CAPÍTULO 3.

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Assim que Rayza e a amiga entraram na casa do Alemão, a tal Chilena - olheira - bateu a porta violentamente. E as duas garotas começaram a tossir, pois uma nuvem de fumaça tomava conta da casa, nem foi possível ver as pessoas que estavam ali, então a mesma voz rouca apareceu do nada.

- Que drama é esse Victória? "Cê" já ta acostumada com isso, dá um trago aqui! - Disse um homem forte, enquanto passava um cigarro para Victória e soprava a fumaça no rosto de Rayza.

A fumaça que tomava conta da casa, começava a desaparecer e foi então que Rayza se impressionou... Como que um traficante podia ser tão bonito? Porte atlético, cabelos escuros, olhos azuis, pele bronzeada, e uma barba mal feita que lhe dava todo o charme que tinha.

O rapaz percebeu que Rayza havia ficado fissurada por ele e, então disse:

- Prazer gatinha, meu nome é Alemão, e o seu? - Levantou a mão para cumprimenta-la, e ela desviou o olhar, deixando a mão do rapaz cumprimentando o vento.

- Vick, onde estamos? E o que é isso que você está fumando sua louca? - Gritou a garota, enquanto tomou o cigarro da amiga e pisava sobre ele.

- Desculpa me intrometer, mas, princesa... Você nem conhece essa sua amiga. - Respondeu Chilena.

- Amiga, eu juro que nunca usei drogas, é a primeira vez que estou fumando maconha. PRIMEIRA VEZ! - Gritou Victória.

- Para de mentir, ooh. - Disse Alemão! - E posso saber o que vocês querem aqui?

- Nada, vamos embora Victória! - Caminhou em direção a porta.

- Não, tá louca?! - Agarrou o braço da amiga trazendo-a novamente, para onde estava. - Sim, Alemão... A mãe dela faleceu, e ela não pode pagar a faculdade, e se ela não pagar, o que vai ser do futuro dela? Ajuda ela ai, na humildade?

- E o que irei ganhar com isso? - Perguntou Alemão, olhando a Rayza da cabeça aos pés.

- Não Victória, eu não quero ajuda de nenhum traficante. - Rayza disse, olhando nos olhos da amiga.

- Você não quer, mas precisa. - Olhou instantaneamente para o Alemão. - O que você quer para ajudar ela?

- Rapaz, o que eu desejaria de uma menina ruiva, olhos verdes, seios fartos e uma boca tão atraente como essa? - Dizia, enquanto tentava passar a mão sobre o corpo de Rayza. - Eu quero sexo. MUITO SEXO!

- Tira as mãos de mim, seu nojento! - Ela o empurrou.

- Desculpa, princesa! - Retrucou sorrindo ironicamente.

- Ela topa, Alemão. Mas quanto ela vai ganhar com isso? - Perguntou Victória.

- Eu não topo coisa nenhuma, eu vou embora daqui! - Tentou sair, mas Victória a trouxe novamente.

- Quanto ela vai ganhar com isso? - Victória insistiu.

Alemão foi em direção a um corredor, demorou na base de uns dois minutos e quando retornou a sala que estavam, veio com uma maleta na mão. Abriu a tal maleta, que dentro dela haviam algumas notas de cem, e então ele disse:

- Dois mil é o suficiente? - Fechou a maleta e a jogou nos braços de Rayza.

- E ai amiga, dá? - Perguntou olhando para a meiga menina.

- Dá pra pagar esse mês, e dá pra me alimentar... Não, o que estou fazendo? Não, eu não posso! - Algumas lágrimas caíram.

- Claro que pode amiga, você deve. É a sua chance!

- Eu tenho medo, medo do que esses homens podem fazer comigo.

- Ninguém vai fazer nada com você, eu te entendo... Minha primeira vez, também foi assim, tenta pelo menos uma vez, quem sabe você não se acostuma!

- Eu não quero esse dinheiro sujo! - Rayza pôs a maleta no chão.

- Rayza, e a sua faculdade, como vai ficar?

- Não vai ficar, eu vou ter que tranca-la. - Retrucou dando de ombros.

- Não é pela faculdade, é pelo sonho da sua mãe, isso que está em jogo. - Rayza pareceu pensar.

- Não é querendo atrapalhar a conversinha afiada das amigas ai, mas vamos ou não? - Alemão perguntou e Rayza sem querer, assentiu. - Isso ai, gostosa! - Ele disse mordendo os lábios.

- Se segura ai Alemão, ainda estamos aqui! - Disse Chilena.

- Então... Saiam! - Respondeu apontando para a porta e continuou - SAIAM!

- Não me deixa aqui sozinha com esse nojento, amiga... Amiga, me ajuda? - Gritou, e perdeu saliva.

A porta já havia se fechado, e naquela casa seriam só os dois, Alemão e Rayza!


Um final nada feliz!Onde histórias criam vida. Descubra agora