capítulo vinte e nove.

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Sei que não é justo...
Te amar com medo, meu porto inseguro.

🍊

Um

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Um... Dois... Três barulhos altos.

Sento-me na cama num salto, o coração disparado no peito. O som é abafado, distante, mas claro o suficiente para me deixar alarmado. Lá fora, a chuva cai pesada, batendo contra as janelas como pequenas pedras, e os trovões rugem com força, iluminando o céu cinzento com relâmpagos repentinos. A tempestade está furiosa, como se o próprio mundo estivesse gritando.

Mas esses barulhos... esses sons não foram trovões. Foram... tiros? Não, é impossível. Tento convencer a mim mesmo disso, mas algo no fundo da minha mente me incomoda, algo se agita no meu estômago como uma premonição sombria. Pisco algumas vezes, tentando afastar o medo irracional que me corrói. Olho para o relógio na parede, e ele marca sete e sete da manhã. Tão cedo para esse tipo de pensamento.

Então, o telefone toca, vibrando violentamente sobre o criado-mudo ao lado da cama, e o susto me faz pular de novo. Olho o visor. Senhor Jonhyun. Estranho. Por que ele estaria me ligando a essa hora?

Sinto uma inquietação crescer em mim, mas atendo.

— Alô? — minha voz sai um pouco mais rouca do que eu pretendia, ainda sonolenta, mas ansiosa.

— Jimin, precisamos falar com seu pai. — A voz de Jonhyun está séria, mais séria do que eu já ouvi em toda a minha vida. — Ele não está atendendo o telefone, e temos uma situação urgente.

Franzo a testa. O que poderia ser tão urgente a essa hora da manhã? Reviro os olhos internamente, lutando contra o incômodo. Meu pai é sempre tão reservado, mas ao mesmo tempo, tão controlador... Algo parece fora do lugar.

— Ele deve estar dormindo, Senhor Jonhyun. — Tento soar indiferente. — Chovendo assim, duvido que ele esteja fazendo qualquer coisa além disso.

— Jimin, eu não estou brincando. — A seriedade na voz dele me faz parar. — Preciso que vá até o apartamento. Ele... algo está errado.

Agora, algo se move dentro de mim. Um peso frio se instala no meu peito, e eu sinto um arrepio subir pela espinha.

— Certo. — Respondo mais curto do que o habitual. A ansiedade começa a se arrastar por mim como um espectro invisível. — Estou a caminho.

Desligo o telefone e salto da cama, vestindo qualquer coisa rapidamente. A tempestade lá fora parece cada vez mais sinistra, como um reflexo do meu próprio pressentimento.

Set me free - Dancing with fire.Onde histórias criam vida. Descubra agora