She Knows?

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Camila pov

Para ser honesta eu deveria estar agradecida pela decisão de Lauren de não querer mais nada comigo, eu deveria estar de verdade. Na teoria, eu poderia dizer que ela me livrou de um peso enorme, me libertou dessa loucura de ficar me enfiando em um terreno desconhecido, eu poderia dizer que graças a sua decisão não precisaria mais gastar com um detetive. Não precisaria ficar inventando motivos para tentar conhecer alguém que não quer ser conhecida e assim, por fim, poderia voltar a minha vida normal de antigamente onde tudo estava sobre o meu controle e eu não me sentia atuando em um filme que não me deixaram ler o roteiro. 

Mas bem, na teoria tudo parece ótimo, não é mesmo? O real problema das coisas aparece na hora da prática. Neste momento por exemplo, estou aqui exemplificando em minha mente como tudo seria mais fácil a partir da teoria sendo que, na pratica estou deitada em minha cama me afundando no escuro proporcionado pelas janelas que não são abertas pelo terceiro dia consecutivo enquanto sinto as lágrimas criando nós n minha garganta. Lágrimas essas que pelo jeito parecem intermináveis. Conseguiu ver a diferença entre a teoria e a prática? Posso dar outro exemplo mais simples: na teoria eu achava que gostava de Lauren, na pratica eu a amo.

••

Acordei as quatro da tarde do mesmo dia pois fui dormir as oito da manhã, mas já que não estou abrindo as janelas não faz diferença nenhuma a hora que acordo ou que durmo. Independente do que marca o relógio, dentro do meu apartamento é sempre noite.

E confesso que eu pretendia dormir mais porém a campainha começou a tocar. O primeiro toque veio as quatro e cinco, o segundo dois minutos depois, e depois disso não parou mais. Me levantei correndo da cama pois dez por cento de mim achou ser a Lauren e noventa por cento de mim queria que fosse ela, mas parei em frente a porta fechada ouvindo a campainha tocar pensado nas chances de ser ela e acabou que cem por cento de mim teve certeza que não seria.

Caminhei até o olho mágico e vi Dinah do outro lado da porta e espraguejei os céus. Não quero vê-la. Nesse momento a última coisa que eu preciso é que Dinah me veja assim e comece um sermão de como ela estava certa em dizer para eu me manter longe de Lauren e blá blá blá.

- Meu Deus, o que aconteceu com você? - Ela pergunta assim que abro a porta.

- Nada. - Me limito apenas a dizer isso fechando a porta assim que ela entrou.

- Como nada? Olha a sua cara, parece que foi atropelada. - Diz apontando pra mim. - Sem contar que não atende meus telefonemas faz dois dias, achei que estava morta.

- Está me vendo não está? Viva. - Digo sem animo me jogando no sofá.

Não me sinto viva, mas prefiro não dizer isso.

- Camila, o que aconteceu? - Sua voz passa preocupação, ela se senta ao meu lado.

- Eu só...

Foram as únicas palavras que eu disse antes dos nós na minha garganta se desatarem abrindo um rio de lágrimas em mim. Dinah me abraçou e foi então que eu chorei mais, mas não aquele tipo de choro calmo e silencioso, chorei aquelas lágrimas desesperadas que te fazem soluçar e perder o ar. E chorando assim eu fiquei por um bom tempo, até que Dinah resolveu falar.

- Camila, por favor fala comigo. - Suspiro e saio do seu abraço.

- Lauren terminou tudo. - Digo tentando parar de chorar. - Não que tivesse alguma coisa para ser terminada oficialmente falando.

- Ela o que? - Ela pergunta e posso ver o quanto incrédula está. - Não acredito que tenha feito isso... - Respira fundo. - Aquela vadia, ela vai...

Her Flowers.Onde histórias criam vida. Descubra agora