Capítulo 13

5.7K 634 142
                                    

Cora, continuava a ser uma “maravilha” para mim. Comida salgada, picante…copos de água jogados na comida. Eram alguns dos mimos recebidos numa base diária. Só quando Turat vinha com ela é que conseguia fazer uma refeição decente.

Foram dez dias em que apenas por três vezes encontrei algum prazer numa refeição.

Vi Azazel todos os dias, nenhuma das vezes ele me dirigiu a palavra ou mesmo fez um gesto para me tocar.

Limpava o seu escritório com ele por perto. Tive de assistir a mais umas cenas de sexo entre ele e a Cora… Eles fodiam e eu limpava o chão.

Uma das vezes ela gemeu, foi brindada por uma palmada sonora que até a mim me doeu…fez-lhe algumas ameaças que fiz questão de bloquear. Uma das vezes tive de o ouvir a gritar Asali, enquanto atingia um orgasmo.

Bloqueei sempre aquele nome…Asali…nunca perguntei a ninguém o que quereria dizer, mas quando ele o disse, soube que não era nada agradável. Soube que era menos ainda quando ele jogou a Cora para fora do escritório ao pontapé, me olhou com ódio e atirou o balde de água por todo o chão.

Nesse dia não o vi mais! Fiquei entregue aos cuidados de Turat, que era seguido por Jimmy, filho de Tami, que andava desaparecida do meu mundo.

Entrei na água quente do chuveiro. O calor durante a noite tinha sido horrível…não tinha lido, não tinha escrito, tudo se colava à minha pele. Nem o banho gelado a meio da noite, tinha sido o suficiente para acalmar o meu corpo que fervia.

A minha mente trauteava uma versão estranha de uma música estranha.

Ouvi barulho na casa de banho. Azazel estava sentado na sanita, com um sorriso nos lábios. Era a primeira vez que o via com um sorriso sincero. O seu cotovelo pousado no joelho, enquanto o seu queixo descansava na mão.

- Continua! – consegui ouvir por entre o barulho do chuveiro. – Tens uma voz agradável.

Olhei-o confusa.

- Estavas a cantar…

Os meus olhos voaram para o sítio onde ele estava encostado, o autoclismo! Por trás dele estava o livro e dentro do livro as minhas folhas.

Passei o corpo rapidamente por água. Procurei a toalha, para encontrá-la na mão dele.

Afastou-se e eu fui obrigada a andar até ele, nua. Enrolou-a em mim e esfregou-a no meu corpo, como se estivesse a secar uma criança.

- Posso fazer isso!

- Eu sei, Asali! Acredito que o faças à muitos anos.

Tento sair do quarto, ele puxa-me…tento libertar-me.

- Turat está no quarto. Queres que ele te veja de toalha?

Encolho os ombros.

- Ele já me viu nua! – cuspo.

- Eu sei! – fala ao meu ouvido. – Acredito que deve ter sonhado com esse corpo maravilhoso. O que é que queres vestir, Asali? Eu vou buscar.

Olho para ele.

- Como vou ter uma reunião importante, um almoço super emocionante, qualquer coisa que se adeque à situação. – respondo de uma forma sarcástica.

- Falta-te pensar naquele encontro quente…o que vais ter esta noite.

Tremo e ele deixa-me com o tremor enquanto sai da casa de banho.

Volta com um vestido escolhido para ele…branco, angelical. Entrega-me.

- Acho que te vai ficar bem! O branco dá-te um ar de menina. – sorri.

Anjo de Pedra disponível até 31/12Onde histórias criam vida. Descubra agora