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Rafael Torres


Acordei até inspirado, pois é, chegou a tão esperada sexta-feira. O dia que vou sair com o Eduardo. Levantei da cama até animado, já entrando no banheiro e tomando um bom banho gelado. Troquei de roupa, fui tomar café, que a Dona Maria deixou pronto para mim. Peguei o celular mandando mensagem para o Eduardo. "E aí, cara. Nosso compromisso ainda tá de pé?" Perguntei.

Não recebi a resposta de imediata, então peguei a chave do meu carro. E fui para o treino, o próximo jogo seria daqui a 3 dias.

Cheguei no treino ainda com aquela animação na cabeça. A sexta-feira mal tinha começado, mas a ideia de sair com o Eduardo já me deixava inquieto. Peguei minha garrafa de água, cumprimentei os caras e comecei a aquecer, enquanto a mente ia e voltava na expectativa de ver o Eduardo de novo.

Durante o treino, dei o meu máximo. Corri, chutei, briguei pela bola como se minha vida dependesse disso. Era a única forma de manter os pensamentos longe. Até o técnico comentou que eu parecia mais concentrado do que o normal, e os companheiros de equipe também notaram. —Tá empolgado pro jogo, hein, Rafa?—, um deles brincou, me dando um tapa nas costas. Dei uma risada e fiz que sim, sem dar muita bandeira.

Quando o treino acabou, fui direto pro vestiário. Enquanto tomava banho, não conseguia parar de pensar no encontro. E se a gente não tivesse assunto? E se fosse meio estranho? Essas dúvidas começaram a surgir, mas logo espantei tudo. Era só uma saída, pra gente relaxar, trocar uma ideia. Não tinha por que complicar. Né?

Depois do banho, vesti uma roupa confortável e fui até o carro. O Victor, Gustavo e o Thiago me acompanharam. Os caras tinha marcado de almoçar juntos. Peguei o celular antes de dar a partida e vi que o Eduardo tinha respondido: "Tá sim, Rafael. Te encontro no bar às 20h. Tô esperando, hein." Não pude evitar de dar um sorriso. Victor olhou pra mim pelo retrovisor e já começou a rir.

— Ihhh, o Rafa tá todo sorridente hoje, hein? Quem é a sortuda? — perguntou, cutucando Gustavo, que também riu junto com o Thiago.
Revirei os olhos, tentando disfarçar a cara de bobo que eu devia estar fazendo.

—Não tem sortuda, parem de graça, só vou sair para beber com um amigo. Trocar uma ideia, dar uma relaxada. Nada demais. Respondi mas sabia que aquele papo não convencia ninguém. Gustavo não perdeu a chance de entrar na zoeira.

— Relaxar, né? Sei... Eu já vi esse tipo de “relaxamento” antes. Não precisa se explicar, Rafa, só conta pra gente: vai rolar um chopp romântico ou é só conversa mesmo? Soltei uma risada e balancei a cabeça.

— Vocês são uns idiotas, sério. Eu vou lá só pra trocar uma ideia e ver qual é a dele. Victor riu, dando um tapinha no meu ombro. Enquanto dava a partida no carro, os caras ainda riam e faziam piada. O Thiago se virou e disse:

— Só não vai se apaixonar, hein, Rafa? Ou melhor, se apaixonar pode... só não esquece dos amigos.

— Na moral vão se foder, falei rindo. A zoeira continuou o caminho todo, mas, no fundo, eu tava mais ansioso do que nunca.

Cheguei em casa e tinha umas horas antes do encontro, e eu não sabia exatamente o que fazer com o tempo. Então resolvi continuar a ver uma série, que estava assistindo.

Quando deu umas sete horas, fui me arrumar. Tomei um banho, vesti uma roupa bonita. Olhei no espelho, ajeitei o cabelo e, pela primeira vez em muito tempo, me senti meio nervoso. Mas, ao mesmo tempo, era uma sensação boa.

Saí de casa e dirigi em direção ao bar. O relógio marcava 19:55, desci do carro e entrei no bar.
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Eduardo Galvão

Sexta-feira, era meu dia de folga, e o dia que tinha marcado de sair com o Rafael. De manhã eu resolvi alguns compromissos. Já à tarde almocei com uns amigos, e fui fazer compras. Já que lá em casa tava faltando algumas coisas. E no resto do dia fiquei de boa assistindo. Umas 19:00 horas tomei um banho demorado, deixando a água quente relaxar meus musculação.

Dei uma última olhada no espelho, ajeitando o cabelo e escolhendo uma roupa top. Não queria parecer que me esforcei demais, mas também queria mostrar que eu tava interessado em fazer essa noite valer a pena. Mesmo que seja issom

Peguei meu celular e vi a mensagem do Rafael mais cedo perguntando se o compromisso ainda estava de pé. Dei um sorriso e respondi: “Tá sim, Rafael. Te encontro no bar às 20h. Tô esperando, hein.”

Saí de casa com tempo de sobra e, ao chegar no bar, decidi ficar do lado de fora, dando uma volta enquanto esperava. Era uma noite fresca e havia um movimento animado na rua. Olhei para o relógio: 19:40. Entrei e fui direto para uma mesa no canto, um pouco mais isolada, mas ainda com uma boa vista do bar. Pedi uma cerveja para começar e fiquei observando a entrada, esperando ver quando ele chegasse.

Poucos minutos depois, lá estava ele. Rafael entrou no bar, vestindo uma roupa que o deixava com um ar bem atraente. Ele deu uma olhada rápida pelo ambiente, e quando nossos olhos se encontraram, levantei a mão para acenar, chamando a atenção dele.

prisão sem gradeOnde histórias criam vida. Descubra agora