Destinos

Roberto

Capítulo postado sem revisão, se estiver algum errinho perdão!
Mas não se preocupe... em breve Nathália estara quicando bem gostoso no colo do nosso querido Neto!

Depois daquela noite tranquila que passamos juntos, pela manhã deixei Nathália no hospital, onde ela precisava estar, e segui direto para o batalhão. Uma missão importante nos aguardava, e eu sabia que cada detalhe poderia fazer a diferença. Minha mente tentava se concentrar na operação que tínhamos pela frente, mas ainda sentia o peso das horas que antecederam aquele momento, como se os resquícios da noite passada pairassem no ar.

Ao entrar no batalhão, o ambiente já estava carregado daquela energia peculiar que surge antes de algo grande. A equipe estava reunida, as instruções finais sendo dadas, e a responsabilidade daquela missão era palpável. Eu sabia que, a partir daquele momento, cada um de nós teria que deixar para trás qualquer distração e manter o foco absoluto.

Subimos o morro com aquela tensão conhecida, cada um atento a cada detalhe, todos os sentidos aguçados. Assim que as viaturas começaram a entrar na rua que levava à entrada principal da favela, o som dos tiros ecoou pelo ar, rompendo o silêncio pesado da manhã.

Assim que descemos da viatura, começamos a nos dividir, espalhando-nos pelas vielas e becos estreitos. Cada um de nós seguia em formação, atentos a qualquer movimento, comunicando-se por sinais quase imperceptíveis. O som dos passos era abafado pelos gritos e pelos estalos secos dos tiros, ecoando em algum ponto próximo.

Os moradores, em pânico, corriam em todas as direções, buscando abrigo nas casas ou se escondendo onde podiam, tentando escapar do caos que se espalhava. Crianças eram puxadas para dentro das portas entreabertas, e olhares assustados surgiam rapidamente pelas janelas antes de se fecharem. O ambiente era um misto de desespero e tensão, e, apesar da experiência, o peso daquela missão se fazia sentir em cada esquina virada, em cada novo beco atravessado.

Eu avançava com passos rápidos pelos becos estreitos, atento aos sons ao redor, cada ruído se misturando ao eco dos meus próprios passos. De repente, sem aviso, me deparei com ela. Parei no mesmo instante. Era uma visão inesperada: uma moça, a coisa mais linda que eu já havia visto. Vestia algo simples, um vestido leve e desbotado que dançava com o vento, como se o mundo ao redor dela estivesse em câmera lenta.

Ficamos imóveis, nos encarando em silêncio, cada um tentando decifrar o outro. Mantive meu olhar firme, tentando esconder qualquer reação, mas era como se algo dentro de mim tivesse sido sacudido, arrancado do lugar ao encontrar aqueles olhos profundos. Havia uma calma quase magnética naquele rosto, como se ela pertencesse a uma dimensão só dela, alheia ao caos que nos cercava.

Ela logo percebeu meu impacto. Abriu um sorriso, um gesto simples, mas que desmoronou tudo que eu tentava manter em pé. Naquele instante, senti como se o chão desaparecesse sob meus pés e o mundo se reduzisse a ela, a cada detalhe daquele sorriso que, de alguma forma, desarmou todas as minhas defesas.

Sem pensar duas vezes, deixei que o impulso me dominasse. Puxei-a pelo braço, sentindo o toque suave da pele dela sob minha mão, e a trouxe para perto, tão perto que nossos corpos se encontraram ali, no meio do beco. Podia sentir sua respiração contra meu peito, rápida e entrecortada, o coração dela batendo forte, quase como o meu.Por um instante, o mundo inteiro pareceu se calar. Não havia mais sons de tiros, nem passos apressados, nada além da proximidade intensa que nos envolvia. Ela me olhava, surpresa, mas sem resistência, os olhos fixos nos meus, tentando entender o que aquela loucura significava. Eu a mantive ali, sem desviar, como se aquele fosse o único momento real, algo que nem mesmo o tempo conseguiria apagar.