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A campainha tocou, Rafael  abriu a porta sabendo que era o Edu, já que seu acesso foi liberado. —Opa, Boa noite. Trouxe umas bebidas— fala Eduardo, sorrindo.
Rafael deu um passo para o lado, abrindo espaço para ele entrar. Porra ele tava tão lindo.

— Boa noite! Pode chegar, Edu. E valeu pelas bebidas — respondeu Rafael sorrindo, e fechando a porta enquanto Eduardo entrava com um sorriso no rosto.

O clima estava bom, e dentro da casa já tinha uma música tocando em um volume baixo. Rafael guiou Eduardo até a sala, onde havia preparado alguns petiscos e uma mesa com copos e bebidas variadas. Eduardo colocou as garrafas que trouxe ao lado das outras, enquanto Rafael pegava um par de copos.

— Vamos começar com uma dose? — Rafael apontou, já servindo os copos com uma das bebidas que Eduardo trouxe.

Eduardo pegou o copo e ergueu em um brinde improvisado. — A nós e à noite de hoje. Que seja divertida.

Eles brindaram e tomaram um gole, sentindo a bebida esquentar o corpo. Começaram a conversar, relembrando momentos engraçados e falando sobre o que havia acontecido nas últimas semanas. A proximidade que sentiam um com o outro parecia natural, como se a distância dos últimos dias não tivesse diminuído a conexão que haviam começado a construir.

As bebidas começavam a fazer efeito, a conversa foi ficando mais... Rafael notou que Eduardo o observava de uma forma diferente, com um brilho nos olhos que parecia misturar curiosidade ou algo mais. Em um impulso, ele sorriu e fez uma pergunta, tentando quebrar o clima que estava se formando.

— Não tá cansado de me ouvir falar não? — brincou, dando um gole no copo.

Eduardo balançou a cabeça, rindo. — De jeito nenhum. Na verdade, tava gostando do que você tava dizendo. Mas... tava pensando se você topa uma rodada de algum jogo. Sei lá, pra dar uma animada.

Rafael levantou uma sobrancelha. —Tipo o quê?

— Um jogo de perguntas — sugeriu Eduardo, com um olhar malicioso. — Cada um faz uma pergunta e a gente tem que responder de verdade, sem escapar.

Rafael assentiu, sentindo a excitação subir. — Fechado. Quem começa?

—Pode ser eu— responde Eduardo.

Eduardo começou com uma pergunta simples: 
— Qual foi a coisa mais louca que você já fez em uma festa? 

Rafael riu e pensou por um momento antes de responder: 
— Teve uma vez que pulei na piscina pelado. Tava muito bêbado e achei que seria uma boa ideia na hora. 

Eles riram, e Rafael revidou: 
— E você? Qual foi a coisa mais vergonhosa que já te aconteceu? 

Eduardo fez uma cara de quem não tinha escolha e respondeu: 
— Uma vez eu tropecei na frente de todo mundo em um evento importante e acabei derrubando uma bandeja cheia de bebidas. 

À medida que o jogo avançava, as perguntas foram se tornando mais pessoais: 

Eduardo perguntou: 
— Já teve um encontro que deu muito errado? 

Rafael pensou um pouco, mas decidiu ser sincero: 
— Teve sim, a pessoa simplesmente ficou no celular o tempo todo. Parecia mais interessada no Instagram do que em mim. 

Em seguida, Rafael fez uma pergunta que aumentou a tensão no ar: 
— Você já se sentiu atraído por alguém que não esperava? 

Eduardo sorriu levemente, encarando Rafael nos olhos e logo em seguida sua boca, antes de responder: 
— Já. Inclusive, acho que tá acontecendo agora. 

O silêncio que se seguiu parecia cheio de significados, e Rafael sentiu uma onda de eletricidade tomar conta do ambiente. Ele decidiu quebrar o gelo: 
— Então, última pergunta: se pudesse escolher qualquer coisa pra fazer agora, o que seria? 

Eduardo se aproximou um pouco mais, diminuindo a distância entre os dois e respondeu com um olhar direto: 
— Acho que você sabe o que eu escolheria.

O clima na sala estava carregado de uma tensão elétrica, e ambos sabiam que o que aconteceria a seguir mudaria o rumo da noite. Rafael respirou fundo, tentando processar a confissão de Eduardo. E a proximidade entre eles parecia cada vez menor.

— Acho que sei — respondeu Rafael, a voz saindo em um tom mais baixo, quase um sussurro.

Eduardo, sem hesitar, deu o próximo passo, aproximando-se mais e tocando levemente a cintura de Rafael. Aquele gesto simples, porém cheio de intenções, parecia ter quebrado qualquer barreira que ainda restava entre eles. O olhar de Eduardo era intenso, e havia algo no olhar dele que chamava desejo.

Rafael não resistiu. Ele fechou a pequena distância que ainda os separava e puxando Eduardo para um selinho seguido de uma mordida em seus lábios. Como se tivesse experimentando-os. Mas não esperou muito para atacar a boca do outro, com um beijo intenso e quente. Suas línguas se moviam como se estivessem dançando. Suas mãos passavam de suas costas até a nuca arranhando, e fixando elas lá. Eduardo não estava muito diferente uma mão estava puxando a cintura do Rafael ainda mais para perto fazendo o calor de seus corpos aumentar, enquanto a outra estava em sua nuca. Suas línguas dançavam em perfeita sincronia. Com uma mistura de descoberta e vontade.

Era como se tudo ao redor desaparecesse, deixando apenas os dois naquele momento. Eles  finalmente se afastaram um pouco, terminando o beijo com selinhos. Seus olhos se encontraram novamente, e ambos soltaram um riso nervoso, como se estivessem rindo de si mesmos por terem demorado tanto para chegar a esse ponto.

— Acho que essa foi uma resposta maravilhosa— Eduardo comentou com um sorriso travesso.

— E acho que a noite só começou — respondeu Rafael, puxando Eduardo de volta para mais um beijo, mas dessa vez calmo, enquanto a noite se desenrolava. Mas eles não passaram disso. As conversas continuaram. Trocando carícias Eduardo voltou para sua casa um pouco mais tarde. Com uma mistura de satisfação e alegria, finalmente eles tinham avançado.

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