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Rafael Torres

No dia seguinte, acordei meio zonzo, ainda sentindo o peso do cansaço nos ombros. A noite tinha sido cheia de sonhos confusos. Me espreguicei e olhei para o relógio. Já estava na hora de levantar, então me forcei a sair da cama, tentando afastar os pensamentos sobre o Eduardo. Não queria ficar preso nisso. Tinha que focar na minha vida, no futebol, no próximo jogo.

Fiz meu café e comi qualquer coisa, sem muita vontade. Era estranho como os últimos dias pareciam ter uma nuvem pairando sobre mim, uma sensação esquisita de que algo estava diferente, mas eu não conseguia entender o quê. Terminei o café e peguei o celular. Lá estava a notificação: Eduardo me seguiu de volta. Aquele mesmo arrepio estranho percorreu meu corpo. Logo dei um sorrisinho ainda mais depois que vi a mensagem dele.

"Oi, Rafael. Sei que o caso ainda tá em aberto, então, se lembrar de qualquer detalhe que não mencionou, pode me falar. A gente tá aqui pra ajudar."

Fiquei olhando a mensagem por alguns minutos, sem saber o que responder. Era só uma mensagem normal, mas por algum motivo fez meu coração bater forte. Digitei uma resposta rápida, "Tranquilo, Eduardo. Obrigado por avisar. Qualquer coisa, te falo." Enviei e fiquei me perguntando se devia ter dito mais alguma coisa.

Suspirei e deixei o celular de lado. -Deixa para lá, Rafael. Falei para mim mesmo, era impossível não fingir que não gostei dele ter mandado uma mensagem. Tentando ignorar, fui para o treino, lá eu dei tudo de mim. Cada corrida, cada chute, cada passe. O técnico e os caras notaram a minha intensidade, até comentaram que eu parecia mais focado.

Depois do treino, fui para o vestiário. Tomei um banho rápido, ainda pensando naquela mensagem. Me troquei e saí indo para casa.

Cheguei em casa e me joguei no sofá, sentindo o cansaço do treino bater. Mas ao invés de descansar, fiquei mexendo no celular, pensando em como responder ao Eduardo de novo, puxar algum assunto que fosse além do trabalho, só pra ver o que ele diria. Acabei enrolando, e no fim, não escrevi nada.

As horas passaram e, no fim da tarde, fui dar uma corrida pra tentar clarear a cabeça. Enquanto corria, comecei a me perguntar o que, afinal, tava acontecendo comigo. Era só curiosidade ou tinha algo mais? Eu nunca tinha me sentido assim, ainda mais por alguém que mal conhecia. Parecia loucura, mas eu não conseguia evitar. Talvez... só talvez, eu queria ele, o que era mais estranho ainda.

Quando voltei pra casa, fui direto pro banho. A água quente ajudava a relaxar, mas, ao mesmo tempo, parecia intensificar a confusão na minha mente. Saí do banheiro, me sequei e me joguei na cama, exausto. Antes de dormir, peguei o celular e abri a conversa com o Eduardo de novo. Fiquei encarando a tela por um tempo, pensando no que poderia dizer. Acabei mandando uma mensagem sem pensar muito: "Que tal a gente sair, qualquer dia desses? Para relaxar, dar uma espairecida."

Enviei e larguei o celular, tentando não me sentir ansioso pela resposta. Cara não vou conseguir dormir até ter a resposta. E seja lá o que fosse acontecer, eu só queria entender por que esse cara mexia tanto comigo

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