Nathália

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Ser acordada do jeito que Roberto me acordou pela manhã foi incrível, só faltou ele meter gostoso em min de novo. Sorri para ele, ainda saboreando o café perfeito que ele tinha feito. Cada detalhe demonstrava o carinho que ele colocava nas coisas, o que me fazia amá-lo ainda mais.

— Amor, preciso lavar minha farda para estar perfeita à tarde. E à noite tem missão! Posso usar a lavanderia? — Ele perguntou com aquele jeito responsável e sempre autossuficiente, nunca esperando que ninguém fizesse as coisas por ele.

As palavras "farda" e "missão" ecoaram na minha mente, me tirando da leveza daquele momento. Fiquei em devaneio por alguns minutos, o medo começando a se instalar no meu peito. A ideia de ele sair em missão e não voltar para mim me assustava mais do que eu estava disposta a admitir. Passei as mãos pelo rosto, tentando afastar os pensamentos ruins.

— Ei, Nathália? Tá tudo bem aí?— Ele acenava com a mão, percebendo que eu estava distante.

— Uh, ah? Claro... pode usar a lavanderia sim. Fica lá na cozinha, ao lado. Qualquer coisa, me chama! — Respondi rapidamente, tentando parecer normal. Ele se aproximou, beijou minha testa com carinho e saiu, carregando aquela mochila preta com a caveira bordada, um símbolo de tudo o que ele era.

Assim que ele saiu, me levantei da cama e fui direto para o banheiro. No espelho, vi os sinais da noite passada. Meu pescoço estava com uma enorme mancha roxa, como um aviso gritante para quem quer que me visse que eu era dele. Minha bunda ainda tinha as marcas claras dos dedos dele, e minha coluna doía com aquela dorzinha de prazer que me fez franzir o cenho.

— Ai...— Murmurei baixinho, lembrando de cada toque, de cada momento intenso. Entrei no chuveiro, deixando a água quente relaxar meu corpo cansado, mas satisfeita. Quando saí, vesti um conjunto de moletom leve e confortável, e calcei um par de chinelos. Estava pronta para o dia, mas não conseguia afastar a preocupação com a missão dele à noite.

A cada missão, a incerteza de não tê-lo de volta mexia comigo. E, apesar de todo o amor e prazer que compartilhávamos, essa era a realidade dura de namorar um homem como Roberto. 

Depois de organizar meu quarto, desci levando as coisas do café para a cozinha. Ao chegar na lavanderia, encontrei Roberto olhando para a máquina de lavar com uma expressão intrigada. Ele me lançou um olhar de canto de olho e, com aquele sorriso que eu adorava, disse:

— É... acho que vou precisar de ajuda! — Admitiu, rindo, com um jeito despreocupado de quem claramente não sabia o que fazer.

Cheguei perto e, enquanto explicava como usar a máquina, nossos olhares se encontraram. O beijo veio naturalmente, intenso, como sempre. Ele me pegou no colo e começou a me carregar em direção ao meu quarto, sem parar de me beijar. Quando ele colocou o primeiro pé no degrau da escada, o interfone tocou, interrompendo o momento.

— Tenho que atender, Roberto! — Disse entre os beijos que ele me dava, sentindo seu corpo quente contra o meu.

— Não! — Ele murmurava baixinho, mordendo levemente meu pescoço, me fazendo querer desistir de atender.

— Sim!— Respondi, dando uma mordida no lábio dele com um sorriso, mesmo com vontade de continuar ali.

Com uma expressão de frustração, ele me colocou no chão, enquanto eu ia até a porta ver quem era. Quando abri o portão, quase não reconheci a pessoa à minha frente. Era Douglas, e ele estava muito diferente. Seu corpo estava mais definido, com músculos bem marcados, e a pele bronzeada. Ele sempre foi bonito, mas agora estava... digamos, ainda melhor.

— Nathy! — Ele me abraçou com uma saudade que me pegou de surpresa. Antes que eu pudesse me desvencilhar, ele soltou um comentário que me incomodou.

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