CAPÍTULO 9.

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Na terça-feira, mesmo diante dos problemas, Rayza acordou sorridente, mas como em um passe de mágica, o sorriso se desfez...

"Porque todo esse sorriso Rayza". Ela se perguntou!

Rayza havia sonhado com Alemão, e no sonho eles se beijavam loucamente, e ela não estava se sentindo uma vendedora de si própria, e sim uma mulher que amava e que era amada... Bem longe da realidade, era pelo menos o que pensava.

Em meio a tudo isso, uma dúvida afligiu seus pensamentos, "que tal ligar pra ele?".

Pegou o papel em que ele havia anotado o seu número, discou e apagou no mínimo umas cinco vezes, pensando se realmente deveria ligar, mas resolveu continuar e na terceira chamada, ouviu uma voz.

- Alô! - Disse Alemão do outro lado do telefone.

- Oi, alô... Quem é? - Rayza respondeu, e se fingiu de desentendida.

- Aqui quem ta falando é o Alemão, se ligou?

- Meu Deus, que louca eu sou. Me desculpe, liguei errado! - Rayza desligou o telefone.

Agora ela já tinha ouvido aquela voz rústica, que estava presente em todos os seus sonhos maliciosos com aquele bandido.

Será que ele reconheceu a minha voz? - Ela indagou para si mesmo. - Nossa, que burra eu fui... Como eu liguei pra ele e nem me esforcei pra mudar ao menos 1% da minha voz? BURRA, BURRA, BURRA. - Dizia preocupada. - Mas, espera aí... Se ele soubesse que fui eu, teria retornado a ligação. É isso! Não foi tão mal assim.

Depois de todo esse conflito mental, que ela mesmo causara para si própria, foi ao banheiro, tomou um banho e escovou os dentes. Saindo do banheiro, vestiu-se em um vestido com estampa florida e que era fresquinho - o dia estava caloroso -, calçou uma sapatilha preta com alguns detalhes e saiu para a faculdade.

A pontualidade não estava sendo seus fortes, durante esses dias de problemas. Mas, nesse dia ela chegou com dez minutos de antecedência.

Passou a aula toda focada, e no intervalo, um colega que nunca havia notado, ou fingiu que nunca havia o notado, encostou-se perto dela.

- Oi Rayza, bom dia! - Disse o garoto.

- Oi, bom dia! Como é mesmo o seu nome? - Disse Rayza, dando um sorriso inocente.

- Eu sou o John, John Farias. Posso me sentar? - Puxou a cadeira.

- Claro que pode! - Sabe quando estamos distraídos e falamos tudo com intensidade? Pois é, aconteceu... Como não acontecer? Rayza apenas havia notado aqueles olhos azuis como uma piscina, um topete castanho escuro, furos na bochecha, um queixo largo, e com a barba muito bem feita.

- Então, tudo bem com você? - Disse John envergonhado.

- Tudo indo bem e com você?

- Eu estou bem! - Passou a mão nos cabelos. - Mas, o que eu vim te falar é que... que eu queria te convidar pra jantar, pode ser? - Disse John, vermelho de vergonha.

"Que bonitinho!" Ela pensou.

- Mas, é claro... Que dia você quer jantar? - Disse Rayza, sorridente.

- Pode ser hoje? - Disse John retribuindo o sorriso.

- Então, passa na minha casa às 21:00 horas... Sabe onde é minha casa?

- Sei sim... Então ta combinado, te encontro as 21:00. - Levantou-se e antes de sair, acenou com a mão.

Rayza voltou para sala após o intervalo, e no fim da aula foi para casa.

Passou a tarde toda experimentando as roupas que tinha, fazia tempo que não saia para um encontro, então queria que pelo menos esse, fosse bom.

Achou um vestido preto e justo, acima dos joelhos, com um decote em tule transparente, que realçava os seus seios fartos. Achou também, uma sandália com um salto fino, de cor vermelha. A roupa já estava separada.

Ajeitou o próprio cabelo, fez uma maquiagem leve, e passou um batom vermelho, que chamava atenção. Vestiu-se e quando estava calçando o sapato, a campainha toca.

- Já estou indo! - Gritou Rayza enquanto calçava a sandália, abriu a porta. - Boa noite! - Disse Rayza, sorrindo.

- NOSSA! - A boca de John se abriu. - Você está muito linda.

- Você também está bonito. - John estava com uma camisa três por quatro rosa, uma bermuda bege, e um tênis preto, aquela roupa, não sei o porquê, mas realçou aquele olhar.

- Não seja modesta! - Ele sorriu discretamente.

- Eu não estou sendo... Mas então, pra onde iremos? - Perguntou Rayza, com o intuito de mudar de assunto.

- Posso fazer surpresa?

- Eu odeio surpresas, mas algo me diz que essa vai ser boa. - Os dois riram.

- Vamos? - Perguntou John, e Rayza assentiu.

Os dois saíram.


Um final nada feliz!Onde histórias criam vida. Descubra agora