01 - Bucky Barnes

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"Nós não vamos nos despedir

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"Nós não vamos nos despedir. Porque adeus significa ir embora, e ir embora significa esquecer."

***

— Tem alguém que quer falar com você. — Steve diz, e eu entro na sala. Fico parada na porta, olhando para Bucky com uma mistura de sentimentos. Steve sai, nos deixando a sós.

— Oi. — O cumprimento suavemente, observando atentamente o seu estado. Bucky estava sentado em uma maca, recebendo soro no braço direito e sem o seu braço biônico.

— Oi. — Ele responde com um sorriso forçado, mas sua expressão revela desânimo e cansaço.

— Se eu pedi para você não fazer isso, você mudaria de ideia? — Minha voz sai esganiçada por conta do nó que se formou em minha garganta. A pergunta é carregada de preocupação e esperança, mostrando que estou disposta a respeitar seus desejos, mesmo que isso signifique fazer o contrário do que eu gostaria.

O suspiro de Bucky é carregado de emoção, e ele entrelaça seus dedos nos meus, transmitindo conforto e apoio mútuo. É um gesto simples, mas cheio de significado, mostrando que estamos juntos nessa e que podemos contar um com o outro para enfrentar o que quer que venha pela frente.

— Isso é algo que prefiro que não faça. — Levantei meu olhar para encontrar o seu, mas ele estava concentrado em nossas mãos entrelaçadas. —Eu teria dificuldade em dizer não para você.

— Então, não diga. — Sinto um aperto no peito, como se estivesse sufocando. Minha voz treme, embargada pelas lágrimas que ameaçam cair e minha visão fica turva.

Eu não queria chorar, especialmente na frente do Bucky. Mas era impossível conter o turbilhão de emoções que parecia esmagar meu peito. Por mais que soubesse que a decisão dele era sensata dadas as circunstâncias, meu coração se recusava a aceitar que fosse o melhor caminho a seguir.

Bucky levantou o olhar para o meu rosto e deu um leve aperto em minha mão, transmitindo conforto e apoio . Seu gesto simples foi o suficiente para me acalmar um pouco, mesmo diante da tormenta de emoções que me consumia.

— Eu não posso, Sn. — Seu sorriso não alcança seus olhos, e percebo que ele está tão quebrado quanto eu. Nossas palavras ecoam no espaço carregado de emoção, cada uma pesando como chumbo enquanto enfrentamos juntos a difícil realidade que se impõe sobre nós. Ele passa o dedo indicador sobre o pequeno corte em minha sobrancelha, uma marca da tentativa de conter o Soldado Invernal. — Não posso correr o risco de machucar mais ninguém, especialmente você. — Ele diz, sua voz carregada de pesar e preocupação. A vulnerabilidade em seu olhar reflete a profunda dor de ter que tomar decisões difíceis para proteger aqueles que ama.

— Por favor, não faça isso. — Imploro, perdendo o controle enquanto as lágrimas inundam meu rosto. Não é justo pedir isso a ele, mas eu preciso tentar. Não consigo imaginar minha vida sem ele. — Nós podemos encontrar outra maneira de resolver isso, sem você precisar se arriscar dessa maneira insana. — Minha voz ecoa com desespero, ansiando por uma solução que não exija sacrifícios irreparáveis.

Bucky me puxou para seus braços, acariciando minhas costas enquanto eu desabava em lágrimas. Ele permitiu que meu choro preenchesse todo o ambiente, oferecendo o conforto silencioso de sua presença. Eu sabia que nada do que eu dissesse o faria mudar de ideia, mesmo que implorasse de joelhos. Mas o que mais doía era a possibilidade de nunca mais vê-lo, de ter que seguir em frente sem o amor da minha vida. Nos braços dele, encontrei um refúgio temporário contra o peso insuportável da incerteza que nos envolvia.

As palavras "Eu te amo!" saem de sua boca rouca e baixa, atingindo meu coração como uma flecha certeira. Cada sílaba carregada de emoção reverbera dentro de mim, enchendo-me de calor e ternura.

— Eu também te amo. — Respondo, olhando para seus olhos marejados. Vejo a dor de um século de sofrimento e tortura que o atormentam dia e noite. É uma dor que transcende o tempo, uma carga que ele carrega consigo e que, por mais que eu tente, sou incapaz de compreender completamente.

Bucky tira uma mecha de cabelo do meu rosto, seu sorriso fazendo meu coração acelerar. Ele segura minha nuca com ternura, guiando meu rosto em direção ao seu, e nossos lábios se encontram em um beijo calmo e doloroso. É uma despedida singela, mas o peso do sentimento que nos uniu por quase dois anos torna o momento breve demais. Cada instante parece uma eternidade enquanto nos entregamos ao último toque de nossos lábios antes do adeus.

— Bucky, está pronto? — Steve entra na sala acompanhado pelos enfermeiros para dar continuidade ao processo. A voz dele corta o momento de despedida, trazendo de volta a dura realidade do que está por vir. Bucky assente, um olhar determinado em seus olhos,

Eu fico ao lado de Steve, observando enquanto Bucky se prepara para ser congelado. Era uma solução temporária, mas não tínhamos certeza de quanto tempo duraria. Bucky havia pedido para ser descongelado somente quando encontrássemos uma forma de desativar o Soldado Invernal. Por mais certa que fosse sua decisão, eu não conseguia imaginar minha vida sem ele. Depois de tudo o que passamos juntos, eu precisava encontrar uma maneira de trazê-lo de volta.

Ele entra na cabine, que é fechada logo em seguida, deixando-o congelado. Deus sabe por quanto tempo ele ficará assim. A incerteza paira no ar, pesando sobre mim como uma nuvem escura, enquanto me vejo confrontada com a realidade de sua ausência. A cabine agora é apenas uma cápsula solitária, guardando a pessoa que amo, mas que está inalcançável para mim.


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