Cora, desapareceu da minha vida, da casa…há uma semana e meia que Azazel tinha viajado. Desde o meu “acidente” não tinha ouvido mais a sua voz e eu…contra a minha vontade, senti falta!
Percebi que com os seus telefonemas, eu podia libertar a minha frustração, a minha mágoa. Exercitava a minha mente. Aquele jogo de palavras, mesmo com o medo de perder a minha língua, fazia-me sentir que lutava.
O frasco continuava no mesmo local. Ainda não tinha conseguido qualquer abertura para coloca-lo no local.
Acabei o meu pequeno – almoço rapidamente. O meu estômago ressentia-se do paracetamol que andava a tomar para as dores na mão. Turat não estava presente, tinha desaparecido a meio da refeição e Tami andava à volta com a limpeza dos armários.
-Tami – chamo-a. – vou para o quarto da Lou.
- Queres ajuda? – fala sem parar de trabalhar.
- Não! Eu é que já te venho ajudar.
- O Jumbe disse para te dizer – começa a rir. – que tu não vais fazer nada até ele chegar e que se continuares a insistir…
- Quando é que ele vem? – pergunto a medo.
Ela encolhe os ombros.
- Todos os dias o Jimmy me pergunta o mesmo.
- O Jimmy? – franzo a testa.
- Sim! O Jumbe cada vez que viaja, traz-lhe sempre um presente, desta vez prometeu-lhe uma bicicleta.
Bufo.
- Tami – inspiro. – não quero ouvir mais…esse homem não faz coisas dessas. – viro-lhe as costas e saio.
Havia um exercício que que fazia quando estudava. Cada vez que a mente viajava para algum assunto que nada tinha a ver com a matéria de estudo, eu debitava toda a constituição de uma célula. Ia debitando até não ficar mais nada na minha mente, que não fosse a porra da célula.
Foi isso que fiz!
Pensar na bendita célula era mais fácil, do que pensar num homem que me fazia ajoelhar, mas que prometia bicicletas a meninos de três anos.
Um monstro é um monstro.
Um monstro nem uns lápis de cera compra, quanto mais a merda de uma bicicleta.
Acabei de limpar a Lou, virei-a com alguma dificuldade, entrei no meu quarto, observei o embrulho em cima da cama, quase sem surpresa ou curiosidade.
Corri para a minha cama, não quis saber se alguém escondido no meio do quarto ou mesmo no tecto.
Abri o embrulho, recordei que nenhum dos outros vinha embrulhado.
O primeiro pormenor que me chamou a atenção…o nome da autora: Jane Austen….a seguir o titulo: Persuasão… fiquei com uma bola na garganta. No mundo real existiam coincidências, mas não no meu neste novo universo.
A nota de sempre não existia num papel solto, a letra estava impressa na primeira folha do livro.
“ Persuasão…
… Queria ter esse poder…
… Persuadir-te….
…Desfruta!
T. “
Não fui ver o livro de Azazel, sabia que ele lá estava, nunca tinha sido mexido…nunca tinha e este já era o terceiro presente.
Passei a mão pela letra. Irritava-me o facto de a letra não me dar nada. Não tinha aquele ar masculino, nem o redondo tão presente nas letras das mulheres…
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Anjo de Pedra disponível até 31/12
Mistério / SuspenseTudo na vida começa por: Era uma vez… A minha história poderia começar assim! Era uma vez uma menina que sonhava ser médica…que sonhava casar…que sonhava ter um príncipe e um castelo com torres, com uma fada madrinha a espalhar o pó mágico da Felici...