CAPÍTULO 24.

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No dia seguinte, assim que Rayza acordou, notou algo estranho em casa, a sua estante estava meio que vazia, notou que estava faltando a televisão e o aparelho de DVD. Foi ao quarto em que Victória havia dormido, para ver se ela sabia onde estavam as coisas desaparecidas. Porém, uma coisa que talvez não tenha lhe surpreendido, mas que lhe deixou muito triste, foi não ter encontrado Victória no quarto, ou em cômodo algum daquela casa. Seus pensamentos estavam sendo óbvios, Victória - que se dizia amiga -, havia roubado as suas coisas, para manter um vício que acabaria lhe fazendo mal.

Rayza estava triste por a amiga, e por o que ela estava fazendo. Mas ainda assim, tomou seu banho, escovou seus dentes, comeu uma maçã e foi estudar.

Diante do desgosto que sentia, um sorriso se abriu aos seus lábios, quando viu os olhos azuis intensos de John a observando antes mesmo de se acomodar na sala.

- Posso me sentar aqui? - Ela perguntou parada ao lado de John e ele assentiu. - Eu preciso te contar uma coisa.

- Pode falar. - Ela esquivou-se aproximando os seus lábios a um dos ouvidos dele. - Hoje quando acordei, notei que estava faltando a televisão, e o DVD na sala, e fui olhar para ver onde a Victória estava, e ela já não estava mais em casa, desapareceu.

- Sua amiga! - Ele retrucou ironicamente.

- Eu estou falando sério.

- Eu também estou, previa que isso fosse acontecer. Você querendo ou não agora ela é uma viciada, e pessoas com esses problemas fazem de tudo para manter seu vício.

- Eu sei, eu fui errada. Me abraça? - Ele hesitou por um momento, Rayza fez uma cara de decepcionada, então ele a abraçou.

De colegas a namorados, de namorados a amigos. Será que isso era o suficiente para manterem uma relação, caso o bebê fosse realmente de John?

A aula começou, e a professora Júlia com seu jeito doce de ser, pediu para John e Rayza cessarem a conversa.

No final da aula, John acompanhou Rayza.

- Você vai procurar ela? - Ele perguntou.

- Não sei se tenho forças para ver ela na mesma situação de ontem. - Retrucou desamparada.

- Se você quiser ir lá, irei com você. - Abraçou-a tentando conforta-la. - Mas, você disse a ela que estava grávida?

- Ainda bem que não.

Continuaram caminhando e conversando, mas chegaram ao ponto triste da despedida, em que cada um ia pra um lado, mas dessa vez foi diferente.

- Posso te acompanhar até a sua casa? Tipo, se for o caso de você precisar de alguma coisa... - Perguntou cabisbaixo.

- Não precisa. Mas, se você quiser ir, pode ir e vai ser bom pra nós. - Ela sorriu e continuaram a caminhar.

Quando chegaram a casa de Rayza, uma mulher estava jogada a sua porta, inicialmente Rayza não reconheceu quem seria, mas se aproximando desesperou-se vendo a amiga Victória jogada ao chão e a decadência. Correu até lá, e John a seguiu.

- Victória, o que aconteceu? - Rayza perguntou tentando levanta-la.

- Amiga, eles me roubaram e agora eu não consegui cheirar minha, minha... - Retrucou rapidamente, e chorando, efeito da cocaína. - Me empresta dinheiro amiga, eu preciso cheirar o meu pó. - Gritava desesperadamente, ajoelhada em frente a Rayza pedindo dinheiro.

- Ei, ninguém aqui vai te dar dinheiro algum. - John se revoltou.

- Cala a sua boca. - Victória levantou-se parecendo uma louca indo pra cima de John e Rayza entrou na frente.

Um final nada feliz!Onde histórias criam vida. Descubra agora