prisão sem grade

17

Os raios de sol atravessavam a janela, iluminando o ambiente naquela manhã tranquila. Rafael se remexeu na cama, abrindo os olhos devagar enquanto se acostumava com a claridade. Eduardo ainda estava em sono profundo, agarrado à cintura de Rafael, o corpo colado ao dele. Rafael olhou para o rosto relaxado do outro por um momento, sentindo uma pontada de afeto.

Com cuidado, ele se livrou do aperto gentil de Eduardo e se sentou na beirada da cama, pegando o celular na mesinha ao lado para checar a hora. Era cedo ainda, mas ele tinha treino naquela manhã. Suspirou, pensando em como gostaria de poder ficar ali, com Eduardo, sentindo o calor confortável que só ele proporcionava.

A ideia de inventar uma desculpa e faltar ao treino passou por sua cabeça. Mas ele sabia que, se fizesse isso, levaria uma bronca no dia seguinte. Levantando-se, foi ao banheiro tomar um banho, e depois seguiu para a cozinha.

O aroma de café começou a tomar conta da cozinha enquanto Rafael preparava a cafeteira. Ele queria que Eduardo acordasse com algo agradável, ainda mais depois do acidente de ontem. Pensou que um bom café da manhã seria o jeito perfeito de cuidar dele. Preparou ovos mexidos, torradas e pegou o suco de laranja na geladeira. Sentia que deixar tudo pronto antes de sair era o mínimo que poderia fazer.

Enquanto esperava os ovos ficarem prontos, Rafael deu uma olhada rápida no celular. Não tinha checado direito antes. Até que viu uma mensagem no grupo que consistia em Gustavo, Thiago, Victor e ele.

Thiago: "Rafa, saiu uma notícia sobre você e o Eduardo. Em uma página de fofoca."

Rafael parou de mexer os ovos por um instante, franzindo o cenho ao ver a mensagem de Thiago. "Como assim?", pensou. O coração acelerou, e ele clicou rapidamente no link que acompanhava a mensagem.

Era uma página de fofocas que misturava informações sobre atletas e celebridades. No post, falava sobre um possível "romance" entre Rafael e Eduardo.

"Na tarde de ontem, o jogador Rafael, foi visto entrando às pressas no hospital central. Pessoas de dentro do local, afirmam tê-lo visto trocando afeto com um policial, que se machucou em uma operação naquela tarde. Será que eles estão em um relacionamento?" Havia fotos dos dois se abraçando e de Eduardo beijando o pescoço de Rafael.

— Porra... — murmurou ele. Voltou ao grupo.

Gustavo: "E aí, Rafa? Vai negar ou confirmar?"

Victor: "Vish, mano."

Thiago: "E agora?"

Rafael largou o celular sobre o balcão, respirando fundo. Ele sabia que uma hora vazaria, até porque não estava sendo muito cuidadoso. Eduardo ainda não sabia disso, e Rafael não queria que as coisas ficassem estranhas entre eles por causa de boatos. Sentiu-se preocupado e frustrado.

Ele voltou a mexer os ovos, tentando manter a calma. Sabia que nada ali estava confirmado, mas boatos como esses podiam crescer rapidamente, e ele não tinha como prever como Eduardo reagiria. Será que ele estaria pronto para lidar com isso? Rafael não queria que Eduardo se prejudicasse, nem que isso afetasse seu trabalho.

Quando terminou de preparar o café, Rafael arrumou tudo na mesa e respirou fundo antes de pegar o celular de novo. Mandou uma mensagem curta para o grupo.

Rafael: "Boato falso, nada a ver."

Ele não estava mentindo exatamente. Eles estavam ficando, mas ainda não estavam namorando. Era a resposta mais simples e rápida que poderia dar no momento. Precisava de tempo para processar a situação e, principalmente, para conversar com Eduardo sobre o que havia acontecido, antes que o assunto ganhasse mais força.

Ligou para seu assessor, pedindo que ele lidasse com a notícia. Deixou o celular de lado e foi até o quarto, onde Eduardo ainda dormia profundamente. Por um segundo, Rafael pensou em não contar nada, mas sabia que a conversa era importante. Assim que Eduardo acordasse, eles teriam que discutir o assunto.