Acompanhante.

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Me acordei no dia seguinte por volta das 11 horas, eu pretendia dormir a tarde toda, porém o Caio, o Andrei, o Enzo e outros garotos da turma estavam fazendo um barulho insuportável lá em baixo.

Tomei banho, vesti uma roupa e fui no quarto da minha mãe, ela não estava lá, ela quase não parava em casa, do trabalho pra casa do Marco, da casa do Marco pro trabalho.

Fui atrás de algo na geladeira para comer.

Os garotos estavam jogando baralho, e apostando mascotes, com um som bastante alto. A vizinhança toda provavelmente estava escutando aquela barulheira tremenda.

-Dá de abaixar o som? Vai incomodar os vizinhos, domingo é dia de descanso pra maioria do bairro.

Eu disse pro Caio.

Peguei um iogurte, e um livro que estava na mesinha da sala e subi pro quarto.




-

Não estava fazendo calor, muito menos frio, estava um clima agradável, deixei a janela aberta e comecei a ler o  livro "O melhor de mim"


-Ei, o que tá fazendo no quarto dia de domingo? Domingo é domingo, você sabe o lema.

O Enzo disse na porta do meu quarto com um sorriso no rosto.

-É, domingo é domingo. Geralmente nos dias de domingo eu assisto algum filme ou alguma série, mas com essa barulheira lá em baixo fica meio difícil.

-Tá na hora de mudar isso. Vamos sair pra praia daqui a pouco, quer vir junto?

-O que vocês estão comemorando? Essa algazarra toda.

Perguntei.

-É aniversário do Luís, ele vai embora mês que vem, você sabe. Estamos fazendo a nossa "despedida"

O Enzo respondeu.

-Ah, entendi.

-E aí, você vem com a gente?

Ele insistiu.

-Vou..


Eu iria aproveitar um pouco o meu domingo, eu não podia negar que, os amigos do Caio eram muito engraçados e legais.

-Ontem depois que você mexeu no celular, ficou estranha, nem aproveitou direito o passeio..

Ele disse olhando pro mural de fotos da minha parede.

-Eu estava com sono.

-Sei.. Cadê as milhares de fotos que tinham nessa parede na última vez que eu vim no seu quarto?

-Eu arranquei, deixei só as essenciais. A propósito precisamos  tirar uma, para eu colar aí.

Eu disse rindo.


Eu havia tirado a maioria das fotos com o Leo, deixei apenas a que estava eu ele e a Isa, e a do primeiro passeio da escola, quando éramos amigos. A melhor coisa sobre uma fotografia, é que ela não muda mesmo quando as pessoas mudam. Aquela foto me trazia boas lembranças, e ela continuaria lá.

-E a sua Savannah, quando ela chega?

Perguntei curiosa.

-Não faço idéia, como eu já disse, perdimos o contato, só sei que ela está voltando.

O Enzo disse pensativo.


Se o Enzo tratava a Savannah como me tratava, eu não entendia o porque dela ter o deixado pra trás. Ele era sincero, conseguia ser ignorante e engraçado ao mesmo tempo, compreensivo e arrogante, era de momentos. Não fingia ser alguém que não era.






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