Set me free - Dancing with fire.

Capítulo Vinte e um.

Um passado não tão feliz.

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Jimin esperava sentado no sofá da pequena sala de espera do hospital. Ele era apenas uma criança, mas já estava acostumado a esse ambiente, com o cheiro de álcool e medicamentos no ar, o som suave dos monitores de batimentos cardíacos ecoando ao fundo. Suas perninhas balançavam para frente e para trás, em um ritmo lento, quase como se tentasse preencher o vazio de um silêncio que já se tornara familiar.

Nas mãos, segurava um pequeno buquê de flores, margaridas brancas que ele havia escolhido especialmente para sua mãe. Para o pequeno Park, aquela era uma rotina quase normal, uma parte de sua infância que nenhuma criança deveria conhecer tão de perto.

Ele estava esperando que sua mãe terminasse mais uma sessão de quimioterapia. Não era a primeira vez que ele se encontrava naquela mesma cadeira, olhando para o relógio na parede, contando os minutos até poder vê-la. Sabia que, quando entrasse no quarto, ela estaria sorrindo, tentando ser forte por ele, tentando esconder a dor que se estampava em seus olhos. E, mesmo tão jovem, Jimin sabia.

Ele sabia que sua mãe estava cansada, que o tratamento era doloroso e que, cada vez que a via, ela parecia mais frágil, mais distante. Mas ele nunca deixava isso transparecer. Não podia.

— Mocinho?

A voz suave de uma das médicas que já conhecia bem o pequeno ruivo chamou sua atenção. Ela se aproximou com um sorriso gentil, embora seus olhos refletissem uma tristeza que só os adultos compreendem.

— Já pode entrar para ver sua mãe.

Jimin olhou para ela e sorriu timidamente, assentindo com a cabeça. Ele se levantou do sofá, ajeitando as flores em suas pequenas mãos e, com passos cuidadosos, seguiu a médica pelo longo corredor até o quarto de sua mãe. O som de seus sapatos ecoava suavemente pelo corredor vazio, cada passo trazendo uma mistura de ansiedade e esperança. Aquele hospital, com suas luzes brancas e corredores frios, sempre lhe dava a sensação de que o tempo parava. Lá dentro, o mundo era diferente, mais pesado, mais difícil.

Céus... Só queria sua mamãe de volta.

Quando chegaram à porta do quarto, Jimin hesitou por um momento. Respirou fundo, apertando as flores contra o peito como se fossem uma proteção contra a realidade que o aguardava do outro lado. A médica abriu a porta suavemente, e o pequeno ruivo entrou, seus olhos imediatamente buscando sua mãe.

Ela estava deitada na cama, os lençóis brancos contrastando com a palidez de sua pele. Seus cabelos, outrora longos ruivos e brilhantes, estavam ralos e cobertos por um lenço colorido que ela sempre usava. Mesmo assim, quando viu Jimin, seu rosto se iluminou com um sorriso caloroso, um sorriso que ela sempre guardava para ele, por mais difícil que fosse. Aquele sorriso era sua maneira de mostrar que ainda estava lutando, que não desistiria tão fácil.

— Oi, meu anjinho... — ela disse, com a voz fraca, mas cheia de amor.

Jimin sorriu de volta e se aproximou da cama, estendendo as flores para ela. As pequenas mãos de sua mãe tocaram as dele com suavidade, e ela pegou as margaridas com cuidado, como se fossem as flores mais preciosas do mundo.

Porque naquele doloroso momento... Elas realmente eram.

— Para você, mamãe. — ele disse baixinho, sentindo o coração apertado no peito. — Eu sei que você gosta de flores.

— São lindas, meu amor. — ela respondeu, os olhos marejados. — Assim como você, meu anjinho.

Jimin subiu com cuidado na beirada da cama, sentando-se ao lado dela. Ela o abraçou gentilmente, sentindo o calor do pequeno corpo contra o seu, e ele se aconchegou em seus braços. Mesmo tão frágil, sua mãe ainda era seu porto seguro, o lugar onde ele se sentia protegido de todo o resto do mundo.