornozelo. —Pulseira é coisa de mulherzinha.
—Mas você usa cordão.— Provoco com um sorriso e ele me olha torto. —Calma macho alfa, ursão.
Ele me agarra e me enche de cócegas para eu calar a boca, eu adorava provocar ele mas raramente ele fica com raiva de verdade, quando ele devolve a provocação é mil vezes pior, não sei onde ele aprende tanta coisa mas às vezes tira qualquer um do sério.
—Isabel, abre a porta, sei que estás aí!— Uma voz feminina bate na porta, Isabel se levanta rapidamente com os olhos arregalados.
—Me acharam!
—Fique calma, eu vou lá e tento resolver.— Digo baixo tentando acalmar a loira, que começou a se tremer de nervosismo.
—Isabel! Só quero conversar, minha filha. Não trouxe ninguém.— A mulher diz para fora da porta, sua voz não estava autoritária, parecia chateada.
Abro a porta e vejo a cópia de Isabel mais velha, quando ela me viu não conseguiu disfarçar o seu repúdio por mim, até porque ela achava que eu era uma bruxa como todos. Ela segura o seu terço na mão com mais força e eu apenas cruzo meu braço, interessante saber que católicos morriam de medo de mim.
—Boa tarde.— Falo com ironia, se ela soubesse que eu salvei a sua vida, não teria tanta arrogância em seu rosto agora.
—Posso falar com ela? Só quero conversar, sem brigar ou forçá-la a vir comigo. Apenas conversar.— Observo o seu completamente corporal, ela estava desconfortável com a minha presença mas seu tom era baixo.
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O Preço do Sacrifício [CONCLUÍDO]
FantasiLIVRO 4 DA SAGA "OS GUARDIÕES" [CONTÉM GATILHOS +16] Zanaina Viturino é especial, sua família vem de uma linhagem de viajantes do tempo, no intuito de apenas uma coisa: derrotar os Sanguinarius, uma seita perigosa de vampiros que vivem da imortalida...