27

195 31 3
                                    

Rafael nem conseguiu falar com Eduardo pessoalmente antes da viagem. Tudo o que tiveram foi uma ligação, o que deixou o jogador ainda mais desanimado. Ele partiria naquela madrugada, e a despedida à distância pesava em seu peito. Eduardo explicou que não poderia comparecer ao jogo devido a compromissos de trabalho, mas Rafael sabia que ouvir aquilo não tornava a situação menos dolorosa. Ele queria ter beijado seu homen, antes de ir.

No avião, o clima entre os jogadores era de pura descontração. Risadas e piadas voavam de um lado para o outro, fazia o ambiente parecer uma festa, pura resenha. Rafael estava perdido em seus pensamentos, perdido na saudade.

— Que foi, Rafa? Tá com uma cara tão pra baixo — perguntou Thiago, inclinando-se sobre o assento ao lado de Rafael.

Rafael soltou um suspiro e olhou para o amigo, com um sorriso triste.

— O Eduardo não vai poder vir me ver jogar — respondeu, com a voz meio triste.

Thiago abriu um sorriso maroto e levantou-se, chamando a atenção de todos os outros jogadores.

— Oh meu Deus, galera! O Rafa tá doente de amor! — gritou ele, provocando uma salva de gargalhadas e piadas que ecoaram pelo avião. Rafael não conseguiu conter o riso diante da zoação dos amigos; eram idiotas, mas conseguiam arrancar um sorriso dele.

Chegando na cidade, o time se acomodou em um hotel aconchegante. Cada jogador tinha seu próprio quarto, garantindo privacidade. Não havia muito a ser feito naquela noite, então combinaram de visitar alguns pontos turísticos antes do treino do dia seguinte.

Rafael, não conseguia tirar Eduardo da cabeça. Dois dias antes, ele havia recebido as correntes encomendadas, com as iniciais “R” e “E”, planejando entregar a Eduardo. Mas agora, com a certeza de que Eduardo não estaria lá, o plano parecia ter sido perdido.

______________________________

Enquanto isso, Eduardo finalmente conseguiu três dias de folga. Na verdade, tudo o que ele disse ao jogador era uma desculpa. Eduardo havia planejado uma surpresa desde o começo. Ele viajaria naquela noite e se hospedaria em um hotel próximo ao estádio onde o jogo aconteceria.

Cada detalhe foi pensado com carinho. Ele verificou as reservas, organizou as passagens e preparou as alianças que havia encomendado com tanto entusiasmo. As alianças seriam um grande passo. O toque final para a surpresa seria um buquê de flores, que ele compraria no dia seguinte.

Com tudo pronto, Eduardo tentou relaxar, mas a ansiedade fazia seu coração acelerar. O dia seguinte seria surpreendente? E ele mal podia esperar para ver a expressão de Rafael quando o visse na arquibancada. Era uma surpresa que ele não esqueceria tão cedo.

prisão sem gradeOnde histórias criam vida. Descubra agora