Indefinido

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Fizemos sexo pela segunda vez, diferente das outras vezes que chegamos a ficar eu não me arrependi por um segundo se quer, foi maravilhoso melhor dizendo, foi único.

Ainda deitados na cama, com um sorriso no rosto me atrevi a perguntar:

-E agora o que nós somos? Continuamos amigos ou o que?

-Nós sempre vamos ser amigos, independente de qualquer coisa, mesmo que um dia a gente tenha algo sério um com o outro, vamos permanecer amigos. Sempre foi assim, e sempre vai ser, isso é uma certeza.

-E porque você tem tanta certeza assim?

-Porque sim, por quantas coisas já passamos? E onde estamos? Juntos. Continuamos amigos, continuamos firme e forte. Eu não te largo e você não me larga. É simples ué.

Eu sorri, e ficamos em silêncio.

-Então você vai dormir aqui sozinha hoje?
Ele sorriu malicioso.

-É, vou.

-Vou fazer uma caridade pra uma velha amiga, e vou dormir por aqui hoje. Vai que algum bandido te rouba, nunca se sabe não é?!

-Quem te convidou heim?
Eu disse sorrindo.

-Ninguém, não precisa convidar. Eu sou de casa!!!
Respondeu convencido.

Eu não evitaria mais ter algo com o Leo. Dane-se se ele era meu melhor amigo, eu não mandava no meu coração. Estava cansada de me enganar, e tentar fugir dos meus próprios sentimentos.
Relaxar e deixar rolar, era o melhor a se fazer.

Por volta das 7:00 horas o Leo chegou.

-Ei, trouxe um filme pra gente assistir, pedi sanduíche também. Ah, e não precisa me agradecer. Ultimamente tô meio caridoso.
Ele disse gargalhando ficando ainda mais bonito.

-Haha, engraçado você. Agora me ajuda a colocar esse colchão aqui no chão.
Eu dizia puxando o colchão.

-A gente vai dormir na sala? Tá de brincadeira Lila.

-Não, não tô. Vamos dormir aqui sim! Vamos, me ajuda.

Colocamos o colchão no chão, e ele pois o filme.

O Leo estava deitado com um travesseiro na cabeça e outro nos pés, eu estava sentada com a cabeça encostada no sofá, quando ele me puxou me fazendo assim ficar deitada do seu lado.

-Que delicadeza a sua!

-É, eu sei.
Ele mordeu os lábios com um meio sorriso.

Eu cheguei a tentar me concentrar no filme, o Leo deitado do meu lado, com aquele sorriso lindo no rosto, me beijando à todo instante, era impossível qualquer tipo de concentração.

Enquanto nos beijávamos em uma a rapidez sem igual, ele deixou escapar três palavrinhas que conseguiram fazer minha noite ficar ainda melhor.

-Eu te amo!!!

Paralisei, não pensei duas vezes e respondi:

-Eu também amo você.

Continuamos "assistindo o filme" foi a melhor noite que poderíamos passar juntos.
Não estávamos "namorando" até porque namorar era apenas um rótulo, o que tínhamos um com o outro era especial, era além de qualquer coisa, não dava de se explicar, envolvia tantos sentimentos. Duas pessoas tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais, não havia definição, a única certeza era que eu o queria ao meu lado pra sempre.
Nunca achei que o Leo poderia ter sentimentos por alguém, ele sempre foi o "desapegado" "livre" de todos nós.

Me acordei por volta das 10:30 ainda sonolenta me levantei e fui escovar os dentes, o Leo ainda dormia de barriga pra baixo com o rosto coberto, se dependesse dele poderia passar o resto do dia, da tarde e da noite dormindo. Eu o conhecia muito bem.

-Ei, acorda!!!

Eu dizia o chacoalhando.

-Que horas são?

Ele passava a mão no rosto abrindo os olhos lentamente.

-10:30.

-Caraca!!!

Ele deu um pulo e vestiu a blusa.

-O que foi?

-Tenho que deixar a minha avó no aeroporto. O vôo dela é as 11:00. Perdi a hora.

-Ela não tava no Rio com sua mãe? Achei que ela estivesse doente.

Eu disse confusa.

-E está, por isso tá voltando pra lá. Você vem comigo?

Ele dizia arrumando o cabelo e pegando a chave do carro.

Na verdade o carro era do pai dele, quando ele viajava o carro ficava com o Leo, como ele sempre pegou o carro dos amigos junto com o Miguel, aprendeu a dirigir no primeiro ano.

Paramos em frente ao condomínio onde a Vó do Leo estava, esperamos alguns minutos quando ela desceu com o porteiro carregando as enormes malas pra dentro do carro. E eu fui logo em seguida pro banco de trás.

-Oi vó, desculpa a demora. Eu tava um pouco ocupado.

(Ocupado? Você estava dormindo) pensei.

-Tudo bem meu filho, sem problemas.

Ela olhou pra trás percebendo a minha presença no carro, abaixou os óculos próximo ao nariz e sorriu.

-Oi..
Eu disse sorrindo sem jeito.

-Então você é a namorada do meu neto? Você tem bom gosto Leo, olha como ela é bonita.

Ela dizia enquanto se arrumava no banco do carro.

-Não somos namor...
Fui interrompida pelo Leo.

-É vó, eu sei. Tenho um ótimo gosto!!!

Ele respondeu olhando pelo retrovisor e sorrindo.

Até chegarmos ao aeroporto dona Angelina não se calou um instante. Agora eu sabia pra quem o Leo havia puxado pra falar tanto daquele jeito.

Chegamos no aeroporto ele estacionou o carro e tirou as malas.

-Obrigada meu neto, se cuide viu. Fique com Deus, e ver se vai visitar sua mãe. Sentimos sua falta.

-Quando tiver um tempo vou visitar vocês prometo, agora.. Juízo viu dona Angelina.

Ele sorriu, assim que ela sumiu em meio os passageiros, percebi a expressão de tristeza que se formou em seu rosto, devia ser muito dolorido ficar longe da família.





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