CAPÍTULO 16.

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O barulho de alguém batendo na porta, fez com que Rayza acordasse. O cabelo bagunçado, não foi motivo para não abrir a porta. Nem fez questão de olhar quem era, pelo olho falso. Apenas abriu a porta, e quem estava a sua frente foi o John.

- Oi! - Ele disse meio tímido. Que lindo!

- Oi... Entra! - Passou a mão nos fios de cabelo que estavam perfeitamente bagunçados.

- Então, como passou a tarde? - Sentou-se.

- Bem... Digamos que assisti um filme e dormi o restante da tarde, só isso. - Os dois riram. - E você, como passou a tarde?

- Preocupado!

- Preocupado com o que? - Sorriu com timidez.

- Com você, estava tão estranha hoje.

- Nem nos conhecemos direito, e você já diferencia minhas emoções. - Riu.

- Acontece que eu nunca havia falado contigo, mas sempre tive vontade. Sempre soube do que você gostava, sempre soube de muitas coisas ao seu respeito, eu acho.

- Nossa, e eu nem havia notado. Eu sou uma idiota. - Riram e se abraçaram.

- Mas, quem sabe não dê pra compensar todo esse tempo perdido...

- O que quer dizer com isso? - Afastou um pouco a cabeça, segurando o rosto dele com as mãos e olhou no fundo dos olhos dele.

- O que eu quero dizer, é que, que... É que eu gosto muito de ti, e quero saber se você... Aceita namorar comigo? - Disse John com as bochechas coradas de vergonha, olhando fixamente nos olhos dela.

Ela aproximou seus lábios ao dele, e um beijo quente, lento e carinhoso surgiu, se alternando com os sorrisos bobos que ambos não conseguiam conter.

- Posso considerar isso como um "sim"? - Disse sorrindo.

- Pode considerar isso como um "claro". - Retrucou sorrindo e começaram a se beijar novamente.

Era visível no sorriso de ambos, que um significava muito para o outro. Tomara que nenhum se decepcione.

Passaram o restante da noite alternando beijos, sorrisos bobos, mordidas e um milhão de coisas mais.

- Nossa, já ta tarde. Tenho que ir! - Disse John olhando para o relógio.

- Mas, já? Pode ficar aqui até a hora que quiser... - Abraçaram-se.

- Desculpa, mas eu tenho que ir. - Deu-lhe um selinho, um beijo na testa, e se despediu. Rayza o acompanhou até a porta, deu tchau com uma das mãos e ficou lhe observando até ele desaparecer.

A mente de Rayza agora já não tinha mais problemas, exceto pelo dinheiro do Alemão. Decidiu dar um tempo a isso, pois querendo ou não, aquele dinheiro era a luz no fim do túnel.

Sorridente deitou na cama, e com os pensamentos em John, os olhos pesaram e ela dormiu.

No dia seguinte acordou com um sorriso estampado no rosto, havia sonhado com John. No seu sonho, eles estavam em uma praia deserta, se beijando apaixonadamente. Mas, era hora de sair da cama. Já eram 07:50, faltavam dez minutos para a aula. Em um pulo levantou da cama, colocou uma escova com creme dental na boca e com toda a pressa do mundo, saiu vestindo-se. Dois minutos depois já estava pronta, saiu correndo para a faculdade, quando chegou lá, teve uma surpresa digamos que engraçada. A faculdade ainda não estava aberta, o seu relógio estava adiantado, e chegou a aula uma hora antes.

Para não dar viagem perdida, foi a uma lanchonete bem pertinho dali tomar um café, porque nem isso tinha dado tempo de fazer - maldito relógio -.

- Bom dia. O que deseja? - Uma moça alegre, perguntou. Ela estava com um avental com o nome do estabelecimento, C&L lanches e vestida em um vestido curtíssimo, seus cabelos longos e pretos lhe traziam um charme enorme, que era contemplado com um par de olhos azuis intensos, e uma boca carnuda e rosada.

- Um misto quente, e um suco de maracujá. - Rayza retrucou, retribuindo o sorriso.

Enquanto o lanche não chegava, Rayza não parava de pensar em John, desejando que ele estivesse ali. E por mera coincidência do destino, ele chegou na lanchonete.

- Acredita que pensei em você nesse instante mesmo? - Perguntou Rayza, sorridente.

- Acredita que eu penso em você a todo instante? - Retrucou, deixando Rayza envergonhada e sentou-se. - Por que chegou aqui tão cedo?

- Meu relógio estava adiantado, vim correndo feito uma louca... - Ele gargalhou. - Qual o motivo de tanta risada, engraçadinho?

- Por que acredite ou não, aconteceu o mesmo comigo. - Os dois gargalharam, e a moça da lanchonete chegou com o seu lanche.

- Olha aqui mocinha, um misto e um suco. - Colocou os pedidos sobre a mesa. - E você John, vai querer alguma coisa? - Deu um sorriso malicioso para ele, e Rayza percebeu.

- Eu vou querer um hambúrguer, e uma garrafinha coca-cola. - A moça piscou para ele, e saiu rebolando, querendo chamar atenção.

- Conhece essa mulher, que estava lhe flertando? - Disse Rayza com ciúmes.

- Conheço, o nome dela é Vanessa. Minha ex namorada... - Disse John sem olhar para Rayza.

- Porque não me falou sobre ela? E porque toma café aqui? - Disse Rayza furiosa.

- Porquê não achei necessário, e porquê aqui é a única lanchonete que tem por perto. - Rayza assentiu sem olhar para ele. - E porque você é tão ciumenta? - Continuou.

- Ciumenta? Eu? Você está louco!

- Sim, você mesmo. É bom saber que me ama, minha ciumentinha. - Gargalhou, ela fez cara feia e ele parou. - Não vai comer isso?

- Claro que vou. - Retrucou e deu uma mordida no misto quente. Logo em seguida, a tal da Júlia - garçonete e atendente - chegou...

- O seu lanche está pronto John, fiz caprichado pra você em? - Sorria, enquanto colocava o fast food  sobre a mesa. Rayza quis mostrar de quem era o território, levantou-se e deu um beijo frenético em John, e a atendente saiu indignada.

- Quem foi mesmo que disse que não era ciumenta, hein? - Pôs a mão na cabeça, fingindo estar procurando alguma lembrança.
- Não teve graça! - Rayza retrucou e sentou-se onde estava.

Comeram os seus lanches em silêncio, e quando terminaram ficaram conversando sobre os ciúmes de Rayza. Quando realmente era 07:50 da manhã, saíram da lanchonete e foram esperar em frente a faculdade.

A campainha tocou, e os dois entraram a faculdade de mãos dadas, e permaneceram assim o trajeto inteiro, da portaria até as suas salas. Mesmo sem querer, atraíram os olhares de quase todos que estavam ali, até porquê John era um dos garotos mais desejados da faculdade inteira, e sendo modesto, Rayza também não era nada mal. Ela era ruiva, curvilínea, um belo par de seios avantajados e os olhos tão verdes. Era de se esperar esse tipo de reação, por serem um casal bonito.

Na aula, os olhares e boatos em grupo não paravam. No intervalo, a mesma coisa. Todo esse burburinho só teve fim, quando os dois foram embora.

- Você chamou atenção hoje, hein ciumentinha? - Ele sorriu e pegou na mão dela.

- Você chamou atenção! - Retrucou e continuou. - E para de me chamar de "ciumentinha". - Fez voz de deboche.

- Ta bom, desculpa ciumentinha... Ops, meu amor! - Ele gargalhou e ela o encheu de tapas.

Caminharam uns dez minutos, passaram o tempo brincando. Mas chegaram ao ponto de se despedirem, se beijaram e cada um foi para um lado.


Um final nada feliz!Onde histórias criam vida. Descubra agora