Dia 45

293 74 2
                                    

Richard

Cheguei em casa no fim da tarde, depois do jogo, com aquela sensação boa de cansaço. Tinha sido um jogo disputado e intenso, e tudo o que eu queria agora era relaxar e curtir um tempo com a Nanda e a Thaís. Abri a porta com um sorriso no rosto, sentindo aquela paz de estar em casa depois de uma vitória.

Quando entrei, vi a Nanda na sala, de braços cruzados, parecendo concentrada no telefone. Me aproximei, pronto para um beijo ou qualquer sinal de carinho depois de um dia longo, mas, quando fui para beijá-la, ela virou o rosto bruscamente, me deixando no vácuo.

  – Fiz alguma coisa, Nanda? — perguntei, surpreso com a frieza dela.

Ela ergueu uma sobrancelha e soltou um suspiro impaciente.

  – Você fez alguma coisa? — respondeu, o tom de voz carregado de ironia, como se eu fosse o maior hipócrita da face da Terra.

Fiquei ali, parado, tentando entender o que estava acontecendo. A frieza dela estava evidente, e aquela distância, aquele silêncio carregado, era pior do que qualquer discussão. Era como se ela quisesse me punir com o desprezo.

  – Nanda, o que foi? — insisti, tentando puxar alguma explicação, mas ela já havia voltado a atenção para o celular, ignorando totalmente minha presença.

Sem saída, resolvi subir para o quarto, cada degrau pesando mais do que o anterior. Sentei na cama, tentando juntar as peças do que poderia ter causado aquilo. As últimas semanas tinham sido um misto de provocações e tentativas de reconciliação, mas eu acreditava que, aos poucos, estávamos nos alinhando.

Peguei o celular e comecei a buscar qualquer coisa que pudesse explicar a reação da Nanda. No fundo, eu já imaginava que algo devia ter acontecido, talvez algo que eu mesmo tivesse causado sem perceber. Depois de alguns minutos de pesquisa, encontrei uma matéria de fofoca que me fez prender a respiração.

Ali estava, estampado com fotos de mim e uma colega carioca antes do jogo, numa pose amigável, mas que, nas lentes da mídia, parecia mais próxima do que realmente era. Eles tinham colocado um título sugestivo e insinuante, como se tivesse algum flerte envolvido.

Desci as escadas rapidamente, o coração acelerado. Encontrei a Nanda na cozinha, mexendo distraída em alguma coisa, mas o rosto dela estava sério, e o olhar, distante. Parei na porta e respirei fundo.

  – Nanda, eu preciso que você me escute — comecei, tentando manter a voz firme, mas sem soar desesperado.

Ela não olhou para mim, apenas continuou mexendo no que estava fazendo, com um ar de indiferença.

  – Eu vi a fofoca. A foto com a colega carioca... é isso que te deixou assim? — perguntei, tentando medir cada palavra para não piorar a situação.

Ela finalmente ergueu os olhos, o olhar cheio de ressentimento e uma pontada de raiva.

  – Parabéns, Richard, você finalmente entendeu — respondeu ela, o tom ácido. — Mas é óbvio que vai dizer que não é nada, né? Que a gente já teve essa conversa mil vezes.

  – Não, Nanda, escuta... aquilo não foi nada! — interrompi, dando um passo à frente, tentando me aproximar dela. — É só uma garota que o Giay estava interessado e ele pediu para mim falar com ela

Ela soltou uma risada seca, balançando a cabeça em descrença.

  – Richard, sempre a mesma história, né? Sempre alguém distorcendo as coisas, sempre a mídia culpada. Eu estou cansada disso. Cansada de ver sempre as mesmas desculpas e nunca uma mudança real.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: 10 hours ago ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Como Perder A Sua Mulher Em 80 dias | Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora