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Já se passaram três dias desde o encontro entre Rafael e Eduardo, mas as memórias daquela noite ainda estavam lá . Ele tentava afastar as lembranças enquanto se concentrava no tão esperado jogo que aconteceria hoje. Estava ansioso para mostrar o seu melhor em campo, e talvez até um pouco mais.

O estádio estava lotado, a torcida vibrava nas arquibancadas, e o clima era tenso. Enquanto o time se preparava no vestiário, Rafael pegou o celular, para dar uma olhada nas mensagens. Havia uma de Eduardo: "Boa sorte no jogo! Sei que vai dar seu melhor." Rafael deu um sorrisinho e respondeu rápido: "Valeu, cara. Tô aqui pra ganhar. Depois a gente conversa." O técnico passava as últimas instruções.

Quando finalmente pisou no gramado, o barulho da torcida pareceu acalmar os nervos. Ele sabia que precisava deixar tudo em campo hoje. O apito inicial soou e, desde o primeiro toque na bola, Rafael mostrava que estava com sangue nos olhos, determinado a fazer a diferença. Treinou mais de uma semana inteira para esse jogo.

Os minutos se passavam, e ele corria para cima e para baixo, buscando o gol com uma força que até os companheiros de equipe notaram. Em um lance decisivo, ele driblou dois marcadores e fez um belo passe que resultou no primeiro gol do time. A torcida explodiu em comemoração, e Rafael sentiu um misto de alívio e orgulho.

Durante o intervalo, enquanto se hidratava e ouvia as instruções do técnico, estávamos perto.
Ele queria terminar o jogo com uma vitória, não só para o time, mas também como uma forma de manter aquele sentimento bom que vinha carregando desde o encontro.
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O jogo finalmente tinha acabado, e a vitória mais uma vez era vista. Mesmo que o último gol não tenha sido do Rafael. Ele tava exausto tinha dado tudo de si. Agora ia tomar um banho, sair para se divertir com os caras. Que já tavam combinando de sair para comemorar, e Rafael já tava dentro.

No vestiário, o clima era de festa. A música tocava alto, os jogadores riam e se cumprimentavam, celebrando. Rafael tomou um banho rápido, tentando se livrar do cansaço acumulado, e vestiu uma roupa casual. Estava ansioso para relaxar um pouco, beber com os amigos e, quem sabe, esticar a noite para algo mais interessante.

— E aí, Rafa? Vamos sair pra comemorar, né? — perguntou Gabriel, animado, enquanto colocava o braço em volta dele.

— Claro, tô dentro. — Rafael respondeu com um sorriso. — Acho que depois de hoje, a gente merece uma comemoração à altura parceiro.

Depois de se arrumarem, os caras foram para um bar perto do estádio, onde já costumavam ir. O lugar estava movimentado, e eles logo encontraram uma mesa para acomodar todo o grupo. Pediram algumas cervejas, e as piadas e histórias engraçadas começaram a surgir, mantendo o clima descontraído e animado.

Rafael, porém, se pegava de vez em quando olhando para o celular. Será que Eduardo também estava acompanhando o jogo? Será que ele mandaria outra mensagem? Com o barulho e a conversa ao redor, ele tentava afastar esses pensamentos, mas era difícil. As risadas dos amigos ajudavam, e ele se permitiu relaxar e aproveitar o momento.

Já passava das 19:00, Thiago cutucou Rafael, percebendo que ele estava um pouco mais quieto do que o normal.

—Rafa! Tá voando aí? Alguma coisa na cabeça? Ou tá pensando em alguém?

Rafael deu um sorriso meio sem jeito.
— Relaxa, só tô curtindo. Mas vocês sabem como é... tem coisa que fica na cabeça, né?

Victor não perdeu a chance de brincar.

— Ih, olha aí. O cara não para de pensar no chopp romântico que teve na sexta-feira! Se tá com saudade, manda mensagem logo. Tá esperando o quê?

Rafael quando se interessava por alguém ficava muito na cara. Não importava o gênero, estavam em um mundo moderno. Tinha que experimentar de tudo mesmo. Seus amigos os mais próximos não tinham preconceito.
Rafael riu e balançou a cabeça, pegando o celular.

— Tá bom, seus otários, vou mandar uma mensagem. Mas só porque eu quero, não porque vocês tão falando.

Ele digitou rapidamente: "Jogo acabou e a gente ganhou. Quem sabe a gente não sai pra comemorar, hein?" Depois de enviar, ele largou o celular na mesa e voltou a se juntar à conversa com os amigos, tentando não pensar muito na resposta que viria.

prisão sem gradeOnde histórias criam vida. Descubra agora