Sunflower.

68.3K 2.8K 5.5K
                                    

[a/n: trailer na mídia amores, bjos.]

Camila pov

     Eu nunca fui uma pessoa de muitas espontaneidade. Tudo na minha vida sempre foi super programado desde que me entendo por gente. E isso com certeza veio da minha mãe, se dependesse da mulher até minhas papinhas tinham sido com horário marcado, se é que não foram.

Minha rotinha é simples, mas bem organizada. Durante os dias de semana eu acordo cedo, faço uma copper simples pelo quarteirão, volto para casa e tomo meu banho, me visto, tomo café da manhã e vou para o trabalho, que no caso é na minha sala já que trabalho para uma editora e tudo que tenho que fazer é ler livros. Normalmente almoço com as minhas duas melhores amigas em qualquer lugar e volto para casa. Faço mais exercícios durante a tarde. Janta e cama. Nos finais de semana a rotina é basicamente a mesma tirando que aos sábados sempre arrasto meu corpinho para uma balada qualquer com minhas amigas.

Bem, o diferencial de hoje é que às 8:00 horas de um domingo, estou - contra a minha vontade logicamente - sentada num banco de um parque qualquer em Miami enquanto o cachorro babão da Dinah, minha melhor amiga, corre solto. O caso é que, Dinah viajou para conhecer a família do namorado e hoje é o dia de levar o Billy para o parque, e como estou de babá do cavalo que ela chama de cachorro sobrou para mim. Odeio sair da minha rotina, fico irritada e cansada. Graças aos Deuses Dinah volta hoje.

Estava quase dormindo no banco do parque quando algo me chamou atenção. Uma garota. Ela carregava uma cesta de girassóis e entregava um para cada pessoa que cruzava seu caminho. Ela cumprimentava as pessoas e as elas a cumprimentavam de volta como se todos já se conhecessem, parecendo estarem em um filme dos anos quarenta onde todos são simpáticos e amigáveis com estranhos.

Me chama atenção uma senhora dizer para a garota "Girassóis? Está feliz hoje?" que apenas assentiu. Parecia totalmente normal e costumeiro aquela garota lhes entregando flores. Bem, parecia até o momento em que o Billy - cachorro de Dinah - correu em direção a ela derrubando todos os seus girassóis.


     - Meu Deu, Billy! - Exclamo me aproximando do monstro e da garota que termina de colocar os girassóis na cesta novamente. - Mil desculpas, essa cachorro é um desastre.

    - Tudo bem, nós dois somos não é mesmo Billy? - Ela se abaixa afagando os pelos do cachorro babão que logo começa a abanar o rabo, como se já a conhecesse. - E você quem é?

    - Como assim quem sou eu? Quem é você? - Dou ênfase na segunda perguntas e ela apenas ri.

    - Alguém acordou de mal humor. Toma. - Ela pegou um girassol entregando-me. - Não importa o que esteja de errado na sua vida lembre-se que o girassol aprendeu a sorrir com o sol e por isso é forte. Hoje você é o girassol... - Sem nem perceber deixo escapar um sorriso. - E eu sou o sol. - Ela começa a afastar-se indo na direção oposta a minha. - Seja o sol de alguém também. - Ela diz andando de costas para poder me ver e pisca de um olho só. - Tchau Billy, até semana que vem garoto. - Ela apenas se vira e segue seu rumo entregando girassóis as pessoas.

    - Garota louca. - Falo sozinha. - Vamos Billy, chega de parque pra você por hoje e pra mim.


Passei o dia tentando ler o novo que livro que a editora havia me mandado, mas não conseguia me concentrar. É mais um livro de romance adolescente onde alguém tem câncer, não quero parecer sem coração mas simplesmente não aguento mais esse assunto, depois de A Culpa É Das Estrelas isso virou uma febre. É quase como Crepúsculo, perdi a conta de quantos livros sobre vampiros e lobisomens tive que ler depois do mesmo.

Mas não era bem isso que não me permitia concentrar-me, era o maldito girassol sobre a minha mesa. Ele cheirava bem e parecia tão vivo, o maldito tinha mais vida do que todas as plantas que já tiveram o infeliz azar de serem minhas. Fazia muito tempo que eu não tinha uma planta de verdade em casa. Elas sempre acabavam por morrer então resolvi dar-lhes a alegria de ficar longe de mim e era por isso que aquela flor amarela como o sol virou fofoca para os meus sentidos. Toda vez que começava a ler um livro meu olhar seguia para o girassol - O girassol aprendeu a sorrir com o sol e por isso é forte. - trazendo as palavras da garota em sua voz rouca para a minha mente, o que me deixava confusa. Aquela garota havia deixado-me confusa.

Her Flowers.Onde histórias criam vida. Descubra agora