Anjo de Pedra disponível até 31/12

Capitulo 49 - Azazel - Bónus

Ela adormeceu...falamos em armas até ela dormir!

Tem sido dias terríveis os meus. Dias de inferno!

Tudo na vida é cíclico...

Caminho pela casa, aquele que foi o sítio onde dormi nos últimos anos, mas que se tornou num lar quando ela chegou, quando eu cheguei a ela.

Sinto vontade de me torturar, de me infligir dor quando penso em tudo o que lhe fiz! Nunca pensei nas merdas que lhe fiz a sério...foi o desespero dela quando matou a puta da freira que me fez vir a mim...ela já me tinha dito anteriormente, em certas discussões dizia que eu a violava, que lhe fazia mal...mas passava-me ao lado...era como se tivesse sido outra pessoa a fazê-lo.

Partimos daqui a umas horas...falta o pior passo...falta a pior decisão...falta fazer o pior que já fiz alguma vez...vou matar a mãe do meu filho...vou acabar com a vida dela...vou acabar o que comecei à quase quinze anos atrás...já são quase quinze anos...quase a merda de uma vida...

Entro no quarto da Lou...a Naty mexe no armário dos medicamentos.

- Então? – pergunto.

- Nada...nada que te possa dizer que é sem sofrimento.

- Mas nós não tínhamos medicamentos? – sinto-me impaciente.

Naty deixa o armário e vira-se para mim.

- Tínhamos...mas foram usados no Turat, na Emily e no bando dos teus homens que ficaram feridos. Restou muito pouco Azazel...muito pouco para te prometer que ela não vai sentir nada.

- Estou cansado, Naty! Cansado demais para...acabei de passar horas a ensinar a Emily a usar uma arma...a mãe do meu filho...fodasse!

- Ela aprendeu?

- Nada! Fingiu foi o que ela fez...fingiu! Mentiu-me descaradamente quando sem querer a magoei...mentiu-me quando me disse que sabia usar a arma...acabou por adormecer! – coço os olhos. – Ela ouviu a nossa conversa...sobre a Lou e sobre o Gustaff. Contei-lhe sobre o vosso romance...

Naty encolhe os ombros.

- Romance? Sempre foste um homem simpático...nada com ele foi um romance...foi um sofrimento...isso sim!

- Não digas isso, Naty! Vocês amaram-se...

- Não, Azazel! Eu amei-o...ele encantou-se por mim! Quando se enjoou de mim, já tínhamos dois filhos e decidiu fazer-me a vida em merda!

Levanto o meu olhar do chão.

- Não sei o que aconteceu depois da tua filha nascer...mas sei que ele te amava...ele não vale grande coisa...mas eu sei reconhecer um homem que ama.

- Vocês são todos iguais...amam...mas fodem-nos...acabam com a nossa vida! Prefiro não ser amada... Vamos ao que realmente interessa...Lou! O que é que vamos fazer?

Ando pelo quarto...evito passar por Lou.

- Os explosivos já estão colocados por toda a casa...estão programados...a Lou...- inspiro. – Não temos como arranjar medicamentos sem levantar suspeitas...

- Mandaste os homens embora? A empregada da casa?

- Não! Claro que não! Isso seria o mesmo que dizer que tudo o que estamos a fazer é um embuste. As vidas deles serão danos colaterais...morrem e as famílias recebem um cheque chorudo.

Naty abana a cabeça.

- Não sei se tenho pena da Emily, se fico feliz por tu seres capaz de tudo isso para a salvares...és igual a Gustaff...nada fica igual por onde vocês passam.