primeira noite

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A primeira noite com os gêmeos em casa foi um misto de alegria e desafios. Maya e Flávia estavam exaustas, mas empolgadas por finalmente estarem com os pequenos Helena e Heitor no conforto do lar. O silêncio acolhedor da casa, que antes parecia tão calmo, agora estava repleto de novos sons: respirações suaves, gemidos e choros esporádicos dos bebês.

Maya e Flávia haviam organizado tudo com antecedência. O berço dos gêmeos estava ao lado da cama, e a bolsa com fraldas, roupinhas e mamadeiras já estava no alcance. Mesmo assim, o cansaço acumulado da maternidade começava a aparecer.

- Está tudo bem? - perguntou Flávia, enquanto olhava para Maya, que estava deitada ao lado dela, com os olhos semicerrados.

- Estou exausta, mas feliz - respondeu Maya, sorrindo suavemente. - Não acredito que eles estão finalmente aqui.

Pouco depois da meia-noite, o primeiro choro começou. Helena, a mais inquieta, acordou pedindo para ser alimentada. Maya, que havia começado a tomar remédio para ajudar na amamentação, se levantou com cuidado e a pegou nos braços. Sentou-se na poltrona perto da janela e começou a amamentá-la, enquanto Flávia se virou na cama, ainda descansando.

Mal Helena começou a mamar, e Heitor, que estava no berço, começou a chorar também. Flávia acordou com um sobressalto, pegando o bebê em seus braços.

- Eles sincronizam até no choro - disse Flávia, com uma risada suave, ainda grogue de sono.

Maya sorriu, lutando contra o cansaço.
- Parece que sim.

Aquela primeira noite foi um ciclo constante de amamentação, troca de fraldas e muito carinho. À medida que as horas passavam, Maya e Flávia se revezavam para garantir que os dois bebês estivessem confortáveis e alimentados. Cada vez que um dos pequenos chorava, uma delas já estava de pé, mesmo que o corpo implorasse por descanso.

Em um momento de calmaria, quando finalmente os gêmeos voltaram a dormir, Flávia olhou para Maya e, com a voz baixa e serena, disse:
- Eu nunca imaginei que cuidar de dois bebês seria tão intenso, mas estar aqui com você faz tudo valer a pena.

Maya, que estava apoiada na cabeceira da cama, segurou a mão de Flávia e respondeu:
- Vamos nos acostumar. Somos uma equipe agora.

As duas compartilharam um momento de silêncio, observando os pequenos dormirem. O cansaço ainda estava presente, mas o amor e a felicidade de terem formado uma família superavam tudo. Mesmo que aquela primeira noite fosse caótica, era também a primeira de muitas aventuras que viveriam juntas como mães dos gêmeos.

O amanhecer chegou cedo para Maya e Flávia. O sol começava a se esgueirar pelas cortinas, banhando o quarto com uma luz suave e dourada. A noite havia sido longa, e ambas estavam exaustas, mas os gêmeos estavam calmos, dormindo em seus bercinhos ao lado da cama.

Maya foi a primeira a acordar completamente. Ela se levantou devagar, sentindo o corpo pesado do cansaço acumulado, mas também cheia de um novo tipo de energia, aquele que vem com a maternidade. Ela caminhou até a janela e abriu as cortinas, permitindo que a luz do sol iluminasse o quarto. O clima estava fresco, e o dia prometia ser tranquilo.

Flávia, ainda sonolenta, virou-se na cama e murmurou:
- Já amanheceu?

- Sim, e eles estão dormindo tão tranquilos - respondeu Maya, se aproximando dela e acariciando seu rosto.

Flávia sorriu suavemente, sentando-se na cama.
- Eu não sei como conseguimos sobreviver à noite, mas aqui estamos. E eles estão bem.

Enquanto conversavam, Helena começou a se mexer no berço. Ela abriu os olhinhos e soltou um pequeno gemido, sinalizando que estava acordando. Logo Heitor também se agitou, como se sentisse que a irmã estava despertando. Maya e Flávia trocaram olhares cúmplices e foram até os bebês.

Maya pegou Helena em seus braços, embalando-a suavemente, enquanto Flávia cuidava de Heitor.
- Bom dia, meus amores - sussurrou Maya, sorrindo ao ver os olhinhos de Helena a encarando.

Com os bebês nos braços, as duas se dirigiram para a cozinha, onde o sol já iluminava toda a casa. Flávia preparou uma xícara de café enquanto Maya ajeitava os bebês em seus carrinhos, para que elas pudessem ter um momento de descanso enquanto os pequenos observavam o ambiente ao redor.

- Acho que nosso café da manhã vai ser bem simples hoje - disse Flávia, com um sorriso brincalhão, colocando uma torrada e frutas na mesa.

- Acho que isso é o novo normal para a gente - respondeu Maya, rindo enquanto ajeitava os cobertores dos bebês. - Mas eu não trocaria isso por nada.

Depois de tomarem o café, as duas decidiram que era hora do banho dos gêmeos. Era uma tarefa nova, e tanto Maya quanto Flávia estavam um pouco nervosas. Maya segurou Helena com cuidado, enquanto Flávia preparava a banheirinha no quarto. Heitor estava no carrinho, observando calmamente, como se entendesse que era a vez da irmã.

- Tudo bem, amor? - perguntou Flávia, vendo que Maya estava concentrada demais.

- Sim, só estou tentando lembrar tudo que a gente aprendeu - respondeu Maya, sorrindo nervosamente.

- Vamos com calma. Estamos aprendendo juntas - Flávia a tranquilizou.

O banho foi um momento especial. A água morna parecia acalmar Helena, que quase não fez barulho enquanto era delicadamente lavada. Maya e Flávia trabalhavam em harmonia, cada uma cuidando de um detalhe, compartilhando risadas nervosas e aliviadas quando tudo dava certo.

Após os banhos e as mamadas da manhã, os bebês voltaram a dormir, e Maya e Flávia, finalmente, puderam se sentar no sofá da sala. O silêncio momentâneo era uma bênção, e as duas se entreolharam, sentindo uma mistura de exaustão e felicidade.

- Nós conseguimos - disse Maya, com um sorriso cansado, recostando-se no ombro de Flávia.

Flávia a abraçou, suspirando aliviada.
- Sim, conseguimos. E vamos conseguir de novo amanhã... e depois de amanhã.

As duas ficaram ali, aproveitando aquele pequeno momento de paz, sabendo que a nova rotina com os gêmeos seria desafiadora, mas que, juntas, enfrentariam tudo.
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Tá tão lindo elas como mamães...

Entre Odiar E AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora