The Flower Of Life.

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Camila pov

9:00 da manhã em ponto e eu estava sentada no mesmo banco de sempre do parque esperando a garota das flores. Ela não deve estar querendo me ver já que ontem, logo um dia após o nosso beijo, eu não apareci, mas ela irá entender. E eu sei que poderia ter enviado uma mensagem ou algo do tipo, mas acho essa coisa de mensagem muito impessoal, ela não poderia ver pela mensagem o quanto eu estava chateada por não ter podido vir.


- Olha quem resolveu aparecer. - Sua voz rouca e movimentos para se sentar ao meu lado me tiraram de meus pensamentos.

- Bom dia.

- Bom dia. - Ela pousa a cesta de flores entre nós, mostrando nitidamente que não quer contato. - Achei que não viria.

- Desculpa por ontem é que...

- Você não me deve explicações. - Ela me interrompe. - Não tem que explicar porque não veio.

- Mas eu quero - Ela mantêm seu olhar  fixo nas árvores em frente. - Posso?

- Vá em frente.

- Dinah apareceu no meu apartamento ontem de manhã então não pude vir. - Sua expressão fechou mais ainda. - Estou perdoada? - Ela me encara com uma sobrancelha levantada.

- Como disse, não precisava se explicar... Mas está perdoada sim. - Ela sorri. - Você podia ter mandado uma mensagem, sabia que não mata né?

- Não gosto muito dessas coisas de mensagens, sou velha demais pra isso.

- Nossa, quase idosa. - Sarcasmo é uma coisa que ela tem de sobra.

- O que tem na cesta hoje, chapeuzinho?

- Engraçadinha. São cravos ainda, mas desta vez são sem significado algum, só cravos no modo mais puro de sua poesia. - Olho pra cesta que continha cravos de diversas cores.

- Sem significados?

- Hoje cada um pode inventar o significado que quiser, tem dias que as pessoas precisam disso.

- "Disso" o que?

- Imaginar, minha flor, as pessoas precisam imaginar.

- Hum.

- Deixa-me ver... - Ela olha para a cesta encarando os cravos como se estivesse tentando ouvi-los. - Esse. - Pega um cravo que eu não consigo distinguir se é verde ou azul. - Esse quer ir pra casa com você.

- Ah, então é esse o seu segredo? Fala com as flores. - Ela ri.

- Não, quer dizer, eu falo com elas mas elas não respondem... - Ela coloca uma mexa de seu cabelo para trás da orelha e encara o chão. - Só gosto de pensar que sinto elas, é meio louco eu sei. - Confesso achar que é a primeira vez que ela fala algo pessoal.

- Bem, é certamente loucura mas tem sua poesia. - Ela me olha. - E ele quer ir para casa comigo então?

- Sim. - Ela abre um sorriso. - Particularmente não sei porque mas ele gostou de você?

- Ah, não sabe? - Rimos. - Ele parece seus olhos. - Ela cora instantaneamente.

- Como?

- A cor. Essa mistura de verde com a azul.

- Era um elogio?

- Com certeza. - Ela sorri.

- Então obrigada.

- De nada. - Ela me deixa nervosa.

- Você não me disse porque Dinah foi no seu apartamento ontem?

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