Completude

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Depois de alguns minutos a pizza chegou, e o sorriso da Isa se fez de orelha a orelha.

-Ah, então o seu Hobby é desenhar?

A Isa perguntava para o Mateus.

-Sim, desenho nas horas vagas. Mais não é nenhum desenho profissional. Faço apenas por diversão.

Ele respondeu.

-Claro que são profissionais, você tem vários desenhos maneiros.

O Leo disse entrando na conversa.

-Aquele da parede do meu quarto ficou bem bacana.

Continuou.

-Você que fez aquele desenho? É lindo!!!

Eu disse.

Mateus sorriu sem jeito, e fuzilou o Leo com os olhos, ele não gostava de ter toda a atenção voltada pra ele.

Uma notificação chegou no celular do Leo, era uma nova mensagem. Ele ficou bem estranho, e coçou a cabeça.

-Aconteceu alguma coisa?

Perguntei.

-Não. E aí Isa, quando seu pai volta?

Ele disse mudando totalmente de assunto.

Posso dizer que foi uma noite agradável, e posso dizer também que eu era uma "tiete" da Isa e do Mateus. Embora a Isa não mostrasse muito interesse, me parecia que ela queria ser apenas amiga dele.

-Gente, vamos da uma passada naquela casa de jogos, tem um jogo de boliche bem legal. E é pertinho daqui.

A Isa disse enquanto saíamos do restaurante.

-Tô meio cansada! Vou pra casa com o Leo; mais o Mateus te faz companhia.

Eu disse.

Não estava cansada coisa nenhuma; queria deixar os dois a sós. Um "empurrãozinho" não fazia mal a ninguém.

-Ah, é.. Também tô cansadão. O Mateus te leva lá.

O Leo disse.

A Isa me encarou, ela sabia que eu estava fazendo aquilo justamente para deixar os dois sozinhos.

Ela acentiu com a cabeça e disse:

-Tudo bem. E então vamos Math?

-Vamos.

Eles se despediram de mim e do Leo. E saíram.

-

-O que foi aquilo no restaurante? Você ficou estranho quando recebeu uma mensagem.

Eu arrisquei dizer.

-Ah, não foi nada. É uns problemas aí na minha família. Nada demais!

-Tem certeza?

Perguntei.

-Sim.

Ainda não tinha me convencido, aquilo era estranho. Seja lá o que fosse, ele não queria compartilhar comigo.

No caminho de casa, cruzamos com a Manu. Ela estava sozinha, e estava um pouco mais "cheinha" do que o normal.
Achei que ela não tivesse a cara de pau de nos comprimentar, mas me enganei.
Fez questão de dá um sorriso cínico e dizer:

-E aí pombinhos.

O Leo não a comprimentou, fingiu que ela não estava ali. Devolvi o sorriso cínico à ela. Eu era ótima nesses joguinhos.


-

-E aí, como foi ontem? O que vocês fizeram? Aconteceu alguma coisa?

Eu perguntava a Isa enquanto ela terminava o dever de casa.

-Ah foi legal.. Ele é muito gentil! E muito gente boa também.

-Que ele é gente boa você já me disse, eu quero saber o que aconteceu. Se vocês fizeram algo, e...

-Não Lila, a gente não ficou! Era isso que queria saber? Ele é legal, bonito, gente boa. E outras mil e uma coisas, só que eu não quero me envolver com ninguém, não agora. Se formos ser alguma coisa, seremos apenas amigos.

Ela disse bem segura.

-Amigos, tá bom. Sei!

-É sério!

Ela riu.

-E você, foi pra casa mesmo? Ou aquele joguinho de tá cansada, era só pra tirar eu e o Mateus de tempo?

-Fui pra casa, e no caminho ainda encontrei a Manu.

-Não me diga que ela falou com voces.

-Falou!!! Ela tava mais cheinha, sei lá, um pouco inchada.

Eu disse fazendo sinais com as mãos.

-Isso é bom.

-Bom?

-Sim! Quanto mais feia ela estiver, melhor pra você. Você sabe qual é o lema "esteja sempre mais bonita do que a ex".

-Ela não é ex do Leo. Eles só ficaram! E eu não sou a atual, nós não namoramos eu acho.

-Não namoram, tá bom. Sei!

O que tínhamos um com o outro era além de qualquer status de relacionamento, namoro, "ficantes" ou seja lá o que. Era completude. Igualdade, confiança!

Melhor amigo, ou namorado?Onde histórias criam vida. Descubra agora