força e amor à vista

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Com o passar do tempo, Maya e Flávia começaram a sentir o peso de suas carreiras e responsabilidades. Os treinos exigentes, a pressão para entregar o melhor desempenho e o cansaço mental começaram a se acumular. O que antes eram conversas leves e carinhosas, aos poucos, se transformaram em discussões por coisas pequenas, como qual filme assistir ou quem deveria lavar a louça.

Certa noite, após uma discussão sobre algo trivial, Flávia suspirou e se afastou um pouco, sentando-se no canto do sofá.

— Por que estamos sempre brigando? — perguntou, com o semblante cansado. — Isso não é a gente...

Maya, que também estava frustrada, olhou para Flávia com um misto de culpa e cansaço.

— Eu sei... também não gosto disso. Acho que estamos tão pressionadas que qualquer coisa vira motivo para uma discussão.

Flávia cruzou os braços, sentindo as palavras da namorada ecoarem em seus pensamentos.

— Talvez seja isso, sim. Estamos sempre com a cabeça cheia, mas não podemos deixar isso acabar com a gente.

Maya respirou fundo, reconhecendo que ambas estavam sendo afetadas pelo estresse e pelas expectativas. Ela se aproximou de Flávia e, hesitante, colocou a mão sobre a dela.

— A última coisa que eu quero é brigar com você. A gente precisa encontrar um jeito de voltar a ser como antes...

Flávia olhou para Maya, seus olhos suavizando um pouco.

— Também não quero isso. Precisamos de um tempo para nós, sem essa pressão toda.

Maya assentiu, sentindo o peso da tensão aliviando um pouco. Sabia que seria preciso esforço, mas estava disposta a lutar para que elas superassem aquela fase difícil.

Após mais uma noite difícil, Maya e Flávia decidiram que precisavam de uma pausa. Entre treinos exaustivos e a pressão constante de suas carreiras, a conexão entre elas estava se perdendo, e ambas sabiam que isso não poderia continuar. Na manhã seguinte, sentadas na mesa do café, Maya olhou para Flávia com determinação.

— Eu estava pensando... e se a gente tirasse alguns dias de folga? — sugeriu Maya. — Só nós duas, longe de tudo.

Flávia, que estava mexendo no celular, levantou os olhos surpresa.

— Uma viagem? — perguntou, com um brilho de esperança nos olhos. — Será que a gente consegue?

— A gente precisa disso — insistiu Maya. — Um tempo só para nós, para lembrar por que estamos juntas e recarregar as energias.

Flávia sorriu, aliviada com a ideia. Elas sabiam que seria difícil conseguir uma folga em meio às competições e treinamentos intensos, mas ambas estavam dispostas a tentar.

— Vou falar com o meu treinador hoje — disse Flávia. — Acho que, com um bom motivo, eles vão entender. E você?

— Já pensei nisso também — respondeu Maya. — Eu posso falar com o técnico depois do treino. Acho que ele vai entender, ainda mais com a intensidade das preparações para as competições.

Assim, depois de um dia cheio de conversas e ajustes de agenda, as duas conseguiram a tão desejada folga. Empolgadas, começaram a planejar a viagem. Escolheram um destino tranquilo, longe da agitação das cidades grandes e das responsabilidades. Um lugar à beira-mar, onde pudessem simplesmente relaxar, caminhar na praia, ouvir o som das ondas e estar uma com a outra.

Dias depois, com as malas prontas, embarcaram no avião rumo à paz que tanto precisavam. Durante o voo, Flávia segurou a mão de Maya e suspirou, sentindo uma onda de alívio.

Entre Odiar E AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora