78 - Loki

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"Você é um jogo perigoso, mas estou atraída por você

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"Você é um jogo perigoso, mas estou atraída por você."

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O vento cortante soprava entre as montanhas geladas de Jotunheim, o lar dos Gigantes de Gelo. Cada rajada trazia consigo uma sensação quase opressiva de isolamento. O frio penetrava até os ossos de Sn, e, embora estivesse acostumada a missões arriscadas, havia algo na atmosfera sombria que fazia seu coração bater mais rápido. Ao seu lado, Loki caminhava em silêncio, seus passos leves e quase inaudíveis, como se ele fosse parte das sombras que os cercavam.

Desde que deixaram Asgard, Sn percebia uma crescente distância entre eles. Loki, sempre enigmático, parecia ainda mais impenetrável, como se carregasse um fardo que não estava disposto a compartilhar. Ela sabia que ele escondia mais do que mostrava, mas tinha aprendido a ler os pequenos sinais — um desvio de olhar, um murmúrio solto entre frases.

— Está com frio? — Loki finalmente quebrou o silêncio, sua voz baixa e rouca, mais uma constatação do que uma pergunta.

Sn o olhou de relance, surpresa pela demonstração de preocupação.

— Só um pouco. — Ela respondeu, abraçando o próprio corpo para conter o tremor.

Sem hesitar, Loki ergueu uma das mãos e, em um movimento quase teatral, conjurou uma capa de veludo negro que se materializou do ar, flutuando suavemente até ela. Sn sentiu o calor imediato do tecido envolvendo seus ombros, a suavidade contrastando com a dureza daquele lugar inóspito.

— Não quero que adoeça. — Ele murmurou, sem olhá-la diretamente, como se o simples ato de bondade o envergonhasse.

— Obrigada. — Sn disse, a voz suave, mas carregada de significado. Sabia que, para Loki, esses pequenos gestos falavam mais que palavras. Mesmo mantendo seu semblante frio e distante, ele era mais protetor do que gostava de admitir.

Enquanto caminhavam, as montanhas ao redor pareciam se erguer como sentinelas silenciosas, o peso da missão sempre presente entre eles. Mas agora, havia algo mais naquele silêncio — uma tensão não dita, uma conexão crescente. Sn lançava olhares furtivos para Loki, observando como seus cabelos negros contrastavam com a pele pálida e como seus olhos verdes cintilavam no escuro, guardando segredos profundos demais para serem desvendados.

— Você é sempre tão misterioso, Loki. — Ela comentou com leve provocação, tentando aliviar o clima pesado. — Nunca sei o que se passa na sua cabeça.

Loki parou abruptamente e a encarou. Seus olhos intensos pareciam tentar ler sua alma.

— Ah, Sn! — Ele começou, a voz baixa e enigmática. — Se você soubesse metade dos meus segredos, talvez não estivesse tão tranquila ao meu lado. — O meio sorriso que ele esboçou era quase predatório, uma mistura de brincadeira e advertência.

Sn, porém, já estava acostumada a esse lado de Loki.

— Talvez eu goste de correr riscos. — Ela respondeu sem hesitar, o brilho de desafio em seus olhos.

Loki arqueou uma sobrancelha, impressionado, como se sua ousadia fosse inesperada, mas certamente apreciada.

— Deveria tomar cuidado com o que deseja. — Ele murmurou, aproximando-se lentamente. O tom de sua voz era quase sedutor, mas carregado de perigo, como se estivesse prestes a revelar algo sombrio demais para ser compreendido.

Ele parou a poucos centímetros dela, a proximidade eletrizando o ar entre eles.

— Nunca se sabe o que pode encontrar ao se aproximar de um deus da trapaça.

Sn podia sentir o calor do corpo de Loki, mesmo no frio gélido de Jotunheim, e, embora soubesse dos riscos, não recuou. Pelo contrário, ela enfrentou o olhar penetrante de Loki com determinação, um sorriso desafiador se formando em seus lábios.

— Talvez seja exatamente por isso que continuo ao seu lado, Loki. — Por um instante, o rosto dele suavizou. O deus da trapaça, sempre mascarado e fechado em suas emoções, parecia vulnerável. Era raro vê-lo exposto dessa forma, sem sua habitual fachada. Mas logo ele recuperou o controle, o sorriso de escárnio retornando.

— Você é mais corajosa do que imaginei, Sn. — Ele disse, agora com uma certa admiração. — Mas coragem não é suficiente para sobreviver no meu mundo. — Ele ergueu a mão novamente, desta vez tocando levemente o rosto dela, o polegar roçando sua pele com uma surpreendente delicadeza.

Sn prendeu a respiração. O toque de Loki era como fogo e gelo ao mesmo tempo, uma mistura de perigo e desejo que a fazia questionar até onde estava disposta a ir por ele.

— Eu nunca tive medo de você. — Ela sussurrou, mantendo o olhar firme no dele, desafiando-o mais uma vez.

Loki inclinou a cabeça, seus olhos cintilando com algo que Sn não conseguia decifrar completamente — admiração, desejo, ou talvez algo mais profundo, algo que ele guardava apenas para si.

— Talvez devesse. — Ele murmurou, antes de se afastar com um sorriso enigmático.

O momento passou, mas o peso de suas palavras permaneceu no ar. Enquanto continuavam a caminhada pelas terras gélidas, Sn sentia que, de alguma forma, havia cruzado uma linha invisível com Loki. E, embora soubesse que estar ao lado dele significava enfrentar mais sombras do que luz, estava disposta a seguir por aquele caminho incerto.

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