Capítulo quinze.

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"O amor não vê com os olhos, mas com a mente, e por isso é alado o cupido pintado."🍊

  ~Soneto 54.

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A sensação de estar preso em uma teia de hipocrisia e podridão é sufocante. Como se fosse o estopim para meus pensamentos conflitantes, me vejo em um jantar repleto de sócios do meu pai. Homens amargos, nojentos, com suas caras de cera brilhando sob a luz fraca. Se não fosse pelo poder e dinheiro, todos aqui estariam presos.

A ficha criminal de cada um deles é extensa, cheia de crimes ocultos e negócios sujos que eles conduzem nas sombras. E eu apenas observo, como se estivesse assistindo a um teatro onde todos sabem suas falas, mas ninguém sabe quem são de verdade.

Os únicos que se salvam dessa lama são os pais de Taehyung. Eles não são ricos, são apenas secretários, fazendo o trabalho deles honestamente. Na verdade, são as únicas pessoas em quem confio aqui. Eles me deram abrigo tantas vezes, abriram a porta quando eu fugia das garras do meu pai e de seus abusos. São minha segunda família, mesmo que eu não tenha coragem de admitir isso em voz alta.

— No que está pensando, príncipe? — uma voz doce, mas forçadamente suave, me puxa dos meus pensamentos. É a esposa de um dos sócios, uma mulher de vestido vermelho que sorri falsamente para mim.

Ela é uma corna mansa. Sabe de todas as traições do marido, de cada caso, de cada mentira, mas continua com ele. Por quê? Pelo maldito status, pelo dinheiro sujo. Aceita ser humilhada, usada, desde que mantenha sua vida luxuosa.

— Nada de especial, senhora. — Sorrio forçadamente. — Apenas... Aproveitando a noite.

" Aproveitando da minha miséria," penso, mas mantenho a expressão educada. Olho em volta, revirando a alma. Até nisso, os Jeon são diferentes. Eles podem ser meio malucos, exagerados, mas falsos como essa gente? Não. Os Jeon são leais, de verdade. Talvez porque se amem de uma forma genuína, algo que minha família nunca soube fazer.

— Vamos para o escritório. — Meu pai finalmente fala, o jantar chegando ao fim.

O "escritório." Um código claro para: "vamos discutir coisas sujas e deploráveis longe dos ouvidos curiosos." Respiro fundo, tentando não demonstrar o quanto odeio tudo isso. Eu nunca quis fazer parte dos negócios do meu pai, e ele faz questão de me lembrar disso. "Você não é homem o suficiente para isso", ele sempre diz. E eu, secretamente, agradeço.

— Está tudo bem, Jijico? — Taehyung me chama, interrompendo meus pensamentos.

Tate... Sempre atento. Ele está sentado ao meu lado, e sua voz soa como um alívio em meio ao sufocamento dessa noite.

Set me free - Dancing with fire.Onde histórias criam vida. Descubra agora