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-Lila, não olha pra trás.
-Porque não?!
Eu dizia olhando pra Isa sem entender, a curiosidade falou mais alto. Virei de costas e vi a Manu e o Leo em frente a escola juntos.
-O que tá acontecendo? O que são todos esses sinais que ela tá fazendo com a mão? Acho que os dois tão brigando feio viu.
A Isa dizia de ponta de pé olhando pra eles, querendo saber assim como eu, o que eles conversavam.
A Manu devia ter vindo fazer um dos seus barracos, ou o Leo poderia te chamado ela pra assumirem logo esse lance dos dois.
Continuamos paradas observando os dois de longe, quando a Manu sem mas nem menos. Deu um tapa na cara do Leo e saiu logo em seguida se rebolando toda.

-Caraca, você viu isso? O que será que aconteceu?
A Isa perguntava curiosa.
-Não sei!
-Ainda bem que quase ninguém tá lá fora, seria muito vergonhoso pro Leo, se alguém visse esse tapa que ele acabou de levar.
-É, seria.
Eu respondia.

O Leo tocava no rosto, enquanto vinha em direção ao corredor em que eu e a Isa estávamos.
Me virei pro armário fingindo pegar algo; não queria que ele achasse que eu estava interessada em saber o que havia acabado de acontecer.
Diferente de mim a Isa fez sinal com a mão o chamando.
-O que você tá fazendo louca?
Eu perguntava enquanto ele se aproximava.
-E aí. Tá tudo bem? Seu rosto tá vermelho. O que foi isso?
A Isa dizia sem nenhuma descrição.
-Nada.
Ele respondia.
Continuei calada não tinha nada pra falar.
-Tô indo pra aula depois nos falamos. Tchau!
O Leo saia indo pro pavilhão da sua sala.
Eu e a Isa também fomos pra sala.

-

Assim que entramos percebi que diferente dos outros dias a Alison não estava arrumada, o cabelo estava preso em um coque mal feito. Não usava maquiagem e não estava falando toda hora, sem se calar um instante. Aquilo era de se estranhar. A Alison sem um quilo de maquiagem na cara não era a Alison.
-O que deu nela?
Eu perguntava pra Carol enquanto me sentava na cadeira.
-Ela e o Gabriel brigaram feio acredita? Acho que terminaram viu.
-Ah!!!
Eu respondia me virando pra frente, não precisei nem perguntar o motivo com certeza o Gabriel tinha aprontado alguma coisa.
Ingenuidade da Alison achar que o Gabriel não aprontaria nada com ela.
O namoro dos dois começou quando ele me traiu, era claro que ele a trairia também.

Quando o professor entrou na sala pediu pra mim ir na biblioteca pegar alguns livros. O Gabriel estava em pé conversando com os meninos.
-Ei, Gabriel vai ajudar sua namorada a pegar os livros, seja cavalheiro uma vez na vida.
Logo olhei pra Alison, ela me encarava seria provavelmente querendo me estrangular.
-Não somos namorados!
Respondi saindo da sala indo pra biblioteca.
Talvez ele não soubesse que havíamos terminado.
A porta da biblioteca estava encostada as luzes desligadas, e à Ana a mulher que trabalhava lá não tinha chegado ainda.
-São quantos livros mesmo?
O Gabriel me perguntava parado do meu lado.
-Não sei.
Respondia em um tom seco.
Ele deve ter percebido que eu não queria conversa logo se calou e foi no balcão pegar os livros.
Fiz o mesmo, e sai.
-Você não vai me perdoar nunca mesmo não é?
-Você acha que merece ser perdoado?
-Lila, foi só um beijo. Nem significou nada pra mim. Qual é, você me entende.
-Tá Gabriel, que seja. Isso não tem menor importância agora.
Apresso os passos, o deixando pra trás.
Entro na sala entrego os livros pro professor enquanto a Alison me encara até eu me sentar na cadeira.
-Que azar heim, ir logo com o Biel na biblioteca.
A Isa dizia rabiscando o caderno escrevendo o nome do Andrei. Eu costumava fazer isso, logo que comecei ter algo sério com o Gabriel. Olhando agora, não tinha menor sentido.


-Mãe, quando eu sair da loja vou passar na papelaria tenho que comprar um portfólio e vou supermercado também. Beijo!
Eu dizia saindo prendendo o cabelo.
-Não chega muito tarde Lila. Vou sair, a chave vai ficar em baixo do tapete.
-Ok.

E assim eu fiz, quando sai do trabalho fui no supermercado comprar o almoço do dia seguinte minha mãe iria viajar junto da gerente do restaurante em que ela trabalhava e passaria alguns dias fora, eu não sabia cozinhar o Caio muito menos, comida congelada poderia servir e um pote de sorvete. Sai apressada indo direto pra papelaria, que ficava do lado de um estúdio de tatuagem.

Peguei o portfólio e não pude deixar de ver alguns desenhos colados na parede do estúdio, um me chamou muita atenção. Uma âncora com algo escrito, eu sempre gostei de âncoras, além de serem lindas tinham um significado incrível, força, tranquilidade, esperança e fidelidade. A parte estável do nosso ser que é capaz de manter a firmeza em meio às tempestades.
Admirada com os desenhos nem reparei o Enzo parando do meu lado.
-O que você tá fazendo aqui branquinha? Vai fazer uma tatuagem?
-Ah não. Só tava olhando.
Não pude deixar de ver uma nova tatuagem no braço esquerdo dele.
-Outra tatuagem? Vai virar gibi agora?
-Você gostou? Ficou maneira né.
A nova tatuagem do enzo era a palavra "Maktub" que significava "estava escrito" ou "tinha que acontecer" foi isso que ele me explicou.
-E aí? Você quer uma carona? Posso te deixar em casa.
-Não, valeu. Vou a pé, quero andar um pouco.
-Você tá com medo de entrar no carro comigo?
-Claro que não.
-Então vamos, não vou fazer nada. Prometo!
Entrei no carro junto com ele, dessa vez não iria acontecer nada e seria apenas uma carona de um amigo, assim eu esperava.
No caminho ele xingou no mínimo uns 5 carros que passavam na nossa frente. Me fazendo rir, o modo que ele se estressava fácil, assim como eu.
-Chegamos.
-Obrigada Enzo.
Eu dizia abrindo a porta do carro.
Quando ele puxa meu braço, e se aproxima de mim.
-Ei, calma.
Ele dizia.
Dessa vez eu consegui evitar, e sai do carro o deixando chateado.
Eu não ficaria com ele, não agora, não antes de me resolver com o Leo. Naquela noite ele não estava "chapado" como de costume.
-

-Lila preciso falar com você!!! Você não sabe o que aconteceu.
-Não, não sei. O que foi?

Melhor amigo, ou namorado?Onde histórias criam vida. Descubra agora