CAPÍTULO 11.

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Pra um primeiro encontro, nada mal. Mas, melhor pelo menos tentar não se envolver, ninguém sabe o que vem daí pra frente.

Rayza passou o restante da noite assistindo a série The Walking Dead - ela é durona -, acabou caindo no sono ali mesmo, no sofá.

No dia seguinte - quarta-feira - acordou com um certo grau de preocupação, a mensalidade estava vencida, e não fazia ideia de como pagar. Não iria se vender, não havia conseguido um serviço, e nem tinha namorado - ou tinha -... Não havia solução, teria que trancar a faculdade, mas ainda dava pra estudar essa semana ao menos.

Seguiu a rotina de sempre, banhou-se, escovou os dentes, se arrumou e partiu. Antes mesmo de entrar na faculdade, já tinha em mente a primeira coisa que faria, falar com o diretor Rubens.

Bateu levemente na porta, e ele pediu para que quem fosse, entrasse.

- Bom dia, Srta. Rayza... O que deseja? - Olhou para ela com expressão de dúvida.

- Bom dia diretor... Eu vim falar, que infelizmente não terei como pagar a minha mensalidade esse mês, então terei que trancar o meu curso. - Disse Rayza envergonhada.

- Claro que eu não vou te deixar fazer isso. - Balançava a cabeça negativamente.

- Eu também não queria fazer isso, mas infelizmente, é a minha única opção. - Uma lágrima escorreu dos seus olhos.

- Não, claro que não. Eu já sei o que podemos fazer... Eu vou pagar a sua mensalidade! - Disse o diretor encarando-a.

- Não, eu não posso aceitar isso. Nem vou ter como lhe pagar depois, e as outras mensalidades, como vou pagar? - Disse Rayza, cabisbaixa.

- Você vai poder me pagar quando conseguir um emprego, e terá mais dois meses para conseguir um emprego. - Disse o diretor, sorrindo com a tentativa de reanimar Rayza.

- Não, isso é demais diretor, você pagar as minhas mensalidades, isso não pode acontecer. - Respondeu Rayza, ainda chorando.

- Pode sim! Sua mensalidade hoje estará paga, pode voltar a aula. - Abraçou Rayza.

- Diretor, muito obrigado... Eu prometo que vou lhe pagar tudo. - Deu um sorriso bem pequeno.

- Ah, Rayza? - Ela olhou para ele. - Irei lhe ajudar a encontrar um emprego.

Rayza foi em direção a sala de aula, abatida e de consciência pesada. A primeira pessoa que avistou na sala, foi John.

- Rayza, o que aconteceu com você? Parece estar triste. - John soou preocupado.

- Não aconteceu nada, pode ficar tranquilo. - Rayza sentou-se.

- Se precisar de mim, estarei aqui. - John sentou-se também.

E a aula não teve importância para a garota, estava apenas preocupada e pensando em uma forma de pagar ao diretor Rubens. Revirou todas as suas lembranças, quem sabe não passou por algum lugar, que precisava de funcionários.
Lembrou! Aquela padaria do centro da cidade... Mas, não era um serviço normal como os outros, era se vender... Foi a opção que achou! Só de pensar naquele gordo, careca e nojento, já tinha vontade de vomitar.

Quando saiu da faculdade, foi em casa, almoçou, tomou um banho e vestiu-se de uma forma que nunca havia se vestido...

Um short visivelmente curtíssimo, uma blusa, ou melhor, uma mini blusa, calçou uma sandália super alta, e pôs uma bolsinha no ombro esquerdo. Depois de pronta, foi até o centro de São Paulo e encontrou a padaria.

- Quem é vivo sempre aparece, hein? - O dono da padaria, o gordo, abriu um sorriso enorme. - O que veio fazer aqui princesa?

- Lembra daquela sua proposta de ser o meu primeiro cliente, topa agora? - Disse Rayza, morrendo de raiva, nojo, e um poço de outras emoções.

- Assim que eu gosto garotinha. Ainda bem que estou sozinho, o entregador está fazendo o seu trabalho, e os outros funcionários estão na rua. Então, vamos lá pra dentro?

- Vamos! - Ele saiu de trás do balcão, e abaixou a porta do estabelecimento.


Um final nada feliz!Onde histórias criam vida. Descubra agora