57 - Bucky Barnes (PARTE II)

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"Estranhos em sua mente, assombrando seus pensamentos

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"Estranhos em sua mente, assombrando seus pensamentos."

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A cada passo que Sn dava, seu desespero se intensificva. O Soldado Invernal estava a poucos metros de distância, seus movimentos silenciosos e predatórios, e ela se encontrava em uma encruzilhada, sem saber para onde fugir. O ambiente ao redor era um labirinto vasto e sombrio, repleto de salas desconhecidas, onde as sombras pareciam dançar nas paredes, como se zombassem de sua situação.

Ela se dirigiu rapidamente a uma sala com janelas que pareciam oferecer uma saída. A luz do luar filtrava-se através do vidro sujo, criando um brilho tênue que iluminava o caminho. Sem hesitar, fechou a porta e usou um armário pesado para bloqueá-la, mesmo sabendo que essa precaução seria inútil diante da determinação inabalável de Bucky. A madeira rangia sob o peso, e o som ecoou pelo corredor, como um aviso à presa que se escondia.

Analisando rapidamente o ambiente em busca de uma possível defesa, Sn agarrou uma barra de ferro enferrujada que estava encostada na parede, sua única esperança em meio ao caos iminente. O metal estava frio e áspero ao toque, mas era um consolo. Determinada a criar uma rota de fuga através das janelas, começou a organizar algumas caixas disponíveis, velhas e empoeiradas, para montar degraus improvisados. No entanto, suas tentativas foram frustradas quando as caixas cederam sob seu peso, fazendo-a cair repetidas vezes no chão frio e implacável, sentindo a dor aguda em seu corpo já cansado.

Enquanto lutava contra as caixas rebeldes, os passos se aproximavam da porta com uma ameaça silenciosa, preenchendo o ar com uma tensão palpável. Sn sentia o peso do inevitável; a proximidade da morte iminente pesava em seus ombros como uma sombra sufocante. O eco dos passos de Bucky fazia seu coração disparar, um tambor de terror que pulsava em seu peito. Em meio à agonia, sua mente se voltava para Bucky, imaginando como sua partida afetaria o homem que ela tanto amava. Ela sabia que ele nunca se perdoaria.

Sn se moveu rapidamente para o outro lado da sala, afastando-se o máximo que podia da porta. A cada movimento, a barra de ferro em suas mãos trêmulas parecia se tornar mais pesada; sua respiração irregular ecoava na sala, como um alerta desesperado. Então, a porta foi brutalmente derrubada, e o armário que a bloqueava foi arremessado para longe, fazendo um estrondo ensurdecedor. Sn ficou encolhida contra a parede, seu coração batendo rápido, temendo o impacto iminente.

— Bucky, por favor! — suplicou ela, a voz embargada pela emoção enquanto o via se aproximar lentamente, como um predador em busca de sua presa. As lágrimas começaram a embaçar seus olhos, e a visão turva fazia com que a figura à sua frente parecesse uma sombra distante. Sabia que não era ele ali, mas uma versão distorcida e cruel de quem ele costumava ser. Não importava o que dissesse, não faria diferença. Era o fim. — Bucky, por favor, não faça isso.

Quando ele se aproximou o suficiente, Sn desferiu um golpe com a barra de ferro, um movimento desesperado, e tentou fugir em direção à saída. Mas, antes que pudesse alcançar a porta, Bucky a interceptou com uma agilidade assustadora, arremessando seu corpo com violência contra as caixas empilhadas. Elas desabaram sobre ela, provocando uma onda de dor que a fez gemer, enquanto buscava alívio para suas costelas doloridas, o ar lhe faltando.

— Seu nome é James Buchanan Barnes, você nasceu em dez de março de mil novecentos e dezessete. Seu pai se chamava George e sua mãe, Winifred. Seu melhor amigo é Steve Rogers, o Capitão América. — Disse Sn com esforço, cada palavra um desafio para sua voz já cansada. Ela lutava para alcançar a barra de ferro enquanto Bucky a segurava pelos cabelos, forçando-a a se levantar, o toque dele agora um eco de amor transformado em agressão.

— Nos conhecemos em dois mil e quinze; você estava se escondendo, tinha muitas pessoas à sua procura e eu te ajudei, mesmo sabendo quem você era. Mesmo você não querendo minha ajuda, eu te ajudei. — Continuou ela, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto ao encarar a escuridão nos olhos daquele que tanto amava. A dor em seu peito era quase insuportável. — Por favor, tenta lembrar quem eu sou. Tenta lembrar quem você é.

O soldado a observava friamente, sem qualquer sinal de remorso ou culpa. Nada do que ela dizia conseguia despertar lembranças dos momentos compartilhados ao lado da mulher pela qual ele era perdidamente apaixonado. Para ele, Sn não passava de mais uma missão a ser cumprida, e o Soldado Invernal nunca falhava em suas missões. Ele era a máquina, sem espaço para emoções.

Bucky a lançou com violência contra a parede. Sn sentiu uma dor latejante na cabeça, enquanto um líquido quente escorre por sua nuca, manchando a gola de sua camisa. Sangue. O gosto metálico preenchia sua boca, misturando-se às lágrimas que deslizavam por seu rosto.

Cada tentativa de inspirar o ar causava dores terríveis em seu peito, enquanto seus pulmões protestavam contra a agonia. O homem se aproximava mais uma vez, mas Sn não tinha mais forças para lutar. Ela sabia que não faria diferença de qualquer maneira; era como tentar deter uma tempestade.

Seus pulmões se esvaziam quando dedos de metal envolvem seu pescoço, erguendo seu corpo do chão e privando-a do ar. Sn se debate, tentando desesperadamente se soltar, mas suas forças estavam se esgotando. Ela se sentia dolorida e machucada, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Os olhos azuis cristalinos de Bucky a encaravam friamente, vazios e sem brilho, destituídos de qualquer vestígio do homem maravilhoso por quem ela havia se apaixonado.

Muitos afirmam que, antes de partir, a vida se desenrola como um filme diante dos olhos. Sn nunca fora de acreditar nisso; para ela, a morte era o fim absoluto, sem narrativas retrospectivas ou instantâneos da vida vivida, apenas o término iminente. No entanto, naquele instante derradeiro, diante da iminência da morte, ela teve uma visão vívida de cada momento compartilhado com Bucky. Cada riso, cada desafio, e os sonhos de um futuro juntos passaram diante de seus olhos, como uma fita de memórias que se desenrolava lentamente. Era a vida perfeita, mas agora estava tudo chegando ao seu desfecho, a felicidade transformando-se em tristeza.

Ele pressionou ainda mais o pescoço dela, e Sn sentiu-se desfalecer. Seu corpo já não respondia, a visão turva, a mente à beira da inconsciência. Não havia mais resistência em seus movimentos, apenas um olhar fixo no homem que ela havia jurado amar até o último suspiro, e que agora cumpria sua promessa até o último fôlego.

— Eu te amo, James Buchanan Barnes, e vou te amar até a última batida do meu coração. Não se culpe, eu te perdoo! — Uma lágrima solitária desce pelo seu rosto enquanto ela é engolida pela escuridão, um último desejo de que ele se lembrasse do amor que um dia os uniu.

***

Continua...

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