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Rafael passou o resto da manhã entre a ansiedade e um alívio que mal sabia como lidar. A cada minuto, olhava para o celular, esperando uma resposta de Eduardo sobre o encontro. A espera era sufocante, mas a chance de resolver as coisas pessoalmente trazia uma esperança que ele nem sabia que ainda tinha.

Finalmente, o celular vibrou com a notificação que ele tanto aguardava.

Eduardo: "Vamos nos encontrar na cafeteria, às 17 horas."

Rafael soltou um suspiro de alívio e se preparou, vestiu uma roupa. Precisava se manter calmo e focado no mais importante: reconquistar Eduardo.

Ao chegar na cafeteria, o sol já começava a se pôr. O lugar estava tranquilo, as pessoas comiam e conversavam. De longe, Rafael avistou Eduardo sentado na mesinha perto da janela, braços cruzados e expressão fechada. Ele parou por um momento, respirou fundo e se aproximou.

— E aí, Edu — disse Rafael, com um sorriso nervoso.

Eduardo levantou o olhar, os olhos escuros fixos em Rafael por alguns segundos antes de responder:

— Oi, Rafa.

O silêncio que se seguiu era denso, cheio de significados. Rafael engoliu em seco e sentiu o peso das palavras que precisava dizer.

— Obrigado por vir. — começou Rafael, com a voz baixa, mas determinada. — Eu quis que você soubesse que tudo o que disse na live era de verdade. Desculpa por tudo, por ter te magoado, pelas besteiras que fiz.

Eduardo manteve a expressão séria, mas os ombros relaxaram um pouco.

— Rafael, eu sei que você passou por muita coisa. E eu também errei tentando empurrar as coisas quando talvez não estivéssemos prontos. Eu nunca quis te machucar, eu fiquei com ciúmes e raiva na hora, acabou que deu nesse desentendimento —

Rafael assentiu, sentindo uma pequena esperança crescer. Se inclinou, pegando a mão de Eduardo.

— Amor, eu juro que eu não beijei a garota no dia do jogo. Mas depois que a gente terminou, eu fiquei sim com outra. Eu tava bêbado, decepcionado, todo momento eu pensava em você.

— Desculpa, os seus amigos me contaram, e eu tinha entendido errado. Depois de ver por outros ângulos, dá pra ver que você não sabia o que fazer. Mas tudo bem a gente tinha acabado.

Rafael assentiu, os olhos se enchendo de esperança.

— E aí, quer voltar? — perguntou Rafael, deixando a tensão escapar.

— Vamos tentar novamente — respondeu Eduardo.

Rafael sorriu, pela primeira vez naquele dia, um sorriso sincero.

Eduardo segurou o olhar por mais um momento antes de deixar escapar um pequeno sorriso.

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