Roberto

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AVISO: CONTEÚDO SENSÍVEL!

Depois de deixar Nathália, fui tomado por um vazio imenso, algo que parecia preencher cada espaço do meu ser. Assim que entrei em casa, o aroma do suor, vestígio do nosso sexo, ainda pairava pelo apartamento, impregnando o ambiente com memórias que se recusavam a desaparecer. A imagem daquele corpo — perfeito, moldado, marcado pela leve marquinha de biquíni — dominava meus pensamentos. Já havia estado com muitas mulheres antes, mas nenhuma delas era como Nathália. Ela não era apenas uma mulher de beleza estonteante, mas de presença marcante, uma figura que irradiava força e autoconfiança. Na rua, ela era culta, inteligente e segura de si; na cama, porém, se transformava em algo mais profundo, mais primitivo, quase visceral uma verdadeira puta a visão dela com aquele rabo empinado para min eu jamais vou esquecer. Ela sabia exatamente como me deixar louco, como despertar cada fibra do meu desejo. Era um verdadeiro "mulherão", o tipo de mulher que não se encontra com facilidade.

No entanto, algo me deixava inquieto. A forma como ela lidou com a situação envolvendo Vitória foi desconcertante. Não demonstrou nenhum sentimento claro, exceto algumas expressões de desaprovação que, de certo modo, me deixaram ainda mais aflito. Será que o que eu sentia por ela não era recíproco? Ou será que Nathália estava apenas se divertindo com meu estado de idiota apaixonado, manipulando minhas emoções com sua frieza calculada? Dou de ombros, tentando afastar esses pensamentos. Vai saber o que se passa na cabeça dela.

Ainda assim, não posso negar que ela tem uma habilidade singular de fazer um homem perder a cabeça. Sua aparência doce e inocente contrasta brutalmente com aqueles gemidos que, uma vez ouvidos, são impossíveis de esquecer. Na tentativa de me distrair, decido tomar algumas doses de uísque. Após a segunda dose, caminho em direção ao banheiro, consciente de que a rotina no batalhão seria intensa no dia seguinte. No banho, enquanto massageava o couro cabeludo com shampoo, era o toque de Nathália que eu imaginava, como se suas mãos suaves estivessem ali, revivendo nossos momentos. Cada movimento da bucha de banho contra a minha pele trazia de volta a sensação do corpo dela, como se seu toque ainda estivesse gravado em mim.

"Porra!", murmurei baixinho, quase sem perceber.

E então, a lembrança da conversa sobre a pílula do dia seguinte veio à tona. Não queria ter um filho naquele momento. A ideia de ser imprudente me irritava, mas por que ela também permitiu? Estaria tentando me prender com uma gravidez indesejada? Não fazia sentido. O golpe da barriga? Não parecia algo que Nathália faria. Afinal, só a área de lazer da casa dela era maior que meu apartamento inteiro. Ela tinha sua vida, sua carreira e sua independência. "Roberto, não pense bobagens", eu dizia a mim mesmo. Nathália era uma mulher bem-sucedida, não alguém que precisaria recorrer a um truque tão baixo para manter alguém ao seu lado. Mesmo assim, a dúvida persistia, uma sombra que eu não conseguia afastar completamente.

Enquanto a água caía sobre mim, eu tentava encontrar um equilíbrio entre a razão e o desejo, entre o medo e a obsessão.

Decido, então, me deitar, na tentativa de apagar os pensamentos que insistem em me atormentar. Sei que os finais de semana costumam ser um verdadeiro caos. Bailes funk estourando em várias partes da cidade, a polícia convencional se metendo em situações que só pioram a confusão, e, inevitavelmente, o batalhão é acionado para colocar ordem no caos. Um cenário que conheço bem. Mentalmente, já me preparo para o desgaste, porque sei que, cedo ou tarde, serei chamado para alguma ocorrência.


Apesar do turbilhão de pensamentos, surpreendentemente, não demoro muito para pegar no sono. Pela primeira vez em muito tempo, consegui dormir sem precisar tomar aqueles malditos comprimidos, que antes pareciam ser a única solução para uma noite de descanso. O peso da exaustão, tanto física quanto mental, finalmente fez sua parte.

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