Capítulo 16: O Próximo Deus

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POV: ANTÔNIO BATISTA

Para que seguir uma religião, se você pode criar uma?

É o que eu pensava desde criança, minha ambição de ser o próximo Deus era grande, mesmo meus limites serem poucos naquela época. Mas agora, descobri uma nova fórmula, infalível e irreversível.

O sangue mágico de pessoas era toda a carga energética que eu precisava naquele momento, ouvi dizer que quem tem a alma limpa se torna algo de luz, e quem é da escuridão se transforma em algo das trevas. Mas vampiros não eram algo ruim ao meu ver, principalmente imortais e poderosos toda a vida, podendo viver de geração a geração, sem ter preocupação nenhuma de morrer, sem seres mágicos nenhum conseguir deter.

Nomeei carinhosamente de Sanguinarius: Os vampiros nascidos da escuridão, assim como "o criador", eu. Qualquer pessoa que bebesse do sangue mágico, se tornava um Sanguinarius, e por aí só teria vantagens, não era uma oferta ruim todavia, mas eu tinha que pôr toda a minha lábia para convencer o máximo de fiéis para se juntar a mim.

E é por isso que eu fiz a maior missa, a placa dizia "Venha ser abençoado com o sangue divino de jesus Cristo", muitos acreditavam que ao beber esse sangue, os próprios santos do catolicismo os abençoa com poderes e a vida eterna. São todos bastardos e ingênuos demais para perceber que deuses jamais irão doar uma parte do seu poder para nenhum mero mortal.

Era o primeiro dia da minha missa, e a paróquia se encheu por completo. Meu sorriso se alargou com empolgação, cumprimentava todos com muita simpatia, porque é assim que eu consigo novos fiéis e confiança. Olho mais uma vez para multidão atrás da mulher bonita que eu havia conhecido alguns meses atrás, aparentemente uma nova integrante da família Viturino.

Zanaina era tão diferente, sua beleza era única e a sua energia... Ah, sua energia era algo que eu nunca tinha presenciado antes, eu irei convence-la se juntar a mim, ela seria uma linda sanguinária, me traria ótimos benefícios tanto mágico quanto físico. Eu não era padre de coração, nunca renunciei nada e nem dediquei a minha vida para ser santo, se jesus Cristo sente algo por mim, com certeza é ódio e repulsa.

Minha mãe me obrigou a seguir os mesmos caminhos que meu pai falhou miseravelmente em ser na vida, quando eu comecei a demonstrar comportamentos psicopatas, ela imediatamente me colocou em uma catequese. Mas isso não adiantou, óbvio que não, quem nasceu na escuridão jamais seria iluminado.

"Esse garoto é o anticristo Martha, ele precisa de uma conversão imediatamente."

"É o anticristo, assusta as crianças e tem a boca suja demais, procura outra catequese."

"Estamos entregando o Antônio para a senhora Martha novamente, pois ninguém se sente confortável de estar na mesma presença que o seu filho.''

E muitas outras coisas que eu tinha que ouvir enquanto era devolvido para a minha mãe, dentro de uma semana ou menos, a verdade é que eu causava um inferno na vida de todos que propuseram a me concertar, ser seminarista foi a única coisa que minha mãe conseguiu tirar de mim, e mesmo assim não fiz nada certo.

Ser frei foi mais fácil do que eu pensava, até porque não abracei votos, não vivi em comunidade e não escolhi ser sacerdote, mas mesmo assim fui escolhido para ser padre de paróquia. Ter autoridade sobre as pessoas mesmo que seja em questão religiosa era maravilhoso demais, eu poderia dizer qualquer bobagem que aprendi lendo a Bíblia forçadamente, que eles fielmente acreditam e te enchem de elogios e presentes.

O Preço do Sacrifício [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora