CAPÍTULO 38. Final!

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Como Rayza havia dito, aquele não era um final feliz, a história ainda não havia acabado, estava apenas começando.

Dois anos se passaram, e ela ainda não confiava o suficiente no pai, que durante todo esse tempo não desistia de coloca-la contra a falecida mãe, ela também não confiava em Letícia que estava casada com o seu pai. Achava que ambos andavam estranhos, e tinha medo do que eles pudessem estar planejando, se realmente estivessem planejando algo.

Durante esses dois anos, a vida de Rayza foi tranquila, nada do Jorge e aquela sua ameaça que nunca conseguiu esquecer, nada da Victória e nada do Alemão, mas algo lhe dizia que futuramente, iria reencontra-los e isso faria mal a toda sua família.

Contra a vontade de John, fizeram o teste de DNA com os bebês, e realmente os filhos eram dele. Os exames só comprovaram as suas hipóteses, tanto Clarice quanto Miguel, eram quase idênticos ao pai, exceto pelos cabelos ruivos herdados de Rayza.

No natal, o parque da cidade estava lotado, e toda a família decidiu passar o dia lá. Estavam Isaac, Letícia, Josué, Cássia, John, Rayza, Clarice e Miguel, uma família linda, independente dos seus problemas. Se divertiam como nunca, como se fossem uma família unida, o laço Isaac & Rayza não era tão unido assim.

- Vamos tirar uma foto? - Cassia sugeriu e todos concordaram.

- Isaac, pega a câmera que está ali na minha mochila, por favor? - John pediu e Isaac foi pega-la.

- Eu não achei! - Ele disse quando voltou.

- Eu vou pegar! - Rayza levantou-se e foi buscar a câmera.

Revirou a mochila de John, mas não achou. Tirou a mochila do chão, e a capa da câmera estava jogada na grama, e do lado havia uma caixinha branca, com um laço rosa. Instantaneamente, um sorriso abriu-se em seus lábios, achando que fosse uma das surpresas que John adorava fazer. No momento em que abriu, o seu sorriso se esvaiu. Dentro da caixinha, havia uma pequena mecha de cabelos ruivos e um bilhete.

"Se prepare, a partir de agora a sua vida vai virar de cabeça para baixo."

Ela não sabia o que fazer, muito menos o que sentir, medo, desespero... Olhou para todos os lados, e não encontrou nada suspeito.

"Será que foi o Isaac?" Perguntou para si mesma.

Simplesmente secou a lágrima que estava escorrendo no rosto, guardou a caixinha, e voltou para onde a sua família estava. Tentou fazer uma expressão animada, mas não conseguiu. Um senhor passava pelo parque, então chamaram para que ele pudesse tirar a fotografia, no final de contas, todos estavam com sorrisos sinceros nos lábios, exceto Rayza com o seu sorriso amarelado, se é que aquilo pode ser chamado de sorriso.

Depois de passarem toda a tarde no parque, cada qual foram para as suas devidas casas. Clarice e Miguel foram para a casa da avó Cassia.

- Você ficou estranha de uma hora para outra hoje, aconteceu algo? - John indagou preocupado.

- Não, não aconteceu nada. - Ela era uma péssima mentirosa, mas dessa única vez uma de suas mentiras foi convincente.

- Que bom então! - Ele disse passando os braços pela cintura de Rayza.

Rapidamente, ela virou-se ficando de frente para ele e começou a beija-lo da forma mais quente possível. Os lábios de John desgrudaram-se dos de Rayza e começou a beijar a sua clavícula e foi subindo até o pé dos ouvidos, e na orelha ele deu várias mordidas de leve, fazendo com que todos os pelos de Rayza se arrepiassem. Ele a despiu, ela o despiu, e ambos chegaram onde queriam. Depois do orgasmo, se sentiram mais leves.

As oito da noite, os dois começaram a cozinhar, toda a família iria jantar na casa deles, afinal, era Natal, época da família se unir e esquecer as desavenças. Pena que nesses dois últimos anos, Rayza não conseguia esquecer o que o pai lhe "causou".

A ceia de Natal, foi como as outras tradicionais, peru assado, macarrão com queijo... Depois que ceiaram, era chegada a hora da troca de presentes através do amigo secreto.

- Bom, quem começa? - Isaac perguntou.

- Eu começo! - A Cassia respondeu e ele assentiu para que ela continuasse. - Eu trouxe uma jaqueta de couro, acho que ela vai gostar. É a Letícia. - Ela entregou o presente e as duas abraçaram-se.

- Letícia, a sua vez... - Isaac disse sorrindo.

- Bom, eu trouxe uma maleta com anzóis de pesca, porquê eu sei que ele adora essas coisas. É o Josué! - Entregou o presente e abraçaram-se.

- Eu trouxe meu relógio da sorte, ele sempre sonhou em tê-lo, mas nunca mereceu. Agora merece, agora é um homem, meu filho John. - Ambos choraram, nos últimos anos Josué havia se tornado um pouco mais sentimental.

- Bom, eu trouxe um álbum de fotografias, momentos especiais de nossa vida. Para o meu amor, Rayza. - Ele a entregou dando-lhe um beijo.

- Eu trouxe um colar, eu sei que a Cassia adora jóias. - Rayza entregou sorrindo.

- Como eu não conheço muito bem o gosto dele, trouxe uma revista com notícias médicas para o Isaac. - Todos gargalharam.

- Eu trouxe o que a minha filha quer a tempos, trouxe o diário de sua mãe, Rayza! - Ele levantou para que ela pudesse receber o presente e abraça-lo, mas ela pegou o diário e correu, e ele foi atrás. - Não era o que você queria? - Ele indagou.

- Você escondeu esse diário durante dois anos, e vem me perguntar isso? Eu te odeio! - Ela disse revoltada.

- Deixe eu me explicar. - Ele segurou em seu braço. - Eu não entreguei o seu diário antes, porquê você estava grávida. Eu admito que tentei esquecer essa história, queimar essa porcaria desse diário, mas não consegui. Então tome sua decisão sobre mim, depois de ler página por páginas do que a sua querida mãezinha escreveu! - Ele soltou os braços de Rayza e saiu.

Ela foi para o quarto, deixando todos na sala a sua espera. Deitou-se na cama, com o diário ao lado, mas não teve coragem o suficiente para abri-lo, guardou em uma gaveta e dormiu, nem notara a hora em que John deitou-se do seu lado.

No dia seguinte, foi analisar os recados do telefone fixo, e uma voz aterrorizante - repleta de efeitos vocais, a deixando grave - começou a dizer:

- A sua vida jamais será a mesma. - Rayza deixou o telefone cair.

Várias outras ameaças começaram a perturbar Rayza, e ela não se sentia segura em se abrir com ninguém, guardou isso somente para si, e mal sabia ela, que essa foi a coisa mais errada que já fez em sua vida. Porquê talvez, o seu final não seria tão feliz o quanto esperava.

Quem será o autor dessas ameaças?

"Será que um final feliz é o suficiente?".

Um "final feliz" que ainda não chegou ao fim, nunca é feliz o suficiente.

Fim.


Um final nada feliz!Onde histórias criam vida. Descubra agora