capítulo quarenta e quatro

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POV's Neymar Jr.

Acordei do transe e a puxei pelas mãos saindo do camarote, não parei para ouvir o que ela dizia e fui direto para o estacionamento privado onde meu carro estava, chegando lá abri o carro, dei a volta com ela abrindo a porta para que ela entrasse, e entrei pelo outro lado. Bruna estava quieta, lógico que muito daquela atitude era resultado do álcool, ela abaixou os olhos.

- Não me diga que se arrependeu do que você falou. - Era nítido no meu tom de voz a tristeza só de pensar naquela possibilidade, ela negou com a cabeça sem olhar para mim, tirei o cinto e me aproximei dela, coloquei os dedos no queixo dela e fiz com que a mesma levantasse o rosto para olhar para mim.

- Onde você quer ir?

- Qualquer lugar, desde que você esteja comigo qualquer lugar vale. - Eu olhei para ela, tinha voltado a ser a Bruna que eu conhecia, aquela que pensava duas vezes antes de dizer ou fazer algo, eu carinhosamente dei um selinho nela e logo puxei o cinto de segurança prendendo-a, saímos do estacionamento em silêncio, eu liguei o som do carro para que o silêncio não a deixasse cada vez mais retraída.

- NEYMAR. - Ela praticamente gritou me assustando, olhei pra ela que olhava pela janela.

- Para ali ó naquela conveniência, por favor por favor. - Ainda sem entender a animação dela do nada, eu dei a volta no retorno e parei no posto, olhei para os lados vendo se tinham muitas pessoas, como já estava prestes a amanhecer o posto estava vazio, o frentista dormia em uma cadeira e pelo vidro da conveniência a moça do caixa fumava um cigarro enquanto mexia no computador, assim que eu parei o carro Bruna logo desceu, fui atrás dela, uma vez lá dentro vi ela indo até as prateleiras pegando um saco de salgadinho, um Gatorade, um pacote de M&M's e rumou para o caixa e lá pegou mais alguns chicletes, quando olhou para a moça do caixa ela lembrou que estava somente com o celular, fui até ela já pegando a carteira.

- Desculpa! Que vergonha, juro que te pago, acho que minha bolsa ta com a Fernanda. - A moça passava os produtos e eu sorri para Bruna.

- Bru, não é nada demais.

- 25 reais senhor. - A moça do caixa disse.

- Claro que é. - Passei o cartão e olhei para ela.

- Bru, 25 reais não vão mudar a minha vida. - A moça colocou tudo em um sacola e devolveu meu cartão, voltando a atenção para o computador e dando uma tragada no cigarro, Bruna pegou a sacola e me acompanhou de volta ao carro.

- Mas de qualquer jeito, não precisava pagar.

- Mas eu quis. - Abri a porta do carro e ela entrou, dei a volta e quando entrei no carro ela já abria o salgadinho, o cheiro logo impregnou.

- Logo de queijo?

- E com cheiro de chulé, são os melhores. - Ela enfiou a mão no pacote enchendo a mão e colocando tudo na boca, eu ria e por alguns minutos agradeci a existência das bebidas alcoólicas e seus grandes resultados em deixar as pessoas despidas de qualquer vergonha.

- Você quer? - Ela abria o Gatorade com as mãos todas sujas e eu apenas neguei com a cabeça, o transito estava tranquilo graças ao horário e não demorou muito para chegarmos no meu apartamento, quando entravamos no estacionamento, Bruna que agora já comia o M&M's olhou para mim.

- Onde estamos?

- No meu apartamento.

- Você tem uma casa ou apartamento em todos os lugares do Brasil? Tem no Rio e agora aqui também.

- Em Santa Catarina e mais algumas cidades também, são necessários já que meu pai e eu quase nunca paramos em Santos.

Estacionei na minha vaga, quando sai do carro Bruna já estava saindo também, tentando carregar tudo em seus braços.

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