Going Deep.

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Camila pov

Por que eu preciso passar por isso? Eu já sei que Lauren realmente gosta de mim e isso é o que importa, certo? Bem, eram essas perguntas que pipocavam em minha mente enquanto eu pensava se deveria ou não abrir os arquivos de Lauren. Mas por mais que eu não quisesse aquilo, eu precisava. Não seria mentira se seu dissesse que não ligo para o que tem dentro daquelas pastas mas também não seria a verdade completa. Eu tenho certeza que nada ali vai mudar o que sinto mas mesmo assim eu preciso saber, preciso provar para quem duvida.

O apartamento estava em silêncio total e eu estava sozinha novamente. Faziam umas quatro horas que minhas amigas haviam me deixado e eu ainda estava tomando a decisão sobre quando iria ler as pastas em meu computador. Já era a quarta vez que sentava-me em minha mesa sem ter coragem para prosseguir.


- Vamos lá Camila, você consegue. - Falo sozinha.


Dinah havia numerado as pastas para que eu soubesse por onde começar, após muita relutância eu abri o primeiro arquivo.


- Nome: Lauren Michelle Jauregui Morgado, paciente 2727. Data de Nascimento: 27/07/1993. Idade: 15 anos. - Leio em voz alta mas pulo algumas informações básicas. - Entrada por: Clara Jauregui. Encaminhada por: Homicídio Culposo.


Travo ao ler aquelas palavras e penso, em um segundo, dez mil vezes se devo continuar para a próxima pasta ou não. Respiro fundo e abro a pasta de numero dois, onde contam alguns arquivos de áudio que nomeavam consultas. Contei até dez a deixei o primeiro arquivo reproduzir.


- Dia um, paciente Lauren Michelle Jauregui Morgado, quinze anos. - Era a voz de uma mulher, provavelmente a doutora. - Lauren, ela não fala e se recusa a comer. - A gravação para e logo se inicia outra. - Dia dois, paciente Lauren Michelle Jauregui Morgado, quinze anos. Ela comeu mas ainda se recusa a falar. - Para novamente, começar outra. - Dia três, paciente Lauren Michelle Jauregui Morgado, hoje terei minha primeira consulta oficial com a paciente. Será documentado.


Então o primeiro arquivo de áudio termina e temo de verdade o próximo por se intitular como: primeira consulta.


- Dia três.Você se importa de eu gravar? - A doutora pergunta assim que começa o áudio, nenhuma outra pessoa fala mas acho que ela assentiu em negação. - Ótimo então. Poderia me dizer seu nome e idade?

- Você já não tem isso anotado?


A voz que sai pelos altos falantes de meu computador é jovem e rouca, e por mais que estivesse diferente eu não podia negar saber a quem aquela voz pertencia. Era a Lauren. Uma versão mais jovem, mas era ela.


- Por favor. - A medica pede.

- Lauren Jauregui, quinze anos. - Ela soa tão jovem.

- Pode me dizer porque está aqui Lauren? - Um silêncio.

- Eu não sei porque estou aqui.

- Lauren, você sabe porque está aqui. - A médica diz. - Sabe o que fez e preciso que me diga em voz alta.

- Você já sabe o que eu fiz, mas não justifica eu estar aqui.

- Sei o que me foi dito, mas quem fez foi você, só você pode realmente saber o que fez por isso estou perguntando diretamente a fonte.

- Você não quer saber porque eu fiz? - Ela soa não apenas jovem, mas também assustada.

- Você quer me contar porque fez?

Her Flowers.Onde histórias criam vida. Descubra agora