John...
Assim que chegou em casa, John saiu quebrando tudo no seu quarto. Sorte a dele de que os seus pais estavam viajando.
"Se ela não me queria, porque me enganou tanto assim?" Ele se perguntou.
Achou melhor matar a sua raiva no papel, não poderia descontar seus problemas nas coisas de casa. Pegou um lápis e um caderno e começou a escrever.
"Não se doe tanto, não se entregue tanto, não se envolta tanto... Ah não ser se amar tanto!
É lindo, muito lindo, ver os olhos brilhantes de alguém apaixonado.
Uma beleza sem fim, ou melhor, seria... Se você se apaixonasse por alguém que ao menos gostasse de você!
Quanto tempo perdido... A vida não é aqueles romances com finais felizes, muito longe disso.
Você pode sim, ter um final feliz, se tiver sozinho... Se amando tanto, se gostando tanto, se valorizando tanto!
Aquele "grande talvez" nunca existiu, o que existe é aquele "grande sim" e aquele "grande não"...
Dê um grande não para os amores fracos que lhe cercam e dê um grande sim para aquilo que lhe faz bem, e o que lhe faz bem é o seu amor próprio".
Escrever era um dos dons que John mantinha guardado a sete chaves. Escrevia todas as vezes que se decepcionava, com namoros, família, ou até consigo mesmo.
Quando terminou de escrever o poema, fechou o bloquinho de notas, pôs sobre o criado-mudo e foi tentar dormir. Não conseguia nem pregar os olhos, perdido em pensamentos. Várias cenas passaram em sua mente, desde quando ele observava Rayza na faculdade, até o beijo entre ela e Alemão. Pra quem disse que homem não chora, John mostrou que homem chora sim, que homem não é de ferro, que homem também ama.
John tirou o celular do bolso, e tinha nove ligações perdidas de Rayza, e um recado na caixa postal. Ligou para operadora com o intuito de ouvir, e ouviu.
- Oi John, eu sei o que você viu. E se eu estivesse no seu lugar, faria o mesmo. Mas, eu não tive culpa, aquele louco me beijou, mas quem eu quero beijar é você. - Com o celular no ouvido, John escutava como súplica. - Eu te amo, John. Você tem que me perdoar... Se mudar de ideia, pode me ligar, eu sempre vou estar aqui te esperando. Te amo! - O recado acabou, e John desligou o celular, fechou os olhos, e agora sim conseguiu dormir.
No dia seguinte, acordou tarde e mal deu tempo de tomar café da manhã. Escovou os dentes, lavou o rosto, vestiu-se e foi correndo para a faculdade. E a pessoa que ele menos queria ver, foi a primeira que ele viu, Rayza.
- Com licença professor García, desculpe o atraso! Posso entrar? - Disse John ainda da porta.
- Pode. Qual foi o motivo do atraso? Retrucou o professor.
- Problemas "familiares". - Usou os dedos simulando aspas.
Sentou-se, e notou que Rayza não parava de olha-lo, a única coisa que fez foi ignora-la. Antes de sair pro intervalo, o Professor Garcia anunciou que iria tirar férias e que nesse período, quem iria lhe substituir seria a Professora Júlia, que todo mundo já conhecia.
Na hora do intervalo, John sentou-se no pátio e ficou pensando na vida, Rayza aproximou-se dele.
- Oi John, você ouviu meu recado? - Sentou-se ao lado dele.
- Ouvi, mas eu não quero conversar com você, não hoje, a minha cabeça está cheia. - Levantou-se e deixou Rayza sentada sozinha.
Depois do intervalo, voltou a sala e notou que Rayza estava o observando, e novamente ele a ignorou pelo fim da aula.
Quando John chegou em casa, os seus pais já haviam voltado de viagem. Abraçou primeiro a mãe, e depois o pai.
- Oh meu amor, dormiu bem essas duas noites? - Cassia beijou as suas bochechas.
- Dormi bem sim mamãe, e vocês como foram de viagem?
- A viagem foi ótima! Visitamos o Cristo Redentor, caminhamos na calçada de Copacabana... Da próxima vez, vamos levar você e a Rayza, falando nisso, como ela está?
Por um momento, John pensou em contar o que aconteceu, mas preferiu não, temeu que seus pais dissessem algo em relação a esse relacionamento ser o terceiro a não dar certo. - A Rayza está bem sim, mamãe.
- Eu trouxe uma lembrancinha para ela. Mande ela vir me visitar depois! - John assentiu, e todos foram a mesa almoçar.
John não conseguia comer, nem beber nada. Então foi para o quarto, passou a tarde e a noite toda trancado lá dentro e só saiu no outro dia.
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Um final nada feliz!
Mystery / ThrillerUma garota humilde e cheia de sonhos, que tornam-se pesadelos quando a sua mãe falece misteriosamente. A sua vida volta a ter rumo, quando surge o John, um colega da faculdade que ela nunca notara, e que torna-se importante em sua vida. Mas, toda hi...