marcas da noite

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Maya chegou ao quarto após um dia exaustivo de treinos, o corpo pesado de cansaço, mas o espírito leve. Quando abriu a porta, encontrou Flávia sentada na cama, mexendo no celular, mas o que chamou a atenção de Maya foi a expressão de irritação misturada com embaraço no rosto da ginasta.

Tentando conter o riso, Maya encostou a porta e cruzou os braços. - E aí, como foi o dia? - perguntou, tentando parecer casual, mas a malícia em seus olhos era evidente.

Flávia suspirou profundamente, já sabendo o motivo da provocação. - Ah, você sabe muito bem como foi! Todas as meninas da ginástica e do vôlei não pararam de rir de mim o dia inteiro por causa dessa... - apontou para o pescoço, onde uma mancha roxa de marca de beijo estava visível. - Você me paga, Maya!

Maya soltou uma risada alta, já sem conseguir segurar. - Ah, mas não foi minha culpa se você não percebeu antes de sair! - disse, aproximando-se da cama e jogando a mochila no chão. - O que foi mais engraçado, as meninas do vôlei ou as da ginástica?

Flávia jogou um travesseiro na direção de Maya, que desviou com facilidade, ainda rindo. - As duas! A Rosamaria, a Carol, até a fisioterapeuta! Todo mundo comentando. E as meninas da ginástica, então? Elas não pararam! Parecia que eu tinha ido para o treino com uma placa escrito "sou da Maya" no pescoço!

Maya, já quase sem fôlego de tanto rir, sentou-se ao lado de Flávia, abraçando-a de lado. - Bom, tecnicamente você é, né? Mas acho que a placa foi um pouco minha culpa...

Flávia, apesar da irritação, não conseguiu segurar o sorriso e acabou rindo também, encostando a cabeça no ombro de Maya. - Eu vou te fazer pagar por isso.

Maya a olhou com um sorriso malicioso. - Ah, é? Quero ver como você vai fazer isso.

Flávia deu de ombros, mas seus olhos brilhavam com um toque de vingança divertida. - Não se preocupe. Eu vou pensar em algo bem criativo.

Maya balançou a cabeça, ainda rindo levemente. - Eu mal posso esperar.

Ainda rindo, Maya ia se levantar para pegar algo na mochila quando alguém bateu na porta. Flávia olhou curiosa, mas Maya foi quem se aproximou para abrir.

Assim que a porta se abriu, lá estava Rosamaria, com um sorriso de canto. - Tá todo mundo indo jantar, vim chamar vocês duas.

Rosamaria fez uma pausa, observando a animação evidente no rosto de Maya e o leve constrangimento de Flávia, que estava tentando disfarçar a marca no pescoço com o cabelo. Sem perder a oportunidade, ela cruzou os braços e sorriu maliciosamente. - Pelo visto, a noite de vocês foi bem... produtiva, né? Tá com uma cara que deu a noite toda, Maya.

Maya soltou uma risada escandalosa e olhou para Flávia, que revirou os olhos com o rosto corado. - Ah, Rosa, você sabe como é, né? - respondeu Maya, piscando de brincadeira.

Flávia jogou um olhar mortal para as duas, mas não conseguiu esconder o sorriso que escapou. - Não começa, Rosamaria, que eu já passei vergonha o bastante hoje!

Rosamaria levantou as mãos em rendição, ainda rindo. - Tá bom, tá bom. Só achei engraçado como o time inteiro comentou essa marca aí, Flávia. Mas vamos logo, o pessoal já tá indo pro refeitório e não quero perder o melhor do jantar.

Maya olhou para Flávia, estendendo a mão para ajudá-la a se levantar. - Vamos lá, amor. Já que já foi todo o constrangimento do dia, o que custa mais um pouco?

Flávia bufou, mas pegou a mão de Maya e se levantou, com um sorriso tímido nos lábios. - Se continuar assim, vou parar de sair com você.

Maya riu, dando um beijo rápido na testa de Flávia. - Impossível. Você me ama demais.

Entre Odiar E AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora