O jantar foi maravilhoso, mas confesso que o mal-estar de Nathalia me deixou um pouco preocupado. O jeito abatido dela me incomodava, mas, como bom de garfo, não resisti e acabei repetindo o prato duas vezes. Depois de ajudar minha sogra a arrumar a cozinha, fui até a sala, onde Nathalia estava deitada no sofá, parecendo exausta, mexendo no celular.
Com cuidado, me aproximei, me aninhando entre as pernas dela, buscando um pouco de carinho. Ela estava tão quieta que meu gesto foi uma tentativa de reconexão, um alívio para ambos. Sentindo seu cheiro inebriante, afundei meu rosto na curva de seu corpo, a sensação de proximidade me deixando mais à vontade.
Com cuidado, me aproximei, me aninhando entre as pernas dela, buscando um pouco de carinho. Ela estava tão quieta que meu gesto foi uma tentativa de reconexão, um alívio para ambos.
Com cuidado, me aproximei, me aninhando entre as pernas dela, buscando um pouco de carinho. Ela estava tão quieta que meu gesto foi uma tentativa de reconexão, um alívio para ambos.
" Que buceta cheirora!" murmuro baixinho sentindo seu cheiro inebriante, afundei meu rosto ali por um instante , a sensação de proximidade me deixando mais à vontade.
Enquanto subia lentamente, minha mão alcançou seus seios, onde comecei a massagear suavemente, querendo que ela se sentisse melhor, ao mesmo tempo em que eu tentava expressar meu desejo por ela de uma forma gentil, respeitando seu momento de fragilidade.
— Roberto... hoje não... — disse ela, com um tom suave, enquanto me dava um beijo na testa e me olhava profundamente nos olhos. Havia cansaço em seu rosto, mas também uma ternura que eu não podia ignorar.
Tentei aliviar o clima, sorrindo de leve e respondendo:
— Mas eu só disse que tá cheirosa... nada mais...
— Huumm... — ela murmurou, fechando os olhos por um instante, claramente exausta, mas ainda conectada comigo.
Olhei para ela, tão linda e vulnerável, e então, quase sem pensar, minha mão desceu suavemente até o ventre dela, acariciando de leve.
— Amor... tem chance de ter alguém aqui? — perguntei, com um sorriso tímido, enquanto tocava aquela região com carinho, imaginando a possibilidade.
Ela fechou os olhos de novo, e por um momento, o silêncio tomou conta da sala. Quando abriu os olhos, respondeu, com uma certa hesitação:
— Há possibilidade, sim... mas eu acredito que não.
Eu me calei, deixando que as palavras dela ecoassem em minha mente. Continuei acariciando o ventre dela, perdido em pensamentos. A ideia de me tornar pai sempre me assustou. O peso da responsabilidade, as mudanças... tudo parecia tão grande, tão incerto. Mas, com Nathalia, tudo ganhava uma nova perspectiva. Era como se, com ela ao meu lado, as coisas mais desafiadoras se tornassem boas, até agradáveis.
Enquanto eu refletia, olhava para ela, e só conseguia sentir gratidão por tê-la na minha vida.
— Vai dar negativo, Roberto! Eu já sei que vai! — disse Nathalia, com firmeza na voz, mas o nervosismo estava claro em seu rosto.
Franzi o cenho, irritado, sem conseguir esconder minha frustração.
— Custa uma vez na vida fazer o que eu tô pedindo? — soltei, sem pensar muito, deixando minha irritação escapar de forma mais dura do que eu pretendia.
Ela imediatamente me encarou com aqueles olhos que, apesar do cansaço, ainda eram afiados e determinados.
— Shh! Abaixa o tom para falar comigo! Tá achando que tá falando com quem? — ela retrucou, firme, sem ceder ao meu momento de raiva. Havia uma força naquela resposta, uma autoridade que me fez perceber que eu tinha passado dos limites.
Respirei fundo, tentando me recompor. Nathalia tinha razão. Eu sabia que o estresse estava me afetando, e por mais que a preocupação com a possibilidade de ser pai estivesse mexendo comigo, não era justo descontar nela. Olhei para ela em silêncio por alguns segundos, reconhecendo meu erro, mas ainda sem saber como consertar aquele momento tenso.
— Caralho, mulher... eu tô indo na farmácia — resmunguei, sem esconder minha irritação.Caminhei até a porta da sala, saindo a passos firmes, sem olhar para trás. Ainda estava irritado com aquela teimosia, o jeito dela de sempre querer ter certeza de tudo, como se não pudesse, por uma vez, só fazer o que eu estava pedindo.
O vento fresco da noite bateu no meu rosto assim que saí de casa, mas nem isso pareceu me acalmar. A cabeça estava cheia, e o peso da conversa com Nathalia ainda me acompanhava. Eu queria saber, precisava de respostas, mas aquela tensão entre nós parecia só complicar as coisas.
Ainda bem que a farmácia era perto. Cheguei rápido, mas logo percebi que estava mais nervoso do que imaginava. Falar sobre o teste de gravidez me incomodava de uma forma que eu não esperava, mas sabia que precisava fazer isso.
Entrei, me aproximando do balcão com um certo desconforto. A atendente olhou para mim, provavelmente já acostumada com caras como eu, um tanto sem jeito em situações assim.
— Oi, preciso de um teste de gravidez — murmurei, tentando disfarçar o nervosismo.
Ela sorriu de leve e começou a me mostrar as opções. Fiquei olhando os diferentes modelos, tentando parecer tranquilo. Acabei escolhendo um daqueles que indicam até as semanas de gestação, se o resultado for positivo. Pelo menos, assim teríamos uma resposta mais clara.Saí da farmácia com o teste na mão, mas a mente ainda girava. Será que Nathalia estava certa e não tinha nada? Ou será que... bem, só o teste diria.
Saí da farmácia segurando aquele teste como se fosse a coisa mais importante do mundo. A ansiedade começou a me atacar de novo—meu pescoço coçava, a garganta estava seca, e o suor escorria pelo rosto. Minhas mãos estavam tão tensas no volante que eu mal conseguia relaxar. Tudo dentro de mim estava em alerta.
Quando cheguei em casa, todos estavam na sala, conversando e rindo, como se nada estivesse acontecendo. Nathalia parecia estar um pouco melhor, apesar do desconforto do enjoo ainda presente. Fui direto até ela e, sem rodeios, estendi o teste.
— Anda logo, se adianta! — falei de forma mais ríspida do que planejava, mas a ansiedade estava me dominando.
Ela me olhou por um segundo, sem dizer nada, e subiu até o quarto. Se trancou no banheiro, e os minutos começaram a se arrastar. Parecia uma eternidade. Eram apenas 20 minutos, mas, puta que pariu, aqueles foram os 20 minutos mais demorados da minha vida.
Eu estava no quarto dela, esperando ao lado de Gabriel, do pai e da mãe de Nathalia. Era como se estivéssemos esperando o resultado de um grande evento. O silêncio estava carregado de tensão, todos nós ansiosos para saber o desfecho. "O evento do ano", pensei, enquanto meu coração batia rápido, cada segundo mais inquieto do que o anterior.
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Destinos
RomanceNathália Ungaretti é uma médica responsável, ética e muito humana, que trabalha na emergência de um hospital em um bairro nobre do Rio de Janeiro. Seu destino muda depois que ela conhece o Capitão do BOPE.