Melhor amigo, ou namorado?

ARMAZÉN

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A Isa não se encontrava mas nas "escondidas" com o Andrei. Mas também não estavam namorando, era estranho. Digamos que, um caso indefinido. Mas pelo visto ela gostava de ficar grudada nele praticamente o dia inteiro.

-A Isa tá aqui em casa filha? A mochila dela tá lá no sofá jogada.
Minha mãe me perguntava cortando alguns legumes.

A Isa mas uma vez deixou a mochila dela no sofá, ela definitivamente não era nenhum pouco discreta, e pelo visto, não sabia fazer nada as escondidas.

-Ah, acho que ela deve ter esquecido aqui.
-Esqueceu nada mãe, a Isa tá se pegando com o Drey direto!!!
O Caio dizia entrando na cozinha e se intrometendo na conversa.
-Não seja ridículo Caio, fica na sua.
-Mas não é mesmo? Todo mundo sabe que eles andam se pegando, só não namoram porque o Andrei não quer nada com ela. Aliás não quer nada com ninguém.
-Você não sabe de nada, você é muito pior que ele. Todo dia é uma garota diferente. Fica calado aí.
-Chega, vocês dois não sabem conversar sem brigarem não?
Minha mãe perguntava fuzilando eu e o Caio com os olhos.
-Ela que começa mãe.
O Caio dizia se fazendo de vítima e indo em direção a sala.
O pior era que ele tinha razão, o Andrei curtia ficar com a Isa, mais ele não queria namorar com ela, isso era fácil perceber. E sabe lá, se ele ficava só com ela. Eu tinha minhas dúvidas.

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Os dias iam passando e eu quase não falava com o Leo, eu ainda estava chateada por ele ter ficado com a Manu, não fazia sentido algum. Eu não tinha nada com ele, e não tinha direito de ficar com raiva.

-Lila, acabei de ver o Leo a Manu e o Miguel juntos, ali fora do colégio. Será que eles tão tendo algo?
-Talvez façam um suruba os três de vez em quando.
Eu dizia colocando uma bala na boca.
Que ridículo o Leo ficar se agarrando com a Manu das dependências da escola e nem na nossa escola ela estudava, ter passado aquele maldito mês fora fez muito mal a ele. Ele estava cada vez mais idiota.

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Quando o sinal toca me apresso em pegar minhas coisas e ir direto pra loja, o seu Leon sairia pra visitar sua meia irmã e eu teria que ficar no seu lugar.
Na pressa de ir pra livraria me esbarro no Gabriel. Deixando assim minhas apostilas e todas as folhas delas caírem no chão do pátio.
-Droga!!
-Foi mal Lila. Eu não te vi.
-Tá legal.
Eu dizia me abaixando e tentando pegar todas as folhas o mais rápido possível.
Ele se abaixa e me ajuda a pegar as folhas.
-Pronto tá aí.
Ele dizia me entregando algumas das folhas que sobrou no chão.
-Valeu.
Ele me encara, e sem me despedir nem nada. Saio mas apressada ainda, o seu Leon iria ficar uma fera comigo.
-Até que enfim, pensei que não viria. Não sei que horas volto, quando der o horário, feche a loja. Até mais!
-Tchau.

O movimento não estava grande, fiquei assistindo um filme no computador, quando começou a escurecer fui no armazén pegar alguns livros que haviam chegado e por na pratileira.
Quando sou pega de surpresa pelo Enzo, o que ele queria ali? Digamos que ele não fosse o tipo de cara que andasse atrás de comprar livros, muito menos gostasse de ler.
- Enzo? O que você tá fazendo aqui?
-Isso é jeito de tratar um cliente branquinha? Você tem algum livro aí romântico sei lá, um daqueles romances gays que as gurias lêem chorando pra cacete.
-Oi? Você quer ler livro romântico? Se drogou e veio atrás de ler? É uma nova onda?
Pergunto rindo.
-Não, é pra minha irmã. Ela pediu pra mim vir aqui comprar algum livro em lançamento, que tivesse romance no meio.
-Ah, entendi. Naquelas duas pratileiras tem vários livros de romance, e os que chegaram agora estão no armazén. Vou pegar alguns pra você ver.
-Ah, trás qualquer um, tudo aquela louca gosta de ler.
Ele dizia sem se importar.
-Pensando bem, vou com você.
Ele completou.
-Então, qual você vai querer?
Eu perguntava meio incomodada com a aproximação que estávamos um do outro.
-Pode ser esse aqui.
Ele pressionou o braço em uma pratileira.
Me deixando sem saída, me encarou e com um sorriso malicioso no rosto, me beijou. Ele me beijava com vontade, e bem rápido. Me tirando completamente o fôlego, não deu tempo nem de pensar, quando vi ele estava com a língua dentro da minha boca.
Depois de alguns minutos nos beijando, ele se afastou pegou o livro e saiu do armazén.
E foi em direção ao balcão, e eu continuei dentro da pequena sala tentando me recompor, não dava pra evitar. E nessa altura do campeonato eu não podia nem reclamar do Leo se agarrando com a Manu por diversão, eu estava fazendo a mesma coisa, não por diversão, claro, mas tinha acabado de ficar pela segunda vez com alguém que eu não conhecia muito bem, mas que por outro lado me fazia ficar cada vez mais atraída por ele.

- Quanto é o livro branquinha?
Ele dizia me olhando e agindo como se nada tivesse acontecido.
Mostrei o preço do livro, ele pagou e disse:
-Até logo!!!
Disse sem olhar pra trás. Era até engraçado o jeito dele. Desapegado e meio bruto.

Talvez eu estivesse me vingando do Leo mesmo sem ele saber, ficando com o Enzo me sentia dando o troco nele por ele ter ficado com a Manu.