Nathália

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Oficialmente apresentados, agora a paz parecia reinar. Ver Roberto carregar minha bolsa sob os olhares curiosos foi simplesmente impagável. Quem diria que o temido Capitão Nascimento, conhecido pela postura rígida e pelo controle absoluto em situações extremas, pudesse se mostrar tão submisso em um gesto simples? Aquela cena era quase irreal, como se o universo tivesse invertido as regras do jogo. Ali, por um breve momento, ele não era o líder implacável do BOPE, mas apenas Roberto — alguém disposto a ceder, a mostrar uma faceta mais suave, quase desarmado, sob o peso de algo tão insignificante quanto minha bolsa. E, por trás disso, a química entre nós falava mais do que qualquer palavra.

O toque insistente do celular de Roberto rompeu o momento, trazendo de volta à realidade o Capitão Nascimento. Aquele breve instante de descontração, em que ele parecia apenas Roberto, foi substituído pela expressão séria e focada que todos conheciam. Ele atendeu o telefone, e, pelo tom de voz do outro lado, ficou claro que o trabalho o chamava de volta. Com o olhar determinado, já mentalmente preparado para voltar à ação. Sem dizer muito, seu corpo parecia falar: a missão continua. Mais uma vez, o Capitão Nascimento precisava assumir seu posto, deixando de lado o homem por trás da farda, retornando ao peso de suas responsabilidades.

"Nathy!" Ele me chamou com uma voz firme, mas ao mesmo tempo cheia de carinho. Me beijou na testa e me envolveu em um abraço forte. "Preciso ir!" Sua expressão revelava frustração, o trabalho sempre o afastando nos momentos mais inesperados.

Eu o puxei suavemente, dando-lhe um selinho que carregava um pouco da minha preocupação e um desejo silencioso. "Vai tranquilo, e volta pra mim!" Eu disse, encarando-o profundamente, tentando esconder o medo que sempre sentia quando ele ia para o campo de batalha.

Ele sorriu de lado, o Capitão Nascimento de volta à tona, mas não antes de se inclinar ao meu ouvido e murmurar, em um tom baixo e rouco: "Quero te foder na hidromassagem de novo."Aquelas palavras passaram por mim como uma corrente elétrica. Meu corpo respondeu de imediato, arrepiado, e uma onda de calor intenso tomou conta de mim, deixando meu clitóris pulsando de excitação. A despedida se tornava ainda mais carregada de desejo.

Olhando profundamente nos olhos dele, sinto meu corpo reagir de tantas formas ao que ele acaba de sussurrar. Mas, naquele instante, apenas balanço a cabeça, concordando em silêncio, sem conseguir dizer uma palavra. Meus olhos dizem tudo, cheios de desejo e uma pontada de preocupação. Enquanto ele se afasta, meu corpo ainda está em chamas, o arrepio persistente, e a promessa do que virá quando ele voltar ecoa em minha mente.

Quando ele saiu do quarto, voltei a me concentrar nos papéis da alta hospitalar, ajudando meus pais a organizar tudo. Aquele silêncio momentâneo foi quebrado pelo comentário cheio de ironia do meu pai:


"Nathy, finalmente um genro de fundamento!" — disse, com um tom de deboche que me fez sorrir de canto.


Minha mãe, como sempre, não deixou passar a oportunidade e completou, olhando para mim com aquele jeito típico:


"Porque os outros, minha filha... vou te dizer, hein, nem vou comentar!"


Cruze os braços e reviro os olhos, soltando um suspiro enquanto os encaro.

"Vocês dois... deu já, né? Já tem o preferido agora?" — respostas, com um tom meio brincalhão, meio impaciente.

Meu pai solta uma risada baixa, enquanto minha mãe tenta disfarçar o sorriso, mas falha completamente. Eles sempre gostaram de implicar, mas no fundo eu sabia que só me queria ver feliz.

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